Em declarações à agência Lusa, o presidente do Lusitano Ginásio Clube, Pedro Caldeira, indicou que, em contrapartida, o clube vai ficar com a propriedade do Complexo Desportivo da Silveirinha e área adjacente, com um total de 10 hectares.
"A direção do Lusitano fez tudo para fechar um acordo em que o clube ficasse com património e terrenos para poder continuar a desenvolver a sua atividade", afirmou o dirigente do clube alentejano.
A Evourbe fez um negócio com o Lusitano para a compra do Campo Estrela e construção do Complexo Desportivo da Silveirinha para o clube, na periferia de Évora, onde a seleção portuguesa de futebol estagiou antes de participar no Mundial de 2006.
Em 2020, o Tribunal de Évora começou a julgar duas ações da Evourbe contra o clube alentejano para tomar posse do Campo Estrela e para receber um valor em dívida do clube à sociedade imobiliária, que, agora, terminaram por acordo entre as partes.
Segundo o dirigente desportivo, o acordo judicial prevê ainda a venda da quota de 20% que o Lusitano detém na sociedade imobiliária e, em troca, a liquidação da "dívida de milhões" do clube à Evourbe.
Os termos do acordo foram aprovados pelos sócios do clube, com "três abstenções e os restantes votos a favor", numa assembleia geral em que participaram "cerca de 60 pessoas", sublinhou Pedro Caldeira.
Com este acordo, adiantou o responsável, o clube vai ter que deixar o 'velhinho' Campo Estrela, 'casa' Lusitano há várias décadas, dentro de "dois a três meses" para a Evourbe tomar posse das instalações.
"Este acordo foi feito tendo em conta as promessas da Câmara de Évora", disse, referindo-se ao anunciado programa de apoio a clubes e associações desportivas para a melhoria das suas instalações, com um investimento global de dois milhões de euros.
Considerando que "o futuro do Lusitano está nas mãos da câmara", o dirigente desportivo salientou que as atuais condições do Complexo Desportivo da Silveirinha "não são suficientes para garantir a continuidade dos 400 atletas" do clube.
A equipa de futebol do Lusitano de Évora competiu durante 14 épocas na primeira divisão nas décadas de 50 e 60, tendo, esta temporada desportiva, assegurado a subida aos campeonatos nacionais da modalidade.