Fernando Santos, selecionador nacional, comentou esta segunda-feira o sorteio da fase de grupos para a qualificação para o Mundial de futebol de 2022. 

O técnico lembrou as muitas dificuldades que Portugal ainda vai enfrentar, apontou à defesa do título europeu conquistado em 2016 e ainda fez de Portugal candidato ao título na prova que irá acontecer no Qatar daqui a dois anos.

Confira o essencial das reações do técnico nacional.

Novos jogadores: As coisas acontecem com naturalidade. Esta é uma seleção de porta aberta, não olha para a idade, mas sim para a qualidade do jogador. Depois temos de escolher 23. Se me aparecerem 9 avançados centro não os posso levar a todos. 

Ronaldo?: Não sou capaz de adivinhar.

Já esteve em dois mundiais. Diferença para um Europeu: A única coisa que tem é que há mais duas seleções de altíssimo nível, Brasil e Argentina, que surgem sempre como favoritos e num Europeu não estão. Em termos de competitiva, na análise global, o campeonato europeu talvez seja mais competitivo. Já tivemos a infelicidade de sermos eliminados pelo Uruguai. Mundial é a prova-rainha e tem de ser o nosso objetivo. Vencemos o Europeu, a Liga das Nações, ainda vamos defender o título. O nosso foco será o campeonato da Europa do próximo verão e depois preparar muito bem o Mundial. Queremos chegar com confiança que podemos vencer o Mundial.

Mundial no verão: Temos que nos preparar bem. Temos um pouco mais de tempo. Ninguém sabe como as coisas vão evoluir no próximo ano com a pandemia. Não sabemos como vai ser este processo. Imaginemos que fica tudo bem, teríamos mais tempo. Mas se não correrem como queremos, pode tudo alterar-se.

Público: Os jogadores portugueses não tem agora atenuante de ter público adversário ou não. Acho que não ter público nota-se mais em casa. Ter público motiva-nos, fora. A questão é em casa... Muitas vezes quando os jogos não estão a correr bem é o público que nos empurra. 

República Irlanda: São equipas que defendem muito bem e fazem sempre a vida difícil aos seus adversários. No que é a capacidade técnica não é o seu ADN. A formação em muitos países avança muito para uma área e menos para outra. São uma equipa atleticamente forte. Para nós trás mais vantagem não jogar num campo molhado. Temos de ficar em primeiro lugar. 

Portugal o mais forte do grupo?: Isso é evidente. Se não nos assumissemos como favoritos o que iríamos fazer.

Empate com Sérvia na Luz: É uma equipa com muita qualidade. Em termos ofensivos têm muita qualidade. Esta equipa sempre oscilou muito em termos de organização, tem sido um dos problemas da Sérvia e têm tentado melhorar. Em termos individuais têm muita qualidade. Vamos ver... Já passou algum tempo. Vamos ver quem serão os jogadores. À semelhança de Portugal, há muita gente nova sempre a aparecer. É um adversário como todos os outros, temos muito respeitos, mas acredito que Portugal é melhor.

Sérvia: Gostava de não os encontrar no inverno. Era bom evitar equipas em que o tempo de chuva e neve acaba por cair no inverno. Quando o campo não está em grandes condições, a técnica não marca tanta diferença. 

Data de março: Esta data não existia, porque era para ser para o campeonato da Europa. Há muitos condicionalismos e datas apertadas para os clubes. Entrar por estas questões não vai resolver qualquer problema, o problema resolve-se em campo. Temos uma ambição natural e é isso que vamos procurar fazer. Vamos jogar de três em três dias... Um viagem ao Azerbeijão pode complicar um pouco as questões logísticas. Pensar que grupo já está ganho seria o pior erro.

Sérvio adversário mais complicado?: Se olharmos só para o plantel, a Sérvia é um país que tem muitos jogadores de elite. A Sérvia tem é alguma dificuldade em compatibilizar todo este talento em campo. Agora para a Liga das Nações aconteceu isso. São equipas que têm muito valor e capacidade, mas depois têm alguma dificuldade. Quando estão ao seu verdadeiro nível são muito poderosos. Há muitas equipas com melhor ranking, mas que não são tão fortes como a Sérvia. Temos de estar preparados para os jogos. Temos a dificuldade de só termos cinco adversários e vai haver imposição de jogarmos jogos particulares. Esta imposição, que já aconteceu no passado, acaba por gerar a impossibilidade de trabalharmos de outra forma. É trabalhar para ganhar.

Sorteio: Estes sorteios não são para analisar, são para jogar e ganhar. Estas análises são sempre muito teóricas. Já tivemos situações teoricamente mais difíceis que se tornaram mais fáceis. Agora é preciso preparar bem e ver o calendário. Se forem adversários que conhecemos melhor pode ajudar-nos na análise. Irlanda e Azerbeijão nunca defrontei como selecionador. Temos de procurar meios para os conhecer. Se Portugal quer ser candidato a campeão do Mundo, e se se assume assim, tem de passar a fase de grupos.