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Ex-árbitro denuncia corrupção nas nomeações da UEFA: "Mundo sujo e falso"

Jonas Eriksson destaca que a "amizade, corrupção, lealdade ou nacionalidade" têm um papel determinante nas escolhas dos árbitros nas fases finais.

Ex-árbitro denuncia corrupção nas nomeações da UEFA: "Mundo sujo e falso"
Notícias ao Minuto

07:50 - 07/07/21 por Notícias ao Minuto

Desporto Denúncia

O antigo árbitro sueco Jonas Eriksson, considerado um dos melhores enquanto exerceu, recorreu na tarde de terça-feira às redes sociais para deixar uma mensagem que promete fazer correr muita tinta nos próximos tempos.

Numa longa mensagem, o agora especialista de arbitragem da emissora sueca SVT, que dirigiu a final da Liga Europa em 2016, apontou o dedo à UEFA e à forma como são feitas as nomeações para as fases finais de Europeus, considerando que este é um "mundo sujo, político e falso" em que a "amizade, corrupção, lealdade ou nacionalidade" têm um papel determinante nas escolhas dos árbitros para as fases finais..

O ex-árbitro de 47 anos recordou  o último encontro que apitou num Europeu, o Portugal-País de Gales de 2016, e disse ainda não ter tido a possibilidade de arbitrar a final desse torneio, que seria ganho por Portugal, por razões que nada tinham a ver com a sua qualidade enquanto profissional.

"Passaram cinco anos desde que arbitrei o meu último jogo num Europeu, as meias-finais entre Portugal e o País de Gales. Embora tenha ficado feliz e orgulhoso como me correu o jogo, houve uma enorme deceção em mim e na minha equipa. Por que razão não nos deixaram arbitrar a final? As pessoas costumam perguntar-se da forma como são escolhidos os árbitros dos jogos decisivos. É a performance? A forma como os classificam? É aquele que comete menos erros? Quem é que faz essa escolha?", começou por escrever Jonas Eriksson.

"A verdade é que se trata de um mundo obscuro. Um mundo sujo, político e falso, onde a amizade, a corrupção, lealdade e nacionalidade têm o seu papel. No futebol fala-se sempre de fair play e respeito, de que as regras devem ser as mesmas para todos, onde as quatro melhores equipas que ganharam mais jogos estarão nas meias-finais em Londres... Mas quando se trata de arbitragem, isso é feito em salas fechadas, com agendas políticas e com tudo menos os melhores interesses do futebol no coração", prosseguiu o ex-árbitro.

Jonas Eriksson teceu ainda um comentário sobre os árbitros selecionados para os jogos finais do Euro'2020 - Felix Brych e Danny Makkelie - e considerou que o melhor árbitro do torneio ficou de fora dos jogos decisivos.

"Os que são escolhidos, os que estarão na final, não são por defeito os três melhores do torneio. Nem sempre são aqueles que tiveram o melhor desempenho, receberam as notas mais altas ou entregaram no topo que recebem o voto de confiança. Desta vez, o melhor árbitro do torneio, aquele que não cometeu um erro sequer, foi mandado para casa. A decisão foi feita por quem manda na UEFA e não teve nada a ver com o que fizeram no Europeu", sustentou Eriksson, que considerou o turco Cuneyt Cakir como o melhor deste Europeu.

Os outros árbitros, mesmo sem o saberem, têm os contactos certos, o melhor apoio político ou são provenientes de países importantes, e isso permite-lhes arbitrar até mais longe. Independentemente disso, dou os meus parabéns aos árbitros que arbitram jogos. Nada lhes pode cair em cima. O que todos têm de saber é que este é um mundo pobre com uma cultura longe de ser boa, e que eu, olhando agora para trás, posso dizer que estou muito contente por ter deixado de arbitrar há três anos", concluiu.

Leia Também: Bilhete garantido: Itália está na final do Euro'2020

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