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O adeus à família que mais deu à Formula 1

Depois do Grande Prémio de Itália, em Monza, a família Williams sairá do controlo da equipa que até aqui detinha. A mítica Williams Grand Prix Engineering foi vendida e agora pertence ao fundo de investimento Dorilton Capital.

O adeus à família que mais deu à Formula 1
Notícias ao Minuto

07:40 - 04/09/20 por Ruben Valente

Auto Fórmula 1

E, 739 corridas depois, a Formula 1 diz adeus à família que mais deu ao 'grande circo'. A equipa Williams vai manter-se, mas Claire, a filha do lendário Frank e atual 'team principal' da escuderia, anunciou que, a partir do Grande Prémio de Itália, em Monza, a família Williams deixa de fazer parte da mesma.

"É com um peso no coração que me afasto do meu papel na equipa. Gostaria de ter continuado o meu trabalho para o futuro e preservar o legado da família Williams para a próxima geração, mas precisámos de encontrar investimento este ano, devido a uma série de fatores, alguns deles fora do nosso controlo, o que resultou na venda à Dorilton Capital", referiu Claire Williams, que substituiu o pai na liderança da equipa no ano de 2013.

A Williams F1 Team pertence, agora, ao fundo de investimento norte-americano Dorilton Capital, que adquiriu a equipa com o objetivo de a colocar novamente na ribalta e no topo do desporto que um dia dominou.

Os novos donos da escuderia britânica pretendiam que Claire continuasse na liderança, mas a filha de Frank Williams decidiu que esta era a hora de dizer 'adeus', e a despedida foi emocionada. 

A queda que 'obrigou' à venda 

O novo século não foi, claramente, um dos capítulos mais felizes da Williams. Basta começarmos por sublinhar que o último título de pilotos e construtores data de 1997, que coincidiu com o 'adeus' da equipa aos motores Renault. Desde então, a equipa liderada por Frank Williams até 2013 nunca mais iria festejar um título na Formula 1. Jacques Villeneuve foi o último campeão mundial com um carro da Williams Grand Prix Engineering.

Seguiram-se vitórias, pódios, anos competitivos, mas a queda começou a acentuar-se na segunda década dos anos 2000. O sucesso estava cada vez mais longe e, no ano de 2018, soaram os alarmes. Já com Claire no comando da equipa, a Williams era uma das menos competitivas do pelotão e nessa temporada somou apenas sete pontos. Em 2019, bateram no fundo e foram claramente os elos mais fracos da F1: a Williams somou apenas um ponto.

Este ano, apesar das melhorias no seu monolugar, nem George Russell e muito menos Nicholas Latifi, conseguiram chegar aos lugares pontuáveis. Dificuldades desportivas que andaram sempre de mãos dadas com as dificuldades económicas, que culminaram então na venda da equipa. A última corrida vencida pela Williams Grand Prix Engineering foi em 2012 e pela mão do piloto Pastor Maldonado, no Grande Prémio de Espanha.

O sonho de Frank e os anos de ouro da Williams

Apesar dos últimos anos repletos de dificuldades, a Williams Grand Prix Engineering deixou uma marca indelével na categoria rainha do automobilismo. Frank tinha um sonho e lutou até o concretizar. Os sacrifícios foram muitos, e, já depois de o britânico ter conseguido ter uma equipa na Formula 1, com a ajuda de Patrick Head, nasceu a Williams com o nome que hoje conhecemos.

Em 1977 disputou a primeira corrida e, apenas três anos volvidos, alcançou o primeiro título mundial. Com o australiano Alan Jones, a Williams começava, assim, a escrever uma página de história.

Seguiram-se vários anos de ouro e duas décadas de grande domínio. De 1980 a 2000, a Williams conquistou nove títulos de Construtores e, com este número de Mundiais vencidos, mantém-se no pódio das equipas mais triunfantes na história deste desporto. Só a Ferrari tem mais títulos conquistados na Formula (16).

Até à data, a Williams regista 114 vitórias, 312 subidas ao pódio, 128 pole positions, 133 voltas mais rápidas em corrida e 3.561 pontos conquistados. Números que impõem respeito e que, nesta nova era da Williams Grand Prix Engineering, se espera que possam aumentar. Vem aí um novo ciclo, uma nova fase para uma das mais históricas equipas do paddock. Perde-se a família que mais deu à modalidade, mas ganha-se um legado que andará sempre de mãos dadas com a história da F1.

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