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"Portugal tem um grave problema a resolver, diria até preocupante"

O Desporto ao Minuto convidou Olivier Bonamici, jornalista francês de ascendência italiana, e que trabalha em Portugal, para analisar o último duelo entre os vigentes campeões: o do Mundo frente ao da Europa.

"Portugal tem um grave problema a resolver, diria até preocupante"
Notícias ao Minuto

08:03 - 13/10/20 por Ricardo Santos Fernandes

Desporto Olivier Bonamici

Em Portugal, desde 1996, e casado com uma mulher lusa, Olivier Bonamici, jornalista francês de ascendência italiana, é certamente um dos profissionais de comunicação que melhor conhece a realidade que se vive nos dois país na esfera desportiva.

Dessa forma, o Desporto ao Minuto convidou o atual comentador da Eurosport para analisar o confronto entre os vigentes campeões: o do Mundo frente ao da Europa.

França e Portugal anularam-se, no passado domingo, em Saint Denis, em Paris,  num duelo "aborrecido" e que "pouco disse às duas seleções".

"Por dois motivos este jogo soube a muito pouco: primeiro não tinha quase público nas bancadas e depois não contava nem para um Europeu ou um Mundial. Em França, aliás, não havia grande expetativa para este encontro. A Liga das Nações, em solo gaulês, tem pouca importância, todavia, falou-se obviamente, dias antes da partida, de vingar a derrota imposta por Portugal (na final do Euro'2016)", começou por dizer Olivier Bonamici, falando de uma "partida muita fechada e demasiado táctica" e.... sem espectro de vingança.

"Todavia, mesmo que a França ganhasse a vingança não estaria lá. A Liga das Nações importa a quem ganha, é uma competição de nível médio e senti que a seleção francesa estava pouco motivada. E Portugal, idem. Em junho (Euro'2020), o confronto entre as duas seleções já será diferente. Este foi muito táctico, muito fechado e, apesar da qualidade das individualidades, foi um jogo super aborrecido". 

No decorrer da conversa Olivier Bonamici não escondeu a admiração que tem pelo quarteto ofensivo português, porém, não esconde a desilusão de ver individualidades sobredotadas com "pouca animação" nos últimos dois duelos (Espanha e França). O jornalista da Eurosport também não esconde outra ilação que se pode retirar das partidas destas duas formações: quer franceses, quer lusitanos têm argumentos mais sólidos do que há quatro anos. 

"No papel, as duas seleções são melhores ao nível ofensivo, mas no papel isso não significa ganhar. A Seleção Nacional de hoje é melhor do que a que venceu o Europeu há quatro anos. Todavia, apesar de ter Bruno Fernandes, Bernardo Silva, João Félix e Ronaldo, Portugal não marcou qualquer golo em duas partidas (Espanha e França). Portugal tem os nomes, mas em muitos momentos falta a animação ofensiva. No caso da congénere francesa, a seleção tem uma referência que não tinha em 2016: Kylian Mbappé. Os lusos já tinham Ronaldo, França descobriu muitos anos depois uma figura ímpar no seu jogo ofensivo.  As duas seleções têm é algo surpreendente: conseguem lançar jovens de qualidade com tremenda facilidade e isso é resultado dos excelentes centros de formação que existem nos dois países".

E, nas vésperas do encontro, muito se falava do duelo individual entre Mbappé e João Félix, duas das maiores estrelas e futuras bandeira-estandarte dos respetivos países, mas a verdade é que os 'holofotes' não os acompanharam neste último duelo. 

"Todos reprovaram neste exame, até Cristiano Ronaldo. Isto não é só uma questão de João Félix e Mbappé. Acredito, e comparando o quarteto ofensivo das duas equipas, que a de Portugal tem maior talento, todavia a Seleção Nacional tem um problema preocupante: não tem extremos como Quaresma e Nani. É grave a ausência de jogadores que façam as alas, em contraponto a uma enchente de futebolistas que ocupam as zonas interiores", rematou Bonamici.

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