Um imparável Benfica impediu, este domingo, o Gil Vicente de confirmar a famosa profecia portuguesa de que não há duas sem três. Após triunfos nas duas últimas deslocações à Luz para o campeonato, os gilistas procuravam uma nova gracinha, mas acabaram por levar para Barcelos uma derrota.
Numa tarde chuvosa em Lisboa, o Benfica não foi demolidor como em jogos anteriores, mas fez o suficiente para vencer o Gil Vicente por 3-1 e somar mais três pontos na época que ainda não consta com derrotas no currículo dos encarnados.
E foi sobre a chuva que as águias souberam voar, ultrapassando alguns calafrios causados pelos gilistas, e serem eficientes para irem para a pausa do Mundial ainda sem um sinal vermelho na época e com Roger Schmidt a bater mais um recorde.
A vitória diante do Gil Vicente coloca o treinador alemão como um dos treinadores da história do Benfica sem derrotas nos primeiros 25 jogos ao serviço do clube. Pela frente, o germânico tem os 26 jogos sem perder de Jimmy Hagan (1971/1972) e John Mortimore (1977/1978). Mais longe, mas ainda possível, está o sonho de poder bater o mítico recorde de Béla Guttman, cujo pecúlio está nos 31 jogos consecutivos sem conceder qualquer desaire.
Benfica sem derrotas nos primeiros 25 jogos da época:
— playmakerstats (@playmaker_PT) November 13, 2022
1959/60
1971/72
1977/78
2022/23 pic.twitter.com/tN1slOgFKJ
Mas vamos às notas deste encontro:
A figura
Gonçalo Ramos tinha falhado os últimos dois jogos do Benfica por lesão, mas, provavelmente motivado pela chamada para o Mundial'2022, o avançado não perdeu tempo em mostrar-se a Fernando Santos e marcou dois golos diante do Gil Vicente. Chega moralizado à seleção.
A surpresa
Excelente estreia de Né Lopes. O jovem central foi lançado a titular pela primeira vez na equipa do Gil Vicente. Apesar de ter sido atirado aos 'lobos', o jogador, de 22 anos, fez uma exibição positiva, sendo um dos esteios da defesa dos gilistas.
A desilusão
Bilel foi um dos elementos mais apagados do Gil Vicente nesta deslocação à Luz. Habitualmente um dos mais criativos dos gilistas, o extremo francês não conseguiu estar ao nível de outros companheiros de equipa.
Os treinadores
Roger Schmidt
Sem ter sido arrasador, como aconteceu recentemente diante do Desportivo de Chaves (I Liga) e Estoril-Praia (Taça de Portugal), muito por mérito da boa réplica do Gil Vicente, o Benfica sentiu algumas dificuldades para circular a bola como tanto gosta de fazer. Ainda assim, o líder do campeonato fez-se valer da qualidade individual dos seus jogadores e do bom aproveitamentos dos erros do adversário conquistar os três pontos.
Carlos Cunha
O Gil Vicente foi até ao Estádio da Luz com uma atitude bastante diferente do que a maioria das equipas vai e tentou jogar olhos nos olhos com o líder invicto da I Liga. Os gilistas pressionaram alto e tentaram ter a posse de bola, o que, por vezes, causou calafrios às águias, mas os erros no processo defensivo permitiram que o Benfica aproveitasse a velocidade para fazer estragos no contra-ataque.
Arbitragem
Manuel Oliveira foi chamado à última hora para substituir Rui Costa (doença súbita) e 'brilhou' num jogo em que não estava inicialmente nomeado para apitar. Acertou nas decisões de marcar as grandes penalidades.
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