Carlos Carvalhal terminou recentemente a sua passagem pelo Sporting de Braga e, em entrevista ao diário A Bola, o técnico português avaliou os dois anos na cidade dos arcebispos.
"Tenho grande orgulho no meu trajeto. Quando sou abordado por clubes, todos fazem a mesma pergunta: querem saber a razão pela qual estive em tantos clubes. A minha resposta é sempre a mesma. Há duas formas de um treinador fazer o seu percurso. Uma é ter sido um grande jogador de uma grande equipa e, em função disso, receber um convite para treinar num patamar alto, o que não deixa de ser meritório porque serão os resultados a sustentar a nova carreira. A outra via é a minha e é completamente distinta. Comecei na 3.ª divisão e tive de fazer trabalho em todos os patamares até chegar a um grande e, depois, no estrangeiro. Tive a coragem de ir para o Besiktas em circunstâncias muito difíceis e fiz um percurso que muito me orgulha. Tive poucas ajudas, por isso tenho demorado algum tempo a chegar ao alto nível", começou por dizer Carvalhal, antes de fazer menção à sua passagem pelos leões.
"O Sporting estava em nono lugar, quase a meio da época e sem condições de disputar o título. Acabámos em quarto. Tive muito prazer de estar no Sporting. Foi um desafio tremendo devido às dificuldades que foram criadas ao longo dessa meia época. Deu para crescer muito como treinador. Quando pensava que não iria ter trabalho mais complicado, encontrei ainda pior no Besiktas, outro clube grande. Aliás, um dia vou escrever um livro sobre essa passagem pela Turquia. Não estou preocupado com o patamar em que estou. Sei que se as minhas equipas jogarem bem e cumprirmos os objetivos, as coisas podem aparecer. Depois do Rio Ave subimos de nível para o SC Braga e agora não faço ideia o que vai acontecer. Não tenho um empresário daqueles que agarram pela gola e nos levam para o topo. Se calhar merecíamos estar num campeonato grande e competitivo, mas no futebol atual essa ascensão não é tão natural", complementou.
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