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"As estrelas não nascem estrelas. Um líder também tem de ir buscar água"

O ciclista da W52-FC Porto e vigente vencedor da Volta a Portugal, Amaro Antunes, é o terceiro convidado da rubrica Jogo sem Regras.

"As estrelas não nascem estrelas. Um líder também tem de ir buscar água"

Nesta segunda-feira, dia 22 de março, o Desporto ao Minuto volta a apitar para um 'Jogo sem Regras', e, sem recurso a cartões ou expulsões, exploramos sem guião o entrevistado, que acabará por ser o 'GPS' desta conversa.

Todavia, hoje não apitamos, mas pedalamos à boleia de Amaro Amaro Antunes, ciclista da W52-FC Porto e vigente vencedor da Volta a Portugal.

O desportista de português de 30 anos viajou ao dia mais feliz da carreira e recordou a homenagem do Presidente da República, mas não esqueceu também as 'quedas' numa carreira onde, por vezes, as expetativas atraiçoram os objetivos em mente.

Entre o que já conseguiu e o que ainda pode conquistar, Amaro Antunes também recorda os dias em que chegou "completamente vazio" à linha de meta.  Uma conversa onde também não ficou esquecido um dos 'demónios' da modalidade: o doping.

Gostava de começar esta conversa pela primeira etapa. Quando é que se deu o ‘clique’ para o início da sua carreira como ciclista profissional?

Sempre tive uma família ligada à modalidade. O meu pai foi ciclista, o meu avô e o meu tio também, por isso nasci rodeado de ciclistas e também quis replicar os passos deles, pelo que acabei por ingressar na modalidade. O meu pai avisou-me para repensar várias vezes a minha escolha, dizia-me sistematicamente que esta modalidade era bastante dura, mas sempre tive aquele gosto, uma vez que vibrava muito com as competições. Recordo-me que, quando era mais jovem, praticava andebol, mas, aos 14 anos, e depois de um forcing tão grande junto do meu pai, acabei por rumar ao ciclismo. E é um orgulho poder olhar para trás e ver o caminho que trilhei desde aí.

Infelizmente, o nosso país está muito polarizado para o futebol e os profissionais das outras modalidades acabam por ter de trilhar um caminho com mais obstáculos e com menos soluções do que o desporto-rei em Portugal. Nunca lhe surgiram as dúvidas de que poderia ter de desistir da modalidade devido a questões financeiras? 

Acho que, quando temos um sonho e lutamos por ele, mesmo nas camadas jovens, já começamos a ver se vale ou não a pena rumar por esse trilho. A minha forma de estar na vida e no desporto leva-me a estar sempre agarrado ao desafio, e a desafios grandes. Se fosse um ciclista que não se sentisse ganhador ou não se sentisse útil, talvez tivesse optado por outro caminho. Felizmente, isso não aconteceu, também graças ao apoio familiar e aos bons resultados que consegui nas camadas jovens. Consegui, logo muito cedo, um contrato profissional, o que me deu uma enorme estabilidade a nível financeiro. Agora, nada que se compare ao futebol. Porém, quando fazemos aquilo que gostamos e de que desfrutamos, acho que o dinheiro não paga tudo.

Com quantos anos é que assinou esse primeiro contrato profissional?

Com 19 anos.

Quando descobrimos que uma referência para nós testou positivo, claro que vem aquela frustraçãoChegou a fazer alguma licenciatura ou derivou de forma automática para o ciclismo a partir do momento em que assinou o primeiro contrato profissional?

Abdiquei dos estudos a partir desse momento, porque tornava-se impossível conciliar as duas coisas. A dedicação que era preciso ter, mais as horas de treino, e cruzar isso com os estudos tornava-se uma missão difícil de gerir. Tive que optar por um caminho na minha vida e escolhi o ciclismo.

Como é que, atualmente, fala do melhor dia da sua carreira – o triunfo na Volta à Portugal em 2020 - e como é que o vive ainda nos dias de hoje?

Acho que qualquer vitória tem a sua história, e o percurso de um atleta faz-se disso mesmo. Neste caso, a Volta a Portugal era um objetivo que à muito procurava, e num ano tão atípico, chegar a Lisboa, e vestido de amarelo, foi algo que ainda hoje tenho muito presente na memória. Um orgulho gigante e que me faz querer trabalhar ainda mais.

