Sete jogos em 22 dias. Uma derrota e um empate. O Benfica fechará neste domingo, frente ao Sporting de Braga, um ciclo verdadeiramente infernal, mas um ciclo que só não ficou mais manchado de negro por causa de Darwin Nuñez.

É que o menino uruguaio, chegado depois do não de Cavani a uma mudança para a Luz, tem sido o transmutador de uma águia que ainda se está a encontrar.

Ontem, quando a sua equipa perdia e jogava com 10 jogadores, saltou do banco, assistiu na insistência para o 2-3 de Rafa Silva e ainda foi a tempo de, com o árbitro com o apito na boca, fazer o 3-3 final. 

Se o jovem jogador contratado esta temporada ainda não é um professor com as suas próprias teorias, Darwin já é, com muita certeza, o abono de Jorge Jesus neste segundo consulado na Luz.

Ontem, respondeu afirmativamente à chamada, mas tem sido um autêntico pronto socorro dos encarnados que parecem, diga-se, ter uma defesa 'furada', sofrendo seis golos em dois jogos. 

Mas vamos às notas do jogo: 

Homem do jogo: Darwin Nuñez. Homem golo do Benfica nos últimos encontros, o menino voltou a fazer aquilo que os adeptos mais gostam: marcar. Entrado com a sua equipa a perder, o jovem avançado assistiu para o primeiro de Rafa Silva (2-3) e furou pela defesa contrária a passe do recém-entrado Waldschmidt. Está em grande forma e não é de estranhar o assédio que já vem sofrendo.

Surpresa: Kent. Joga muitas vezes na sombra de Morelos, avançado que já chegou a estar nas contas do FC Porto, mas este menino de 23 anos com percurso no Liverpool foi uma das agradáveis surpresas do encontro. Sem medo de rematar, sem medo de arriscar partir para cima do adversário, merece nota de destaque. 

Desilusão: Taarabt. É raro termos certezas sobre quem escolher para este ponto e o jogo de ontem não foi diferente. Com Otamendi expulso, com Cebolinha sem gás, com várias unidades a comprometerem, como Diogo Gonçalves que fez um autogolo,era ainda mais complicado escolher. Contudo, o marroquino esteve vários furos abaixo do que é normal. Não conseguindo ser vertical, com pouca bola no primeiro tempo, teve mais dificuldades ainda depois da saída de Pizzi que deu lugar a Jardel.

Treinadores:

Jorge Jesus: Mexeu ao intervalo mudando os laterais depois de já ter arriscado no onze com algumas alterações. Precisava da sua equipa a responder em campo depois de uma derrota pesada por 3-0 no Bessa e até entrou bem. Depois da expulsão de Otameni (19'), foi forçado a mexer no meio campo para manter a compostura defensiva, mas pareceu só ter acertado nos toques finais que já pareciam remendo. Meteu Darwin que assistiu Rafa, e meteu Waldschmidt que assistiu Darwin. Salvou-se pelas opções finais num jogo onde a sua equipa mostrou falta de fibra e gás.

Steven Gerrard: Empatar um jogo que se esteve a vencer por 3-1 contra dez jogadores é, no mínimo,... má sorte. Viu a sua equipa entrar mal no jogo com um autogolo a começar a partida, mas nunca abdicou de fazer o seu jogo mesmo quando apertado. Com Otamendi expulso e com um segundo tempo a chegar com o 3-1, pareceu ter o golo controlado, mas deixou-se adormecer no banco e no campo. O resultado de 3-3 não corresponde ao maior domínio dos escoceses, mas aceita-se pela incompetência dos visitantes. 

Árbitro: Jesús Gil Manzano. Teve um jogo com algumas incidências, logo a começar por uma expulsão nos minutos iniciais contra o Benfica. A sua equipa também teve algum trabalho, com vários foras de jogo e jogadas no limite... sem VAR. Ainda custa acreditar que não há video-árbitro nestas partidas, mas o juiz de campo até sai com nota positiva.