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Estabilidade ou mudança em Alvalade? Eis as propostas dos três candidatos

Frederico Varandas, Ricardo Oliveira e Nuno Sousa vão a votos este sábado.

Estabilidade ou mudança em Alvalade? Eis as propostas dos três candidatos

Chegado o dia das eleições que marcam mais um dia histórico para o Sporting, é tempo de resumir os principais pontos-chave de cada uma das campanhas para assumir os destinos do clube leonino.

Frederico Varandas (Lista A - Por uma Nova Era Verde) vai tentar, este sábado, ser eleito pela segunda vez como presidente do Sporting,  num sufrágio em que contará com a oposição de Ricardo Oliveira (Lista B - Futuro com Garra) e Nuno Sousa (Lista C - Pelo meu Sporting).

As eleições vão decorrer no Pavilhão João Rocha, em Lisboa, entre as 09h00 e as 20h00, sendo que os sócios que não residem na Área Metropolitana de Lisboa já tiveram oportunidade de votar por correspondência.

Os sócios vão votar para uma lista única, que engloba os três principais órgãos do Sporting: o Conselho Diretivo (CD), a Mesa da Assembleia Geral (MAG) e o Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD).

Confira abaixo as principais propostas dos programas eleitorais dos candidatos.

Órgãos sociais

Frederico Varandas: João Eduardo Palma (MAG) e João Teives Henriques (CFD)

Ricardo Oliveira: Luís Natário (MAG) e Miguel Frasquilho (CFD)

Nuno Sousa: João Gaspar (MAG) e Pedro Neto Domingos (CFD)

Pilares do programa

Frederico Varandas: Planeamento centra-se em três eixos (sustentabilidade, performance e colaboração) e em quatro pilares estratégicos a envolver pessoas, estrutura, suporte e interação (com sócios e famílias), os mesmos que já tinham sido definidos na Visão Estratégica entre 2020 e 2022. A ideia passa pelo reforço do investimento de iniciativas a partir do desporto que contribuam para a sustentabilidade e responsabilidade social do clube.

Ricardo Oliveira: Desenvolvimento de maior competitividade no campo e fora dele, com um Sporting sólido, assente numa gestão experiente e responsável, onde todas as decisões sejam suportadas por uma estrutura do mais avançado que há. Exigência de um clube coeso e unido, com mente para ganhar todas as competições e disputá-las até final, de modo a ser olhado por todas as outras equipas com respeito, como uma referência na formação, assim como em todas as modalidades.

Nuno Sousa: Criação de uma política desportiva definida pela SAD e aprovada em Assembleia Geral do clube, fim do subfinanciamento da formação, aposta definitiva no futebol feminino, reestruturação do departamento médico e acentuar ligação aos adeptos e núcleos leoninos espalhados pelo país. Os sócios, a gestão financeira e a gestão desportiva são, por isso, os principais pontos-chave da campanha do candidato da lista C.

Reestruturação financeira

Frederico Varandas:  Definição da meta do break-even (ponto de equilíbrio) operacional tanto do ponto de vista contabilístico como do ponto de vista de fluxos de caixa, o que permitirá minimizar a dependência da receita líquida de venda de jogadores e assegurar melhores resultados desportivos. Depois de um ciclo de forte intervenção na estrutura de custos, o novo mandato procura a otimização de receitas para fechar definitivamente o défice operacional ainda existente. A intenção passa por dar seguimento ao processo de reestruturação da dívida bancária e por concluir o processo de aquisição da totalidade dos VMOC (Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis), num processo parcialmente concluído em vésperas de eleições, de modo a atingir a maioria de capital da SAD.

Ricardo Oliveira: Além do pagamento de todas as dividas e da recompra imediata das VMOC, pretende-se iniciar de imediato uma reestruturação financeira através de um financiamento (150-200 Milhões de Euros) a longo prazo de juro baixo, que permita ao Clube e SAD fazerem face, precisamente, à recompra imediata das VMOC. Não voltar a aumentar o número de anos de antecipação de receita do contrato NOS e diluir os cerca de três anos de antecipação pelos próximos seis (até ao final de época de 2027/2028) é outro objetivo da Lista B, de forma que, em seis anos o Sporting não tenha quaisquer receitas antecipadas.

