Mais uma batalha ultrapassada, outras 11 pelas frentes. O Sporting parece cada vez mais destinado à conquista do título de campeão nacional que lhe escapa desde 2002. Ao fim de 23 jornadas, segue invicto, e a mais recente 'vítima' foi o Tondela, que bateu por 1-0, no 'maldito' estádio João Cardoso, onde já não vencia desde 2018.

Um triunfo 'arrancado a ferros', não só pela forma como foi conquistado - Tiago Tomás só desbloqueou o nulo aos 81 minutos - como também pelas dificuldades que a equipa voltou a demonstrar na criação de oportunidades contra adversários mais fechados, como foi o caso.

Os homens de Rúben Amorim passaram os primeiros 45 minutos instalados no meio-campo adversário, mas só conseguiram criar perigo real por uma vez, quando Pedro Porro bombeou a bola para a grande área, onde apareceu Tiago Tomás, completamente solto, a cabecear muito por cima.

O cenário mudou ligeiramente de figura após o regresso dos balneários. Os auriverdes apresentaram-se ligeiramente mais atrevidos e dispuseram, inclusive, de duas oportunidades de marcar no espaço de um minuto, primeiro por Murillo, que atirou às mãos de Adán, e depois por Mario González, que falhou por pouco o desvio à boca da baliza.

Insatisfeito com o que estava a ver, Rúben Amorim mexeu e a equipa reencontrou a estabilidade. Os leões partiram, uma vez mais, para o ataque, e tanto insistiram que, aos 81 minutos, Tiago Tomás aproveitou uma desatenção da defesa adversário para rematar ao ângulo da baliza à guarda de Pedro Trigueira.

Estava, assim, garantido mais um triunfo 'suado', que permite ao Sporting dilatar, provisoriamente, para 12 pontos a vantagem sobre o Sporting de Braga, que visita o Famalicão no fecho da ronda. Quanto ao Tondela, que sofreu a primeira derrota caseira no ano civil de 2021, permanece com 24 pontos e é 11.º classificado.

Figura

Tiago Tomás é a prova viva de que um lance pode mudar por completo a globalidade de uma exibição. Ninguém pode acusar o jovem leão de falta de garra, mas a verdade é que esteve longe de estar feliz no capítulo da finalização, em Tondela. O avançado desperdiçou duas oportunidades claras para marcar, mas 'redimiu-se' quando marcou o golo da vitória aos 81 minutos, com um belo remate de primeira ao ângulo.

Surpresa

Naoufel Khacef já não era titular desde o final de janeiro, mas voltou a merecer a confiança de Pako Ayestarán, e, enquanto teve pernas, foi uma peça fundamental do Tondela. O argelino foi uma constante 'dor de cabeça' para Pedro Porro e esteve, ainda, envolvido na única ocasião em que o Tondela conseguiu chegar à grande área adversária no primeiro tempo. Saiu aos 63 minutos, completamente esgotado.

Desilusão

Se o capitão Sebastián Coates tão importante tem sido para o Sporting, seja defensiva, seja ofensivamente, desta feita deixou algo a desejar. Não cometeu qualquer erro individual, mas expôs-se em demasia, especialmente no segundo tempo, quando, sabendo que já tinha um cartão amarelo (que o afasta da receção ao Vitória SC), cometeu uma falta perigosa sobre Mario González, que lhe podia ter valido a expulsão.

Treinadores

Pako Ayestarán: Não esqueceu que saiu de Alvalade, na primeira volta, com uma pesada derrota por 0-4, e encarou a receção ao Sporting com cautelas redobradas. Montou uma autêntica 'muralha' defensiva que os leões poucas vezes conseguiram penetrar, procurou condicionar a saída de bola adversária e tentou explorar o contra-ataque, que por pouco não resultou no arranque do segundo tempo, quando Murillo apareceu em zonas perigosas por duas vezes.

Rúben Amorim: É em jogos como este que ficam à vista as carências do plantel leonino. Tiago Tomás não era, de todo, o avançado ideal para a ocasião, mas o treinador tentou, aos poucos, ir adaptando a equipa de forma de forma a conseguir encontrar maneira de criar ocasiões de perigo. No segundo tempo, lançou Matheus Reis, Bruno Tabata e Jovane Cabral, o que acabou por baralhar as ideias ao emblema da casa.

Árbitro

Noite pouco feliz para Nuno Almeida, particularmente no segundo tempo. Aos 73 minutos, não assinalou uma grande penalidade por 'pisão' de João Pedro sobre Tiago Tomás, e instantes depois, 'esqueceu-se' de exibir o segundo cartão amarelo e respetivo vermelho a Sebastián Coates, por travar a saída para o ataque de Mario González.

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