O sonho comanda a vida e foi com esta máxima que o FC Porto entrou em campo no Ramón Sánchez-Pizjuán, em Sevilha, nesta terça-feira. A vitória até caiu para o lado da equipa portuguesa, mas o resultado foi insuficiente para prosseguir na Liga dos Campeões. Taremi ofereceu a vitória aos azuis e brancos no último minuto do jogo, no entanto, não conseguiu oferecer o bilhete para as meias-finais. Esse é do Chelsea, que na 1.ª mão derrotou o FC Porto por 2-0.

Apesar de entrar determinada, a equipa da Invicta nunca conseguiu criar muitas situações de perigo. Na primeira parte, Corona até podia ter inaugurado o marcador, mas a pontaria não foi a melhor. 

O Chelsea era uma equipa mais preocupada com a organização defensiva e os posicionamentos. O contra-ataque era apenas a arma para tentar causar perigo junto dos dragões. O tempo foi passando e jogou sempre contra os portugueses. 

No segundo tempo, Conceição mexeu na equipa, lançou Taremi e Evanilson para a frente de ataque, mas nem por isso as oportunidades eram em maior número. Mais posse de bola, mais querer, contudo, sem eficácia lá na frente e sem conseguir o objetivo: marcar.

Só aos 90+3 minutos, Mehdi Taremi conseguiu marcar. Talvez, o melhor golo desta edição da Liga dos Campeões. Nanú cruzou e, de bicicleta, o iraniano apontou o golo da vitória dos dragões. Provavelmente vai correr mundo. Ainda assim foi insuficiente para o FC Porto seguir em frente.  

O Chelsea carimbou assim a passagem às meias finais da Liga dos Campeões, depois de uma vitória por 2-1 no conjunto das duas mãos, mas havia melhor forma para uma equipa se despedir da Champions, com uma vitória e um dos melhores golos da prova? Provavelmente não.

Figura

Entrou aos 63 minutos e teve tempo suficiente em campo para marcar aquele que, provavelmente, foi um dos melhores golos desta edição da Liga dos Campeões. Mehdi Taremi ameaçou primeiro de cabeça, mas foi na compensação que marcou de bicicleta e que ofereceu o triunfo à sua equipa. Um golo de uma vida, que não chegou para passar às meias-finais, mas que certamente ficará durante largos anos na memória de muitos adeptos de futebol.

Surpresa

Já não surpreende ninguém, mas é preciso enaltecer o seu trabalho neste jogo. Pepe foi mais uma vez, aos 38 anos, um dos elementos preponderantes na equipa do FC Porto. Fez dois cortes providenciais e evitou que o Chelsea marcasse nessas mesmas ocasiões. Se Taremi ajudou à vitória com o golo apontado, Pepe fez o mesmo ao chefiar a defesa portista e ao evitar males maiores com cortes no momento certo.

Desilusão

Há dias que mesmo os jogadores mais criativos têm dificuldades em fazer a diferença. Costuma dizer-se que a este nível não se podem desperdiçar oportunidades e Tecatito Corona não desperdiçou uma, mas sim duas. Na primeira parte, o mexicano podia ter inaugurado o marcador. Contudo, faltou pontaria e engenho ao extremo do FC Porto.

Treinadores

Thomas Tuchel: O alemão do Chelsea optou por uma postura mais cautelosa. Organização, posicionamentos corretos, contra-ataque... É certo que podia dar resultado, os blues conseguiram criar perigo em algumas ocasiões, mas na prática não passaram às meias-finais sem um pouco de sofrimento. 

Sérgio Conceição: Equipa aguerrida à sua imagem. Faltou algum acerto no último terço, mas nada a apontar no tempo de mexer na equipa. O FC Porto perdeu a eliminatória na 1.ª mão, nesta 2.ª mão foi superior e venceu com justiça.

Árbitro

Clément Turpin passou à margem do jogo e ainda bem. Sem lances polémicos, o árbitro francês puxou apenas dos cartões no segundo tempo e sempre para os jogadores do FC Porto. Nota positiva para o juiz do encontro.

Leia Também: Candidato a melhor golo da Champions: Taremi 'esculpiu' uma obra de arte