Nuno Sousa: Na área financeira, as propostas deixam uma garantia solene aos sportinguistas de que em momento algum a direção aceitará alienar a maioria que o clube detém no capital da SAD e relembra que o ano de 2026, que coincide com o fim do mandato que sair das próximas eleições, será um ano decisivo para o futuro do Sporting, uma vez que se trata do ano em que as VMOC são recuperadas pelo clube ou pelo Millennium BCP e pelo Novo Banco. Perante essa situação, as instituições tornam-se acionistas maioritários da Sporting SAD, com o clube a ficar com posse de ações e sem qualquer tipo de dívida bancária em função desse 'amortizar'.

Formação e/ou modernização da Academia

Frederico Varandas: Continuação do projeto de expansão da Academia já aprovado. Construção dos novos campos de futebol 9 e 10, para acomodar a expansão do projeto desportivo, sobretudo para garantir os treinos e jogos do futebol feminino e da equipa B masculina. Investimento numa estratégia de crescimento sustentável através do aumento do número de atletas da formação nas equipas de Futebol e das Modalidades, dotando as equipas do equilíbrio entre formação e contrações externas asseguradas através de um scouting criterioso.

Ricardo Oliveira: Redefinição das atividades a ter lugar na Academia, em Alcochete, com vista a que a equipa de futebol feminino passe a jogar em Alvalade sempre que as condições de manutenção do relvado assim o permitam, sendo que a equipa B masculina, a formação de sub-23 e restantes equipas de formação passem a jogar em estádio a designar na Margem Direita/Norte do Rio Tejo na Área Metropolitana de Lisboa. O crescimento desportivo tem de estar assente em dois pilares fundamentais: formação e recrutamento.

Nuno Sousa: Um dos slogans é desmistificar a ideia de que com a formação não se ganham campeonatos, pretendendo-se acabar com o subfinanciamento das camadas jovens, isto é, valorizar os ativos crescentes, dar condições para evoluir. No processo de recrutamento de jovens jogadores, torna-se fundamental reunir verbas destinadas ao contexto da formação para dar seguimento a essa estratégia, uma vez que é um fator diferenciador na hora de rentabilizar, valorizando e avaliando o património detido pelo Sporting.

Modalidades

Frederico Varandas: Continuação de um modelo de desenvolvimento assente na formação em todas as modalidades que o emblema de Alvalade reúne até ao momento. Além disso, a lista A pretende ainda dar seguimento à execução do Centro de Otimização Desportiva (COD) de apoio a todas as modalidades, no Pavilhão João Rocha com várias áreas de apoio – clínica, fisioterapia, nutrição, psicologia desportiva, preparação física e scouting.

Ricardo Oliveira: Reativação de modalidades que já proporcionaram vários títulos nacionais e europeus, nomeadamente a canoagem, o remo e o padel, assim como dos Gabinetes Olímpico e Paralímpico para acentuar o ecletismo do emblema de Alvalade. Além disso, a lista B foca-se ainda em assegurar a manutenção de todas as modalidades em que o Sporting seja campeão nacional ou tenha um importante historial.

Nuno Sousa: Existem modalidades que têm orçamentos baixos e o impacto da sua criação não afetará o funcionamento das já existentes. No entanto, para a criação de novas modalidades ou o regresso de outras têm de ser garantidas as condições para que representem condignamente o clube. Essa deve ser uma decisão consciente dos sócios e dos impactos que tem e, para tal, o Conselho Diretivo deve recolher junto dos sócios a sua opinião e decisão, pois estes devem ser soberanos.

Revisão de funções e/ou estatutos

Frederico Varandas: Apresentação de uma proposta de alteração dos estatutos do clube a ser sufragada pelos sócios, para reunir uma participação universal nas decisões do clube. A lista A acredita que o sucesso desportivo e direto só existe se for atingido dentro dos limites definidos no âmbito de dois domínios: a Ética e o 'Compliance' da lei através da qual surgem condutas que servem de base para todas as ações do clube em prol da transparência.

Ricardo Oliveira: Defesa da instauração de uma segunda volta nos atos eleitorais no caso de não se verificar a eleição de uma candidatura com mais de 50% dos votos, bem como da limitação de três mandatos consecutivos do mesmo presidente e ainda a independência dos órgãos sociais (divisão do Conselho Fiscal e Disciplinar em Conselho Fiscal e Conselho Disciplinar e Ética; eleição dos órgãos separadamente, entre Presidente e Conselho Directivo, MAG, Conselho Fiscal e Conselho Disciplinar e Ética)

Nuno Sousa: Para executar a visão de uma estrutura que seja a mais delineada possível e que conduza ao principal condutor da política definida pela Administração, a lista C garante que tudo será estruturado de forma amplamente bem definida, sem desvios de funções, e com o foco na estabilidade, nomeadamente em termos de cargos como o Diretor Geral, o Diretor de Futebol Profissional ou o Diretor de Formação. Dar voz aos sócios faz parte das principais premissas do candidato.

