Três em cada quatro pessoas defende indemnização a trabalhadores no Qatar

A Amnistia Internacional divulgou hoje os resultados de uma sondagem com mais de 17 mil inquiridos, com 73% a defender uma indemnização da FIFA aos trabalhadores migrantes violentados nos trabalhos do Mundial2022 de futebol no Qatar.

Aerial Views Of FIFA World Cup Qatar 2022 Venues

© Getty Images

Lusa
15/09/2022 08:48 ‧ 15/09/2022 por Lusa

Desporto

Mundial'2022

Segundo informações hoje enviadas à Lusa pela Amnistia Internacional Portugal, a sondagem, realizada pela YouGov, foi levada a cabo junto de 17 mil adultos de 15 países diferentes, mostrando um apoio popular à indemnização de trabalhadores migrantes que sofreram violações de direitos humanos no Qatar.

Outra das conclusões principais a partir dos resultados é o apoio a que "as associações nacionais de futebol se manifestem publicamente sobre questões de direitos humanos associadas ao Mundial do Qatar".

Segundo a Amnistia, este posicionamento por parte das federações, o que no caso de Portugal seria pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), é apoiada por 67% dos inquiridos, em relação aos trabalhos relacionados com um torneio que podem ter causado já 6.500 mortes de trabalhadores migrantes, segundo relatórios internacionais.

A questão sobre a indemnização refere-se a uma campanha lançada por uma coligação de organizações de direitos humanos, incluindo a Amnistia Internacional, em maio deste ano, apelando à FIFA que reserve 433 milhões de euros para um fundo que indemnize trabalhadores lesados e possa prevenir abusos futuros.

O valor é equiparado à 'pool' de prémios monetários que serão distribuídos pelos participantes, com a Amnistia a lembrar que o organismo de cúpula do futebol mundial estima arrecadar "cerca de 5,9 mil milhões de euros em receitas do torneio".

"Estes resultados enviam uma mensagem clara à liderança do futebol mundial. Pelo mundo fora, as pessoas estão unidas no desejo de ver a FIFA chegar-se à frente e compensar os trabalhadores migrantes que sofreram no Qatar. Também querem ver as federações nacionais tomar uma posição muito mais firme", explica o diretor de economia e justiça social da Amnistia Internacional, Steve Cockburn.

Citado em comunicado, o dirigente pede que a FIFA "faça a coisa certa", porque "os adeptos não querem um campeonato do mundo marcado indelevelmente por abusos de direitos humanos".

"O passado não pode ser desfeito, mas um mecanismo de compensação é uma forma clara e simples para FIFA e Qatar poderem pelo menos compensar centenas de milhares de trabalhadores que tornaram o evento possível", acrescentou.

Embora as autoridades cataris neguem, várias organizações e estimativas apontam para milhares de mortes naquele país entre 2010 e 2019 em trabalhos relacionados com o Mundial, com um relatório do jornal britânico The Guardian, de fevereiro deste ano, a cifrar o valor em 6.500 óbitos, que muitos consideram conservadores.

Em maio, a seis meses do arranque da competição, a Amnistia assinou uma carta aberta endereçada ao presidente da FIFA, Gianni Infantino, ao lado de associações como a Human Rights Watch, pedindo-lhe que invista o mesmo valor dos prémios atribuídos às seleções pela performance no torneio num mecanismo de compensação.

A verba destinar-se-á a oferecer auxílio e apoio "às centenas de milhares de trabalhadores migrantes que sofreram abusos de direitos humanos no Qatar nas preparações para o Mundial".

A carta aberta denuncia práticas de "trabalho forçado, horas excessivas, roubo de honorários e práticas de recrutamento extorsionárias", entre outros abusos, com mortes cujas causas ficam por investigar e poucos mecanismos de verificação das alterações legislativas que têm sido decididas no Qatar.

O campeonato do mundo masculino de futebol vai decorrer entre 20 de novembro e 18 de dezembro, com a seleção portuguesa apurada e inserida no grupo H, com Uruguai, Gana e Coreia do Sul.

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