"Um jogador enorme, mágico. Obviamente que é um jogador que vai ficar eterno. Mesmo nos momentos menos bons que teve na vida, até politicamente, não há ninguém que não tenha um certo carinho pelo Maradona", disse à agência Lusa.
Carlos Manuel defrontou Maradona em três ocasiões: a primeira ao serviço do Benfica, num encontro particular disputado contra a seleção argentina, em Buenos Aires, em 1981, e as duas seguintes pelo Sporting, na primeira eliminatória da Taça UEFA de 1989/90, diante do Nápoles, que venceu nas grandes penalidades, após dois 'nulos'.
Na primeira mão, em Alvalade, Maradona iniciou como suplente, pois "era o primeiro jogo que ia fazer depois de uma fase menos boa, em que esteve parado muito tempo", tendo entrado a cerca de 20 minutos para o fim da partida, a tempo de trocar a camisola com Carlos Manuel, capitão do Sporting.
"Ia a andar para o túnel, para falar com as rádios e as televisões. e, quando estou a descer os degraus, alguém me toca nas costas. Esse alguém era o Maradona. Fiquei de boca aberta, como é lógico. Ele perguntou-me se eu queria trocar a camisola. Obviamente que troquei", contou.
Na segunda mão, Carlos Manuel recordou a chegada ao estádio napolitano: "Ele e o Careca [ex-avançado brasileiro] vieram ter comigo e perguntaram-me se necessitávamos de alguma coisa, que o Nápoles estava à disposição."
"Depois, no jogo, a decisão foi por penáltis. O Ivkovic [ex-guarda-redes croata do Sporting] aposta com ele [Maradona] 100 dólares que não marcava o penálti e foi verdade. Foi pagar depois à porta do balneário", disse.
O ex-médio, de 62 anos, considera Maradona um jogador que será recordado para a eternidade e que "era uma pessoa fantástica".
"Quem for à Internet e comece a ver, mesmo os miúdos hoje, há muitos vídeos do Maradona. Estamos a falar de uma coisa galática, sem dúvida nenhuma", expressou.
Maradona, considerado um dos melhores futebolistas da história, morreu hoje na sua residência, na Argentina, aos 60 anos, anunciou o seu agente e amigo Matias Morla.
Segundo a imprensa argentina, Maradona, que treinava os argentinos do Gimnasia y Esgrima, sofreu uma paragem cardíaca na sua vivenda na província de Buenos Aires.
A sua carreira de futebolista, de 1976 a 2001, ficou marcada pela conquista, pela Argentina, do Mundial de 1986, no México, e os dois títulos italianos e a Taça UEFA arrebatada ao serviço dos italianos do Nápoles.