É curioso que, num ano tão fatídico para tantos portugueses, 2020 acaba por ser um dos melhores anos da sua vida…

(risos) Acho que, em anos maus, temos de procurar as coisas boas. Se estivermos aqui só a agarrar-nos ao negativo, as coisas não vão andar para a frente. E, num ano tão difícil e tão atípico, o principal acabou por ser a minha força psicológica e a minha vontade de trabalhar. Obviamente que tivemos várias incertezas, até pela realização da competição, mas sempre senti que a corrida ia ser realizada e que a qualquer momento, quando isto arrancasse, tinha de estar ao meu melhor nível. Realizei vários estágios em altitude, e depois, quando cheguei a Lisboa e reparei que venci, senti que estava ali a recompensa de tanto esforço e dedicação de um ano tão difícil. Foi um ano muito mais duro a nível psicológico, do que a nível físico. Recordo-me que a Volta a Portugal estava inicialmente estipulada para agosto, e nós estávamos a realizar um estágio em altitude com vista a essas datas. Quando chegamos lá, passados cinco dias, recebemos o comunicado de que a corrida ia ser adiada ou até anulada. Voltámos para casa, recebemos um reagendamento de datas, voltámos para o estágio em altitude, e mais uma vez mandam-nos para casa. Andámos assim, várias vezes, neste vai e vem. E foi nestas alturas que tivemos de ir buscar moral e força anímica para treinar.

Engane-se quem acha que o líder chega a essa condição sem antes passar por um enorme processo evolutivoJá explorou a vertente psicológica, mas quais foram as outras adversidades que atravessou neste ano de 2020?

Acima de tudo, a ausência de competições. Os ciclistas, e os desportistas em geral, vivem da competição e da adrenalina nas provas. Nós treinar, treinamos todos os dias, mas é a adrenalina da competição que nos permite medir o nosso estado de forma, é o que nos molda. A competição acaba por ser o motor que nos faz trabalhar mais e melhor, não havendo competições tudo fica mais complicado, quer para atletas, quer para patrocinadores. Gera-se depois uma onda negativa que fica difícil de gerir e que começa a destruir, paulatinamente, a componente psicológica e o estado anímico dos atletas.

Uma prova é feita de várias etapas, assim como a carreira de um ciclista. Em que etapa considera que está neste momento?

Neste momento, penso que estou numa fase de maturidade bastante elevada, no sentido de poder assumir a responsabilidade de vencer. Penso que adquiri, e ainda para mais depois de ter estado no estrangeiro, uma experiência em corridas que me acaba por colocar nesse nível. Um calo que me permitiu também ganhar uma calma nos momentos cruciais e uma inteligência para saber quando é que devo mexer com uma corrida. Uma maturidade que também se verifica depois ao nível da parte comunicacional com os colegas e na própria gestão de interesses da equipa.

O Amaro Antunes acredita que nasceu para ser uma estrela, no sentido em que nasceu para ter grandes vitórias no ciclismo português?

Penso que, e como se costuma dizer, as estrelas não nascem estrelas. Para se chegar a esse patamar, é preciso muito trabalho e, acima de tudo, partir para um treino quase como se fosse uma competição. Quando saio para um treino, eu próprio deparo-me com picardias com os colegas de equipa, o que acaba por ser saudável, torna-me ainda mais competitivo, até mesmo num treino. E é essa essência que nos faz chegar depois a uma competição e querer vencer, ou pelo menos estar sempre nos lugares cimeiros. O papel de ganhador começa a desenvolver-se a partir destes momentos.

A verdade é que, dentro de uma equipa, nem todos podem lutar pelo triunfo, e a tarefa de muitos ciclistas passa por ser a ‘formiga trabalhadora’, assim como o ‘impulsionador’ para o triunfo do seu chefe de equipa. Isso, por vezes, não pode gerar alguma frustração de quem é ‘formiga’ e ambiciona já ser líder?

