Autor do golo que deu a vitória ao FC Porto frente ao Benfica (1-0), que celebrou no Estádio da Luz a conquista do 30.º título de campeão nacional, no passado sábado, Zaidu Sanusi nem sempre foi figura consensual nos azuis e brancos.

O esquerdino viveu, segundo o próprio, o "dia mais feliz" da sua vida quando conquistou o título de campeão nacional diante do Benfica, clube ao qual marcou o golo "mais importante da carreira". Mas a aventura por Portugal, e nomeadamente nos portistas, foi feita de altos e baixos, num caminho sinuoso, mas também ele vertiginoso, até à alta roda do futebol português.

Nascido na cidade de Lagos, capital da Nigéria, Zaidu voou até Portugal na época 2016/17 para assinar contrato pelo Gil Vicente, clube que nunca chegou a representar, que empresta, na mesma temporada, o defesa esquerdino ao Mirandela. Pelo meio, o esquerdino deu nas vistas no Santa Clara, clube de onde rumou à Invicta. O salto do Campeonato de Portugal à I Liga durou quatro anos e ao sexto ano em solo nacional sagrou-se campeão português.

De sombra de Telles a dono e senhor na esquerda do FC Porto

Depois de apenas uma temporada de grande sucesso no Santa Clara, Zaidu mudou-se de armas e bagagens para o FC Porto. Pela frente tinha a difícil missão de ser a alternativa a Alex Telles, que estava de pedra e cal no lado esquerdo da defesa dos portistas.

No entanto, a saída do internacional brasileiro para o Manchester United, já no penúltimo dia do mercado de transferências em 2020, fez com que o nigeriano saltasse para a titularidade na época passada. De suplente a um dos mais utilizados por Sérgio Conceição, o nigeriano nem sempre viveu tempos fáceis ao serviço dos azuis e brancos.

Muitas vezes apontado como o elo mais fraco do onze do FC Porto - e até criticado publicamente por Sérgio Conceição por diversas ocasiões - Zaidu começou a demonstrar ter um perfil talhado para os denominados  jogos grandes, nomeadamente na Liga dos Campeões, e tem sido ultimamente um dos jogadores mais constantes nos azuis e brancos.

O início da época trouxe o brasileiro Wendell como concorrente pela posição mais à esquerda no sistema defensivo dos azuis e brancos, mas rapidamente se percebeu que o ex-Bayer Leverkusen não tinha qualquer hipótese de 'roubar' a titularidade a Zaidu, a não ser em situações de ausência forçada do esquerdino, como lesões ou cumprimento de alguma suspensão.

O golo frente ao Benfica na Luz, aos 90+4 minutos, foi o terceiro do nigeriano na época - é também a melhor em termos de remates certeiros do defesa -, veio demonstrar a clara importância que Zaidu tem nos eleitos do treinador Sérgio Conceição. É caso para dizer que o patinho feio virou cisne.

Herrera também passou de besta a bestial

Outro nome que teve de passar as 'passas do Algarve' no FC Porto foi Héctor Herrera. Atualmente no Atlético de Madrid, o mexicano não teve um período fácil quando chegou a Portugal, mas acabou por se tornar numa das referências do clube da cidade Invicta.

Prova disso foi que o internacional pelo México marcou um memorável golo do FC Porto no duelo diante do Benfica, na época 2017/18. Na altura, o remate certeiro do médio não valeu um título em pleno Estádio da Luz, mas catapultou os azuis e brancos para a liderança da prova que não mais foi largada. No ano em que o Benfica procurava igualar o feito inédito do seu grande rival (pentacampeonato), Sérgio Conceição conquistou o primeiro de dois títulos de campeão desde que está no FC Porto.

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