O Sporting voltou a vencer à mão cheia frente ao Sp. Braga nesta temporada. A goleada da noite de quarta-feira veio provar que o futebol pode ser uma caixinha de surpresas.

A equipa melhor colocada e com melhor forma acabou vergada. No terceiro duelo entre os dois emblemas nesta época, foi a segunda goleada sofrida pelo Sp. Braga frente ao Sporting, a segunda em Alvalade.

A casa dos leões não é de boas memórias para Artur Jorge e companhia. Depois de vencer na época passada, o Sp. Braga começa a temer Alvalade.

A vitória era essencial para os leões e foi conseguida. A caminhada rumo à Liga dos Campeões está relançada, ainda que Rúben Amorim tenha sido cauteloso no final do jogo a falar sobre o tema. A verdade é que o Sporting está a cinco pontos do Sp. Braga e as contas da I Liga voltam a baralhar-se.

Posto isto, vamos às notas.

A figura

Morita foi a figura do jogo. Não se trata apenas de um golo marcado, trata-se de uma partida muito bem conseguida, mais uma com a camisola do Sporting. O nipónico comandou o meio campo dos leões durante toda a partida, defendeu e atacou, foi o motor da equipa. Confirmou-se a 'velha teoria': o Sporting depende em grande parte do trabalho de Morita.

A surpresa

Chermiti surpreendeu no onze inicial. A fazer o papel de Paulinho, o jovem avançado entregou velocidade na manobra ofensiva, criou instabilidade na defesa do Sp. Braga. Com movimentos de rutura, arrastou o adversário para abrir espaços aos colegas e foi extremamente importante nos dois últimos golos do Sporting. A oportunidade foi muito bem aproveitada por Chermiti e, a pouco e pouco, Paulinho começa a ter concorrência na posição.

A desilusão

Niakaté ficou marcado pela negativa. Já com cartão amarelo, o defesa foi imprudente ao discutir com Nuno Almeida depois de uma falta. A expulsão do francês condicionou ainda mais a tarefa do Sp. Braga, cujas hipóteses ficaram mais reduzidas até ao final do jogo. Aliás, a expulsão de Niakaté expôs a defesa dos minhotos para mais dois golos. Al Musrati também não passou despercebido. 

Os treinadores

Rúben Amorim

Tudo o que queria, aconteceu. Pediu um arranque em grande na segunda volta da I Liga, aconteceu. Pediu mais atitude à equipa, aconteceu. Procurava ganhar em Chermiti a solução para Paulinho, parece que aconteceu. Este Sporting parece viver de uma bipolaridade quase incompreensível, usando o Sp. Braga como seu antídoto favorito. Já na Taça da Liga conseguiu descarregar em cima dos minhotos, repetindo a dose neste encontro. Falta saber se o leão será capaz de manter o nível exibicional, o que não conseguiu fazer antes.

Artur Jorge

Novo jogo para esquecer para a equipa do Sp. Braga. A equipa entrou no jogo condicionada, sem duas das suas opções de maior valor da primeira volta: Ricardo Horta, lesionado, e Vitinha, vendido. Banza e Abel Ruiz estiveram fora do jogo pela falta de ligação ao ataque, o meio campo teve dificuldades em acelerar a exibição e a defesa foi algo atabalhoada, ainda para mais depois da expulsão de Niakaté. O Sp. Braga perdeu o segundo lugar da I Liga, falta saber se em definitivo ou se terá força para responder à adversidade.

O árbitro

Nuno Almeida teve uma partida aceitável. Ainda que se tenha pedido em Alvalade uma outra decisão pelo calor do jogo, o árbitro acertou na maioria das decisões, ficando marcado, principalmente, pela expulsão de Niakaté e pelo penálti assinalado ao cair do pano.

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