Sem dúvida que isso é um ponto bastante importante, mas eu acho que, no ciclismo, o atleta passa por várias fases. Há a fase em que somos jovens e queremos adquirir só experiência. Há o primeiro ano como profissionais e aí a missão passa por adquirir experiência com os mais velhos e sermos o mais úteis possíveis, e geralmente nas corridas de baixa categoria as equipas dão oportunidade aos mais jovens para se mostrar. Aí é que temos de mostrar aquilo que valemos. Infelizmente, nem todos servem para ganhar, alguns servem apenas para trabalhar em prol de uma equipa. Por isso é que no ciclismo há vários papeis a desempenhar. No que diz respeito aos líderes, têm que passar por várias fases, começando por ajudar os colegas a ir buscar água. É um enorme percurso até lá chegar. Engane-se quem acha que o líder chega a essa condição sem antes passar por um enorme processo evolutivo. Quando chegamos a líder temos de liderar, mas também desempenhar outras tarefas. Dou o exemplo do Ricardo Mestre, que também ganhou uma Volta a Portugal, na altura que era mais jovem, e agora vemo-lo com uma mentalidade diferente. Agora é um trabalhador nato e vemos o fantástico desempenho que tem em prol da equipa. No World Tour temos o Tony Martin, um ex-campeão do mundo do contrarrelógio, e que era um matador dos contrarrelógios, e também passou de um enorme líder para um grande trabalhador de equipa. E, se calhar, o trabalho dele é mais valorizado agora, porque é notório, do que quando ganhava as provas. Penso que a mentalidade de um ciclista tem de se adaptar às várias passagens da vida, e perceber quando deixa de se ser um líder à procura de vitórias para a necessidade de se ajustar a uma nova realidade. Se calhar, na cabeça de quem tem de se reajustar, é complicado proceder a essa mudança, e eu não vou fugir a isso, e também vou passar por esse processo, mas é normal, e acaba depois por ser cada atleta a decidir se quer proceder a essa mudança ou, em detrimento disso, desistir da modalidade.

Mas o Amaro acredita que algum dia vai estar na condição de líder de uma grande equipa, e pronto para lutar pela conquista de um Giro, de uma Vuelta ou de um Tour?

Na equipa onde estou fui prova disso. A minha vitória na Volta a Portugal não surgiu por acaso. Antes da competição, a minha equipa já depositava confiança em mim, de que podia estar a liderar esta prova nas etapas finais e, quiçá, até de a ganhar. Este ano, o caminho também apontará por aí, até porque a responsabilidade aumentou e a confiança na equipa também é notória. Sei que sou um atleta útil e estarei ao dispor daquilo que o diretor desportivo da minha equipa pretenda, mas sei que serei um atleta para discutir corridas.

Mas os portugueses pedem o céu e querem sempre mais. E sonham, mesmo aqueles que não acompanham a modalidade tão de perto, que um ciclista luso venha um dia a conquistar uma das três grandes provas do ciclismo mundial. É possível sonhar com essa meta?

É sempre uma incógnita. Eu fiz o Giro de Itália em 2019, e sei bem as dificuldades pelas quais um ciclista tem de atravessar. A dureza de um Giro, de uma Vuelta ou de um Tour é comparável à de uma Volta à Portugal, seja ao nível físico e psicológico. Acredito que numa das maiores competições tudo é possível, sabendo que é extremamente difícil. Também seria hipócrita dizer que é algo que se pode concretizar rapidamente, porque é mesmo muito complicado. E cada vez vemos os atletas mais novos de outras nacionalidades a sobressaírem com uma notoriedade incrível. Mas lá está, temos de continuar a trabalhar e seguir nesta linha em que se encontra o ciclismo português. Há uns anos, era impensável vermos ciclistas portugueses a participar num Tour, num Giro ou numa Vuelta, e agora não. Há cada vez uma maior aposta no ciclista português.

O João Almeida não é um episódio do acaso então [em 2020 foi quarto na classificação geral do Giro]?

Claro que não, e já deu provas disso. Vimo-lo no Giro no ano passado muito bem. Este ano já terminou um World Tour no pódio, e agora toda a gente está expectante por ver a nova edição do Giro, porque poderá trazer grandes alegrias aos portugueses.

