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Meninos que valem uma fortuna: 'Raio-X' ao presente e futuro do FC Porto

Sérgio Conceição chamou vários jovens à equipa principal nesta e na última temporada. Em 2021/22, foram já oito os jovens do Olival que se estrearam ao serviço da equipa A e tudo indica que não ficará por aqui. Fomos aos números tentar perceber o que significa esta entrada da juventude na equipa principal dos dragões.

Meninos que valem uma fortuna: 'Raio-X' ao presente e futuro do FC Porto
Notícias ao Minuto

07:17 - 19/01/22 por Tiago Antunes

Desporto Análise

O FC Porto tem feito nesta temporada uma aposta consciente na formação, ao contrário daquilo que aconteceu noutros anos. Desde a posição de guarda-redes até à frente de ataque, os dragões tiveram muita juventude a entrar na equipa sénior. Uns ainda só treinaram, outros já jogaram, e há quem tenha até marcado golos. Mas, afinal, como é que tem sido esta aposta nos miúdos do Olival? O que têm acrescentado à equipa de Sérgio Conceição?

Verdade seja dita. Não há memória de haver tanta juventude na equipa principal do FC Porto nos últimos anos. Apesar dos exemplos de sucesso de André Silva, que saiu para o AC Milan, Fábio Silva, que se mudou para o Wolverhampton, e até Diogo Dalot, que também seguiu para a Premier League, para o Manchester United, as fornadas que surgem com os anos no Olival não têm tido grande expressão na equipa sénior. A resposta aos resultados desta iniciativa meio surpreendente de promover jovens jogadores deverá incidir sobre duas grande hipóteses.

A primeira hipótese será a qualidade dos mesmos jogadores. Começando pela baliza, Diogo Costa foi destaque pela afirmação repentina. Roubou o lugar a Marchesín e atirou o argentino para as ditas competições secundárias. Afirmou-se como principal escolha de Sérgio Conceição para as redes portistas, tendo jogado I Liga e Liga dos Campeões e merecido já uma chamada à seleção A de Portugal. Em 24 jogos na equipa principal, Diogo Costa sofreu 23 golos.

Também na baliza há Francisco Meixedo, mas ainda não passou dos treinos para o relvado do Dragão. Mas, quem sabe se a oportunidade de Meixedo não surgirá tal como a de Diogo Costa: quando menos se espera.

Passando para a defesa, assistimos a uma adaptação muito satisfatória de João Mário a lateral. O agora defesa tornou-se opção número um no lado direito, passando à frente de outras opções. Já deu muita ajuda à equipa, com 20 jogos e duas assistências, destemido a defender e perigoso a atacar, mas também já deu uma dor de cabeça. Lesionou-se com gravidade, tal como Manafá, e deixou desamparada a posição de defesa direito do FC Porto.

Dentro da formação, existe ainda Tomás Esteves como opção direta para o lugar, mas o defesa não tem sido opção nesta época. No lado contrário da defesa, João Mendes apareceu e já teve oportunidades. Estreou-se frente ao Rio Ave, na Taça da Liga, nos últimos 10 minutos do jogo. Na segunda-feira, frente à Belenenses SAD, esteve mais oito minutos em campo. Ocupou a vaga deixada por Zaidu, que está na CAN com a Nigéria, mas a aposta em João Mendes não deverá ser ocasional.

Passando para o meio campo, Vitinha é caso em evidência. Esteve perto de não ficar no Dragão, isto porque foi emprestado, praticamente dispensado para o Wolverhampton. Tinha uma cláusula de 30 milhões de euros, mas não foi acionada para bem do FC Porto, apesar do 'boost' financeiro que podia dar às contas dos azuis e brancos. Vitinha leva já 24 jogos realizados nesta temporada, com dois golos, um deles num Clássico, e duas assistências.

Além dele, Fábio Vieira tem sido aposta desde a última temporada. Já esteve em 20 jogos nesta época, com dois golos e oito assistências, tendo jogado no centro, nas alas e até ao lado de Taremi. Ainda no meio campo há um nome em fase de testes.

Bernardo Folha, filho de António Folha, técnico da equipa B, estreou-se na Taça da Liga e vai treinando ocasionalmente com os mais velhos, mas ainda sem grande espaço para outros voos. Com o tempo vai lá. Quem também não chegou ainda a essa fase, e que acabou por sair emprestado, foi Romário Baró. Partiu para o Estoril no regresso dos canarinhos à I Liga e certamente tem estado a ser observado tendo em vista a nova temporada.

Passando para a frente de ataque, Francisco Conceição é o caso mais gritante. Já na época passada teve 17 oportunidades na equipa principal. Ainda assim, demorou até este ano para se estrear a marcar como sénior. Fez o primeiro frente ao Feirense na Taça de Portugal e o segundo e último até ao momento frente ao Estoril, dando nesse jogo a vitória aos dragões no Estádio António Coimbra da Mota. Leva já 19 jogos com minutos repartidos aqui e ali, mas mostra capacidade para entrar na equipa e ser determinante caso se abra uma vaga na posição, muito pela dedicação que coloca em campo.

Também na frente de ataque, Gonçalo Borges vai ganhando espaço. Entrou no Dragão em 2015 quando deixou a formação do Benfica e já jogou em dois encontros às ordens de Sérgio Conceição, o último frente à Belenenses SAD. Danny Loader não é produto formado no Olival, mas sim um contratado com vista ao futuro. O inglês trouxe consigo o potencial que lhe era reconhecido no Reading e já teve direito a estreia na equipa A. Jogou primeiro contra o Boavista e foi o autor de um dos quatro golos do jogo, tendo voltado a jogar na Taça da Liga frente ao Rio Ave.

A segunda possível resposta é a necessidade que o plantel tem de novas soluções para certas posições, algo que aconteceu, por exemplo, no centro da defesa. Com as lesões de Pepe e Marcano, sobraram apenas Mbemba e Fábio Cardoso, apostas muito curtas em número. Foi por isso que Sérgio Conceição chamou João Marcelo, que agora trabalha com a equipa principal de forma definitiva, e Zé Pedro, que fez dupla com o brasileiro na despedida do dragão na Taça da Liga. Uma opção que estava a ganhar o seu espaço, mas que acabou emprestado, era Diogo Leite. O jovem defesa seguiu para Braga, onde é um dos titulares da linha de três defesas de Carlos Carvalhal, mas daria jeito nesta altura ao plantel portista.

Olhando para esta aposta como um todo, parece uma decisão acertada. No total, os mais novos já contribuíram com sete golos em meia temporada. Mas mais importante que a quantidade, neste caso, é a importância. Golos que garantiram vitórias, golos que ajudaram a vencer rivais... Apesar do ainda pouco impacto de alguns dos mencionados, nota-se uma evolução de certos elementos, algo que se tem revelado uma mais valia, e das grandes, para a equipa. Além de render a nível desportivo, esta aposta poderá também ser a chave para o FC Porto juntar uns dígitos aos saldo da conta bancária.

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