Relação entre clube, SAD e sócios

Frederico Varandas: Com vista à maioria do clube na SAD, perspetiva-se a manutenção e o crescimento dessa mesma maioria para assegurar o devido controle, tendo por base as conversações e os interesses delineados por ambas as partes. Sócios, adeptos, fãs, núcleos e parceiros são componentes vincadas na campanha do atual presidente, assumindo sempre a devia universalidade dos direitos dos sportinguistas.

Ricardo Oliveira: Defesa da ideia de que o clube nunca deve perder a maioria da SAD, seja de forma direta ou indireta, para que a representatividade acionista se faça sentir sem que isso tire a última palavra ao clube em todas as votações. O Sporting poderá, assim, alienar algumas ações para garantias futuras ou angariação de parceiros estratégicos, mas mantendo sempre a maioria acionista na SAD.

Nuno Sousa: A exequibilidade de uma política desportiva aprovada pela SAD, com base nos pressupostos já definidos nos pilares, conduz a uma base fundamental para o alinhamento de toda a estrutura, que deve ser aprovada na Assembleia Geral do clube, com vista ao maior apoio possível dos sócios no caminho a seguir pela direção e pela SAD.

Plano de comunicação

Frederico Varandas: Desenvolvimento de um novo site e app, obedecendo às melhores práticas de design, usabilidade, acessibilidade e tecnologia, com autonomia na gestão do “source-code” e o alojamento Cloud escalável para assegurar níveis elevados de performance são objetivos do novo plano. Além disso, a manutenção das plataformas atuais, seja na web ou nos formatos tradicionais, é vista como a chave para manter o clube devidamente perto dos adeptos.

Ricardo Oliveira: Com vista à obrigação de informar os adeptos do Sporting, pretende-se comunicar a verdade ao público-alvo (sócios e famílias sportinguistas), num compromisso de absoluta transparência para que qualquer associado tenha acesso legítimo escrutínio da atividade do clube. Dessa forma, são privilegiados os canais de comunicação oficiais do Sporting, tais como: Sporting TV, Jornal Sporting, website e redes sociais.

Nuno Sousa: A comunicação passará por uma grande revolução, movida pola digitalização, com novas plataformas, formas diferentes de produzir conteúdo, cada vez maior segmentação geracional na forma de consumir conteúdo, sendo aproveitados todos os mecanismos das plataformas atuais. Defende-se a comunicação com analistas, financiadores e investidores das sociedades do Grupo e com os sócios do clube, com o objetivo de garantir a sustentabilidade da imagem e a notoriedade do Sporting e ainda de responder aos requisitos de informação das entidades reguladoras e de supervisão financeira.

Responsabilidades sociais

Frederico Varandas: Definição e publicação de plano com políticas de eficiência energética e neutralidade climática. O Sporting será parte ativa na transição ambiental, de forma endógena e exógena. Liderando no mundo do desporto como exemplo e utilizando a força da sua marca como agente de influência para uma sociedade mais ativa e consciente da importância da sustentabilidade. A exploração de fontes de financiamento alternativas como green bonds e moedas digitais também entram nessa perspetiva.

Ricardo Oliveira: Assim como ao longo da história, os sportinguistas sempre defenderam valores como a ética, justiça, igualdade, transparência, fair-play, e isso é algo que faz parte de ser leão, na perspetiva da lista B. Fazer uma aposta clara na sustentabilidade, através dos seus três pilares (o económico, o social e o ambiental), promovendo políticas integradas, poderá tornar o clube pioneiro neste setor cada vez mais importante na sociedade atual.

Nuno Sousa: Pretende-se a sustentabilidade e a estabilidade de um clube eclético, que possa ajudar a formar mais crianças e mais jovens, de modo a terem oportunidades entre as modalidades do clube. Dessa forma, além dos aspetos sociais e desportivos, a intervenção do projeto também se centra a nível escolar e de saúde, com vista às melhorias no departamento médico, nas condições oferecidas aos atletas e na forma como se podem valorizar futuramente. 

Leia Também: Debate à presidência do Sporting: Eis o que disseram os três candidatos

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