Às vezes, não temos a real dimensão do esforço físico que um ciclista tem de fazer no decorrer de uma prova. Que tipo de preparação é necessário fazer antes de uma grande prova? 

Acima de tudo, passa por uma enorme dedicação ao nível do treino. Eu treino todos os dias, com um de pausa por semana. Claro que um treino é sempre diferente de uma competição, mas, muitas das vezes, nós simulamos nos treinos um pouco do que fazemos em prova. O corpo tem memória e isso acaba por ajudar. Um plano de treino bem elaborado acaba por ser o começo para uma vitória. Para chegarmos a uma competição em forma são precisos três ou quatro meses de treino para a mesma.

Mas qualquer corpo tem um limite a nível físico. Alguma vez o ultrapassou? 

Hoje em dia, com a metodologia de treino, e os aparelhos que temos à nossa disposição (GPS, medidores de frequência cardíaca, medidores de potência,…) já temos uma série de fatores em que nos podemos basear, e que nos dá um guião daquilo que estamos a fazer. Obviamente que a seguir a um treino e a todos os testes físicos que nós fazemos, já sabemos até onde podemos ir e quando é que teremos de aliviar. Nós hoje já conseguimos fazer, quase na perfeição, uma economização do esforço físico. E depois há parte da nutrição. Na adrenalina da corrida, esquecemos-nos de alimentar e, muitas vezes, só nos lembramos de o fazer quando o corpo começa a ir abaixo, e começa a dizer que o gasóleo terminou e é hora de levantar o pé. Os níveis de açúcar, quando baixam, passamos por uma sensação assustadora. Na minha juventude, e nos meus primeiros anos de Volta de Portugal, cheguei, algumas vezes, à linha de meta completamente vazio por um erro de alimentação. O querer ir na frente e não ter a concentração para me ir alimentando e hidratando, fez com que o meu corpo ficasse em défice e completamente sem energia. E, nestas alturas, o corpo vai flutuando até chegar à meta, porque o corpo já dá sinais tão desagradáveis, e só grita por ‘comida, comida, comida’. Por isso é que digo que é necessária uma enorme concentração quando se está em cima da bicicleta, desde estar protegido na equipa, e ir abrigado do vento e da chuva, até à alimentação. Saber alimentar-nos nos momentos certos é crucial.

Da sua resposta derivam-me duas curiosidades. Qual foi o maior número de quilómetros que fez em apenas um dia?

270km!

E como já se falou tanto de comida nesta conversa. Qual é o seu recorde de calorias ingeridas num só dia? 

Numa etapa, chego a ingerir cinco mil calorias e a perder essas cinco mil no dia da prova. Numa etapa da Volta a Portugal, em pleno mês de agosto, chegamos a beber seis a sete litros de água por etapa, e estamos a falar de cinco a seis horas de prova por dia. É brutal o que se perde e, se não tivermos cuidado, é muito fácil ficarmos desidratados, e no dia seguinte a parte muscular ressentir-se. O défice de sódio e potássio notam-se logo, os músculos ficam bastante tensos e as pernas começam a acumular desgaste. Se juntarmos o desgaste à desidratação tudo se torna muito difícil numa prova que tem vários dias.

Apontando agora agulhas para o futuro. O Amaro, neste momento, está na W52-FC Porto. Imagina, a médio/longo prazo, o salto para uma equipa internacional?

Neste momento, ainda tenho dois anos de contrato, este e o próximo. Seria injusto da minha parte estar já a pensar nisso. É algo que, quando chegar, irei refletir e falar com as pessoas que trabalham comigo, mas, neste momento, estou contente e sinto-me bem nesta equipa que me acarinha bastante. Estou focado aqui, e, quando chegar à altura, irei analisar o que é melhor para mim.

E recuando ao dia da sua vitória na Volta a Portugal. Alguma vez imaginou que iria ter um Presidente da República a parabenizá-lo por uma conquista?

Para ser sincero, foi uma enorme surpresa. Uma surpresa bastante positiva ser recebido pelo Presidente da República. É algo que qualquer pessoa, e não só ligada ao desporto, gostaria de ter o privilégio. Felizmente, consegui e acabou por ser um motivo de orgulho poder ver um ano tão difícil ser reconhecido. Ganhar a Volta foi um enorme balão de oxigénio, e ser recebido pelo Presidente foi a ‘cereja’ no topo do bolo.

