Com 2020 marcado por uma interrupção de várias provas, adiamento de calendários internacionais e muita confusão e dúvida, nem por isso o desporto profissional se deixou de fazer representar, quer cá dentro, quer lá fora. 

Os atletas resistiram à tentação de baixar a guarda, desistir ou adiar planos de vitória e, quer em terras lusas, quer além fronteiras, muitos foram os que se empenharam em tentar dar algum brilho a um ano negro. 

Se João Almeida, por exemplo, fez história no Giro de Itália, Lewandowski no futebol e LeBron no basquetebol, muitos foram os que despiram a camisola que representam para vestir a da humanidade. 

Confira as escolhas do Desporto ao Minuto para as figuras do desporto mundial em 2020.

100 metais a pedalar para os títulos - Almeida, Monteiro e Pimenta fizeram brilhar as modalidades

Muitas vezes os atletas das modalidades queixam-se da pouca notoriedade que granjeiam junto da comunicação social. Porém, em 2020, queremos dar destaque a quem, como em todos os anos anteriores, tem lutado com Portugal ao peito para trazer glória para o nosso país.

Se João Almeida brilhou nas duas rodas com um registo histórico no Giro de Itália, o menino de A-dos-Francos, nas Caldas da Rainha, apenas não fez melhor porque não resistiu de rosa a três dias do final da prova. Para a história, ficou um registo impressionante que pulverizou o de José Azevedo, quinto em 2001, com um quarto lugar e a liderança da prova italiana durante 15 dias.

Por outro lado, nos tatamis, Telma Monteiro continua a mostrar que a garra é algo que nunca a vai abandonar. Tornou-se vice-campeã da Europa de Judo, na categoria de -57 kg, conseguindo continuar a escrever páginas de ouro nesta modalidade, isto porque, desde que se estreou, em 2004, então com 18 anos, tem garantido sempre uma medalha nos europeus.

Por fim, Fernando Pimenta. O canoísta portuguesa é uma máquina de vitórias e, mesmo com os Jogos Olímpicos adiados, não adiou as suas vitórias. O atleta  limiano agremiou mais três medalhas, duas das quais de ouro, passando a marca das 100 medalhas em provas internacionais com o seu triunfo na Taça do Mundo, em Szeged, na Polónia, onde, refira-se, Joana Vasconcelos venceu em K1 500 metros.

Década começa com 'novo rei', um Bayern imparável e Klopp reconhecido 

Se o panorama futebolístico mundial foi dominado por completo nas últimas décadas por Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, com apenas um intruso pelo meio - Modric -, 2020 trouxe-nos um novo rei do golo. 

Depois de mais uma temporada surpreendente, o internacional polaco do Bayern Munique, Robert Lewandowski, foi eleito o atleta do ano, num 2020 em que não houve margem para a entrega do emblemático The Best.

Contudo, não foi só o avançado dos bávaros a brilhar, isto porque o seu Bayern limpou a Champions frente ao PSG, assumindo-se como o mais temível entre os vários tubarões europeus.

Klopp, que tinha vencido no ano anterior, conquistou o galardão de melhor técnico do ano, levando o seu Liverpool para patamares estratosféricos e devolvendo uma alegria ao futebol que permitiu respirar melhor num ano marcado pela ausência, em grande parte do ano, de adeptos nas bancadas.

Portugueses lá fora continuam a brilhar, mas Ronaldo e Bruno estão imparáveis

Falar de futebol numa análise de ano e não pôr Ronaldo na equação é quase como tentar passar um natal em solo luso sem o cheiro de bacalhau a cozer ao lume.

O internacional português, já com 35 anos nas pernas, continua a ter um lugar destacado na elite do futebol, e os seus registos de golos e recordes continuam a avolumar-se. Não teve o melhor ano da carreira, mas o brilhantismo e profissionalismo que põe em cada uma das ações é meritório de menção.

E, se o avançado da Vecchia Signora continua a agitar o mundo do futebol, que dizer de Bruno Fernandes? Depois de violar vezes sem contas as balizas portuguesas, o médio do Manchester United fez o que poucos pensavam ser possível: transformar e dar esperança a um clube em descrédito.

Saltando de Alvalade para o teatro dos sonhos em janeiro, numa das transferências mais caras do mercado, o centrocampista tem já fama de Scholes e faro de Ronaldo. Os adeptos continuam rendidos ao seu talento e nós cada vez mais. 

Porque a 'dobrada' só é boa com feijão, olhemos fora da caixa

Se nos campos de futebol e nos ringues de qualquer modalidade já temos as figuras escolhidas, há ainda espaço para três destaques finais. O primeiro irá para LeBron James. O basquetebolista norte-americano continua a fazer história, ajudou os Lakers a conquistar o título da NBA e, aos 35 anos, renovou a pensar em jogar... com o filho.

Por outro lado, se Rashford já é uma máquina de golos em campo, o que dizer dos seus gestos fora das quatro linhas? Em plena pandemia, preocupado com as crianças, que como ele, na infância, passam fome, o futebolista do United lançou campanhas no Reino Unido para tentar que nenhuma criança britânica se fosse deitar com fome.

E se de fome falamos, fome tem Sérgio Conceição, mas de títulos. O técnico portista continua a somar troféus de dragão ao peito e, depois de uma dobradinha que fugia há várias temporadas (desde 2010/11), fechou a temporada com chave de ouro ao vencer também a Supertaça de Portugal. Frente ao eterno rival, conseguiu mais um triunfo de peso, alargando para quatro os jogos consecutivos a vencer as águias.