Surfistas 'em terra'? Matheus Navarro anseia o regresso das competições

O surfista brasileiro que, no ano passado se sagrou campeão do WQS da Flórida e no WQS da Argentina, aguarda pelo regresso das competições no circuito Men's Qualifying Series, depois de meses de paragem imposta pela Covid-19.

Covid-19 deixou os surfistas ‘em terra’

© Getty Images

Filipa Matias Pereira
20/12/2020 07:14 ‧ 20/12/2020 por Filipa Matias Pereira

Desporto

Surf

A chegada da primeira vaga de Covid-19, no início deste ano, obrigou a Liga Mundial de Surf (WSL) a cancelar os circuitos mundiais, deixando os surfistas ‘em terra’. Longe da adrenalina dos torneios do Men's Qualifying Series (WQS), Matheus Navarro, surfista brasileiro, anseia pelo regresso à competição e por voltar a subir ao pódio.

“Estávamos na Austrália a competir no circuito da WQS quando, num evento, a WSL avisou que todas as etapas seguintes seriam canceladas e que todos os atletas deveriam regressar ao país de origem. Foi um choque grande porque tínhamos a viagem pela Austrália e Nova Zelândia toda planeada e, a meio da temporada, tivemos de voltar para casa”, recorda Matheus Navarro em entrevista ao Notícias ao Minuto. 

Apesar de a Liga Mundial de Surf ter anunciado o regresso do circuito do Men's Championship Tour (WCT), a elite do surf, com o Billabong Pipe Masters, entre 8 e 20 de dezembro, ainda não há novidades quanto ao regresso das competições do circuito WQS.  

Ao longo destes meses de paragem forçada, Matheus Navarro não deu ‘descanso’ à prancha e, mesmo sem competições, cruzou oceanos e viajou até destinos paradisíacos. O objetivo? Aproveitar as ondas, treinar manobras e manter-se em forma enquanto aguarda, ansiosamente, que a WSL anuncie o ‘palco’ do próximo torneio do WQS

O surfista originário de Balneário Camboriú, do estado de Santa Catarina, no sul do Brasil, regressou recentemente das Maldivas. Nas águas cristalinas do Índico, Matheus matou saudades das manobras aéreas, das curvas e dos tubos durante longas horas de treino. 

Mesmo sem competições, fui-me mantendo ativo e procurando a evolução no meu desporto

“Treinei bastante a componente física durante o período em que fiquei em casa. Assim que foi possível ir para as Maldivas, viajámos para lá e foi fantástico. Fizemos muito material [vídeo e fotográfico] e foi muito bom para treinar. Mesmo sem competições, fui-me mantendo ativo e procurando a evolução no meu desporto”, indica. 

O berço do surf mundial, o Havai, seria o próximo destino de Matheus Navarro, mas o encerramento de alguns serviços no Brasil, devido ao surto de SARS-CoV-2, obrigam-no a ficar no país. “Ia tentar ir para o Havai no final do ano, mas o meu visto expirou e os serviços que fazem a renovação estão fechados”, revela. 

Mas o impacto da pandemia não se manifestou apenas no cancelamento das competições. Muitos surfistas profissionais foram afetados pelo facto de os patrocinadores terem visto as receitas descerem. De acordo com Matheus Navarro, “muitas empresas estão a sofrer com a pandemia e não podem pagar o salário integral dos atletas. Foi muito complicado, mas eu consegui superar e fazer duas viagens na reta final do ano para treinar”. 

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"Foi uma volta brilhante, tive o meu melhor ano"

‘Pedras no caminho? Guarda todas, um dia vou construir um castelo’. A expressão é do poeta português Fernando Pessoa, mas poderia traduzir o percurso profissional do surfista de 26 anos. 

Ao fim de oito anos de contrato, o catarinense perdeu o principal patrocinador e viu-se obrigado a abandonar as competições. Confessando que, na altura, se sentiu “um pouco perdido”, Matheus esteve cerca de um ano e meio sem patrocinador principal. “Tinha um contrato de oito anos com uma das maiores empresas do mundo e fiquei sem saber o que fazer. Não dá para competir sem patrocinador, o circuito mundial é muito caro”. 

Durante esse período, o jovem atleta não cortou, porém, o ‘cordão umbilical’ ao desporto que lhe está no ADN. Depois de ter conseguido o patrocínio de uma empresa da região onde vive, regressou “ao ativo como 'free surfer', viajando para produzir fotos e vídeos, sem competições”. 

E foi numa dessas viagens que o jovem brasileiro viu a ‘luz ao fundo do túnel’ e encontrou o caminho de regresso ao WQS. “Numas dessas viagens, conheci uma pessoa que tem uma grande empresa, o Grupo Cataratas, que me viu surfar e que investiu no meu regresso às competições. Foi uma volta brilhante, tive o meu melhor ano. Agora é esperar o circuito voltar para ir com tudo”. 

No regresso à competição, Matheus ‘renasceu das cinzas’ e, em 2019, teve “duas vitórias muito importantes, no WQS da Flórida e no WQS da Argentina. Tive também um vice-campeonato no México no mesmo ano e foram três eventos que me mantiveram no top 100 do mundo, que era o meu objetivo para poder competir as etapas ‘prime’”.

É em Balneário Camboriú, a cidade considerada como a ‘Dubai Brasileira’, que passa a maior parte do tempo, sobretudo agora que as competições foram interrompidas, mas o surfista canarinho confessa que guarda, no coração, a saudade das ondas portuguesas. “Tenho orgulho de fazer parte desta cidade e de a representar, mas digo a toda a gente que existem poucos lugares no mundo onde moraria e um deles é Portugal. Sempre fui bem recebido, tem ondas incríveis e já vivi aí grandes momentos. Gostei muito de conhecer os Açores e a Ericeira está entre os meus lugares favoritos no mundo”. 

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