Notícias ao Minuto [Marcelo Rebelo de Sousa a homenagear Amaro Antunes pela sua conquista na Volta a Portugal]© Global Imagens  

Quais eram os seus maiores ídolos na modalidade quando era mais jovem?

Recordo-me muito do Alberto Contador. Vibrava muito com a forma como ele vencia. Lembro-me também do José Azevedo, e aquele trabalho que fazia para os seus líderes. Talvez tenham sido as minhas maiores referências na altura.

Os ídolos que, muitas das vezes, deixam de ser o ser, após se descobrir que eles acusaram positivo em testes antidopagem. Além da descredibilização para a modalidade, isto também acaba por ser frustrante para tantos amantes do ciclismo que os viam como referências?

Obviamente que, quando temos uma pessoa como ídolo, o nosso primeiro pensamento é seguir as pegadas dele e tudo aquilo que ele faz. Nós olhamos para o exemplo do Cristiano Ronaldo, que é um ‘monstro’ dentro do desporto, e reparamos em tudo o que faz dentro das quatro linhas. Se ele for campeão de determinada forma, nós queremos seguir essa fórmula, tornando-se assim o nosso exemplo. E, quando descobrimos que uma referência, para nós, testou positivo, claro que vem aquela frustração, e a modalidade sofre com isso, mas é de sublinhar que o que sucedida há 20 anos é muito diferente do que o que se passa atualmente ao nível dos controlos. Nós agora somos sujeitos a um elevado nível de controlos, temos sistemas de localização, temos passaporte biológico e a agência mundial antidopagem sabe todos os controlos que nós fazemos. Entrar por essa via é complicada, e por isso é que vemos que quem deriva por esse caminho facilmente é apanhado.

Porém, o doping aparece muitas vezes associado a nomes de ciclistas. Por que é que isso acontece?

Eu penso que não. Se formos a ver estatísticas, o ciclismo nem é o desporto com mais doping. Aquilo que acontece é que, a nível de controlos, o ciclismo talvez seja a modalidade a nível mundial mais controlada. Em todas as provas há controlos antidoping, desde as nossas residências aos sítios onde estamos a estagiar. A modalidade, pelo seu passado, também acaba por ser crucificada e qualquer notícia que saia toma logo uma proporção enorme, comparativamente a outras modalidades que até têm mais casos de doping do que o ciclismo. Isto depois também é frustrante para nós, ciclistas profissionais, porque também é complicado gerir toda esta situação.

Antes de colocarmos um ponto final a esta conversa, gostava ainda de lhe fazer estas duas perguntas. Qual foi o pior dia da sua carreira?

O pior é sempre quando temos uma expetativa de vencer e as coisas não correm como queríamos. Se calhar, não enumeraria um, mas vários dias em que tive as expetativas tão altas, e depois as coisas acabaram por não correr assim tão bem. É muito mau partirmos para um dia de prova e sentirmos que o nosso ojetivo não se vai tornar uma realidade, muitas das vezes porque o nosso corpo não esteve à altura do compromisso. Isso deita-nos um pouco abaixo, mas no dia seguinte temos logo de refazer o que não correu tão bem no dia anterior.

Gostava agora que me completasse esta frase. Chegar ao céu passa por…

Passa pela vitória.

E em que prova?

A partir de agora, em todas aquelas corridas em que a equipa participa. Todas as que se realizarem e estão estipuladas, quero realiza-las da melhor forma. Agora, claro que, para mim seria fantástico revalidar o título da Volta a Portugal.

Estava a tentar ‘arrancar’ do Amaro Antunes a sua prova fetiche ou aquela pela qual tem uma maior estima…

Por acaso até tenho (risos).

E não a quer revelar?

(risos) Eu quando tenho um objetivo gosto de o guardar e só quando o concretizar é que o vou pôr em cima da mesa.

Então, concluo que ainda não conquistou a sua prova de eleição…

Não (risos).

Amaro Antunes, muito obrigado por esta conversa e a melhor sorte do mundo em todas as próximas etapas da sua carreira. 

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