Miguel Cardoso, treinador do Rio Ave, em declarações à Sport TV, logo após a derrota frente ao Sporting (0-2), em jogo da 31.ª jornada da I Liga.
Análise: "O que esperava era um Sporting a presssionar, a limitar as nossas ações ofensivas, que iria pressionar na nossa fase de construção. Teríamos de resistir durante esses períodos e encontrar espaço para jogar. Houve uma entrada forte do Sporting e nós nem sempre conseguimos entrar espaços. Quando o jogo teve tendência para dificultar, para aparecer esses espaços e a compreensão deles, entrámos e depois saímos."
Penálti: "Tenho dificuldade em fazer um raciocínio neste momento... Estou a tentar focar-me na sua pergunta mas é difícil. Vamos tentar falar de futebol, que é um jogo jogado por seres humanos. No futebol há emoções, gestão de muitas coisas, jogado com pernas, braços, cabeça... Reações a um metro, a centímetros. Se eu reagisse agora, mesmo que tirasse o micro, eu tocava-lhe. Vamos falar de futebol... A minha equipa teve carácter na segunda parte, a assumir o jogo perante uma equipa que provavelmente será campeã. Não teve receio do jogo, jogou com muita força, energia e vontade. E depois, num momento de perturbação emocional, de algo que sucede fora do campo, que cria instabilidade, aparece o segundo golo. E aí torna-se difícil gerir o jogo. Depois o Sporting deixa ficar cinco jogadores atrás e não sai daí... O Sporting foi matando o nosso jogo com faltas."
Mais críticas: "Isto não tem a ver com a vitória do Sporting, mas efetivamente ouvi conversas entre jogadores que é muito claro um conjunto de coisas em relação a esse lance. Os comentários que ouvi não os vou dizer... O futebol é jogado por pessoas e que não podem jogar assim (com os braços esticados). É uma questão de equilíbrio. A forma como se julga é incrível. Joga-se por muita coisa, nós trabalhámos... O possível futuro campeão nacional não trabalha de forma diferente do Rio Ave. Nós somos os mesmos. Eu já estive no Sporting e no FC Porto, não é a cor da camisola que faz a diferença e não deve ser. É um lance de futebol e o jogo virou. Não é uma crítica ao árbitro, mas um apelo a esse cuidado. Joga-se muita coisa, as decisões têm de ser ponderadas com essa ponderação. Não tem a ver com o árbitro. O quarto árbitro, por exemplo, tem de ter cuidado como lida com as coisas. Tem a ver com um conjunto de jogos e não hoje. Há momentos em que precisas de algo para enquadrar".