O jornal A Bola publica, esta quarta-feira, uma extensa entrevista com João Noronha Lopes, na qual o assumido candidato às eleições do próximo mês de outubro tece críticas ao modelo de gestão de Luís Filipe Vieira, especialmente no último mandato.
O gestor assume que "os benfiquistas têm de ter memória e têm de ser gratos pelo trabalho de Luís Filipe Vieira", já que "fez o Benfica crescer, profissionalizar-se", mas sublinha que chegou a altura de virar a página.
"O facto de reconhecer-se o trabalho de quem o fez não invalida que se considere que um período chegou ao fim, que se chegou ao fim de um ciclo e que temos de fazer a mudança", que considera que "o mundo mudou, mas Luís Filipe Vieira não mudou com o mundo".
"O que me preocupou e me preocupa é a repetição exata dos mesmos erros, por excesso de confiança, por soberba, por cansaço, não sei sei. Agora que repetimos os erros de gestão desportiva nos últimos três anos isso foi demasiado óbvio, perdemos dois campeonatos para um clube intevencionado pela UEFA, enfraquecido, saímos do top20 da Europa. Tudo isto reflete essa desorientação, na escolha dos treinadores, no que se diz e no que se faz", lamentou.
João Noronha Lopes recordou, ainda, que Luís Filipe Vieira prometeu "um Benfica europeu e ao mesmo tempo saíram muitos jogadores e não se reforçou a equipa. Garantiu-se que havia treinadores para muitos anos e os treinadores acabaram por sair", e explica aquilo que pode acrescentar ao clube da Luz.
"Trago ao Benfica várias coisas, em primeiro lugar uma capacidade de gestão que resulta de 20 anos de experiência. No meu último cargo tinha a responsabilidade em 160 países, tive de lidar e resolver situações muito complexas e lidar com pessoas muito difíceis. Tenho esta capacidade de gestão internacional, obviamente também nacional porque foi aqui que comecei, tenho conhecimento daquilo que é o Benfica, a experiência com Vilarinho foi muito intensa numa altura muito difícil em que o futebol ainda era mais complicado do que é hoje", referiu.
"E tenho experiência de futebol internacional, a empresa para a qual trabalhava patrocinava a UEFA e a FIFA, desenvolvi boas relações com as pessoas dessas organizações e tenho um conhecimento do mundo do futebol internacional, dos patrocinadores, da importância do merchandising e da internacionalização de uma marca como a do Benfica", completou.