Fernando Gomes, de 69 anos, cumpre o terceiro e último mandato na FPF, após ser eleito pela primeira vez em 10 de dezembro de 2011, e prepara-se para deixar a fasquia alta, com o título europeu de 2016 a superar as boas campanhas do Mundial de 1966 (terceiro) e 2006 (quarto), ou dos Europeus de 2004 (finalista vencido), e de 1984 e 2012 (semifinalista).

Foi já sob a sua presidência que a seleção principal, e a mais rentável 'bandeira' da FPF, chegou ao primeiro grande título, com uma conquista que lhe deu direito a disputar a Taça das Confederações (2017) e que precedeu a vitória na Liga das Nações (2019).

Antes de chegar à FPF, Fernando Gomes lançou as suas bases no dirigismo no FC Porto, clube em teve papel importante, primeiro como basquetebolista e, depois, dirigente, bem como na Federação Portuguesa de Basquetebol.

No futebol, ganhou espaço ainda ao serviço dos 'dragões', como diretor-geral e administrador da SAD, antes de assumir em 2010 a presidência da Liga de clubes, organismo em que se manteve pouco mais de um ano, já com a FPF no 'horizonte'.

E foi como líder da FPF, primeiro na sede em Lisboa, e depois já na Cidade do Futebol, em Oeiras, um complexo desportivo que 'nasceu' também debaixo da sua gestão, que 'atravessou' três Europeus (2012, 2016 e 2020) e dois Mundiais (2014 e 2018).

Com eles teve dois selecionadores, primeiro Paulo Bento (2010 a 2014), 'herdado' ainda da presidência de Gilberto Madail e que levou a seleção às 'meias' do Euro2012, e, posteriormente, do atual, Fernando Santos, o timoneiro do sucesso de 2016.

Com o sucesso a exponenciar o crescimento financeiro, Fernando Gomes 'acompanhou' na FPF outros êxitos na esfera do futebol: desde logo a primeira qualificação da seleção feminina para uma grande competição, o Euro2017, acompanhada do crescimento de praticantes e da entrada dos 'grandes' no campeonato.

Já na formação, assistiu a boas campanhas e algumas conquistas dos mais jovens, nos títulos europeus dos sub-17 (2016) e sub-19 (2018), embora a Portugal continue a faltar um título maior nos sub-21, uma vez mais 'vice', em 2015 e 2021.

O selecionador dos sub-21, Rui Jorge, continua a ser uma aposta do presidente, que renovou com o antigo jogador até 2024, à semelhança do que fez nas seleções principais, com Francisco Neto (femininos) e Fernando Santos (masculinos).

Política igualmente seguida para o treinador Jorge Braz, que lidera o futsal português desde 2010 e chegou este ano a um inédito título mundial, depois de já ter levado a seleção das 'quinas' à conquista do Europeu, em 2018.

No futebol de praia, a FPF, sob o comando de Fernando Gomes, já tinha uma 'herança' de resultados, mas os mesmos foram ampliados na última década, com mais dois títulos mundiais (2015 e 2019) e quatro europeus (2015, 2019, 2020 e 2021).

Aos muitos troféus, o dirigente junta a obra: com o erguer da Cidade do Futebol, o 'quartel-general' das seleções, inaugurada em 2016, no ano da excelência competitiva, infraestruturas a que Fernando Gomes promete agora juntar uma nova 'cidade', com a promessa de construção de uma 'casa' para o futsal.

Mesmo ao lado da Cidade do Futebol, Gomes 'lançou' um projeto que permitiu dar maior visibilidade à FPF em toda as suas áreas, com a criação em 2019 do canal de televisão 11, plataforma que passou a ter direitos de transmissão no futebol feminino, no futsal, em várias ligas do futebol masculino (II Liga, Liga 3, Campeonato Portugal, Taça de Portugal, entre outras), mas também em Ligas estrangeiras, algumas das quais com jogos de equipas orientadas por treinadores portugueses.