Faltou pandemónio, mas pandemia não roubou festa: Notas do Porto-Sporting
Partiu para o jogo a precisar de empatar frente ao Sporting, num dos jogos eternos do futebol português, mas o FC Porto quis deixar ontem um ponto de honra e na receção aos leões venceu por 2-0. Danilo Pereira inaugurou o marcador ao minuto 64 e Marega fechou aos 90+1. Eis a crónica que um Clássico que deu campeão.
© Getty Images
07:35 - 16/07/20 por Notícias Ao Minuto
Desporto Crónica
Escrever a crónica de um jogo do título é olhar para a história. Não olhar para as conquistas de décadas, mas para as lutas diárias. É olhar para as dúvidas e ver como estas se transformam, como tudo, com o tempo, em certezas. É lembrar que a história é escrita com as mãos e os pensamentos dos que acreditam que é possível mudar, fazer melhor, ser melhor.
Porém, nos registos, ficam, por norma, as fotografias, aqueles pequenos pedaços de papel que eternizam heróis e vilões. Este Dragão, por justo vencedor que é, vestiu os dois fatos durante meses longos que foram prolongados pelo inesperado.
Ontem, no retrato do título, ficou o marcador fechado com um 2-0, mas se o resultado é preciso como a matemática, também é certo dizer que ficou a faltar a equação química do inesperado e do essencial do 'ópio do povo': as bancadas cheias de corações a pulsar.
O espetáculo apresentado naquela que tem sido uma janela para o mundo para milhões de portugueses, foi o possível, com duas equipas em momentos distintos. Uma a consagrar-se e outra a procurar ainda dar passos para a consagração.
Depois de um primeiro tempo 'seco', mas de algumas emoções, o clima no Dragão só começou a mudar, a bem dizer, quando do deserto de ideias surgiu a cabeça de Danilo. Ao minuto 64, o médio deu o melhor seguimento a um cruzamento da direita, de Alex Telles, e se o resultado, antes do seu tento, já bastava para a festa, a celebração começou a desenhar-se ainda mais concretamente na cabeça de todos os adeptos.
O leão, esse que 'nunca se verga', tentou responder. Amorim apostou na irreverência da juventude que pôs em campo, pediu atitude e garra, mas a experiência é sempre conselheira de alguma prudência justificada, e os ataques felinos da sua equipa foram travados por uma muralha que pouco tem cedido nas últimas jornadas.
A partir daí, já com a passadeira 'vermelha' esticada para a festa', certamente os jogadores, como que num vislumbre de quase-vida, lembraram-se da ultrapassagem que ninguém previu durante o desenhar da corrida ao título e ultrapassaram mais uma vez a barreira da incerteza, 'rematando' o título com o 2-0 de Marega.
Após o apito final, como sempre, a festa foi no relvado, mas faltou, voltamos a dizer, o ingrediente essencial: as bancadas cheias.
Homem do jogo: Danilo Pereira. Muitas vezes apontado como elo mais fraco do balneário, preterido por outras opções, o internacional luso voltou ontem a ser preponderante. Se foi impositivo a defender, foi essencial a desbloquear o marcador. Foi mais lesto que a defesa do Sporting no momento de marcar, teve mais cabeça que a oposição, e foi alvo certeiro para o cruzamento do 'atirador' Alex Telles. No final do jogo, mostrou-se tão satisfeito como aliviado por uma conquista que demorou tempo demais a chegar.
Surpresa: Fábio Vieira foi uma das apostas de Sérgio Conceição para alinhar de início e o jovem médio exibiu-se a grande nível no Dragão. Na primeira parte conseguiu rasgar a defensiva leonina por diversas vezes com passes verticais, num deles que até isolou Luis Díaz para o golo que acabaria anulado. Na segunda parte manteve a criatividade da primeira metade e ainda acrescentou um momento de grande perigo: atirou com estrondo ao ferro. Foi ainda muito castigado pelas faltas do Sporting. É um talento puro e tem tudo para ser mais vezes aposta. Exibição de encher o olho numo jogo de maior dificuldade como é um Clássico.
Desilusão: Gonzalo Plata. É um dos 'meninos de ouro' do plantel do Sporting, mas ontem faltou novamente critério. É bom a romper pela defesa, sabe ter a bola nos pés, mas ainda não acertou com o momento de a soltar. É, como é aparentemente óbvio para todos, o diamante por lapidar, mas o talento que tem nos pés ontem não se conseguiu 'soltar' num leão que precisava de ideias.
Treinadores
Sérgio Conceição: Foi obrigado a mudar várias peças e mexeu bem. Apostou num misto de veterania e juventude e foi recompensado em todas as escolhas fez. Costuma ser ele a 'barreira' entre adeptos e jogadores, o protetor e o instigador, mas também parece ser um dos elementos mais castigados pela ausência de público nas bancadas. Certeiro nas escolhas táticas e técnicas que fez, ao timoneiro azul e branco pareceu ter faltado a quem agradecer (adeptos) no final dos 90 minutos por tantas batalhas ganhas juntos.
Rúben Amorim: Tem muitas horas nas pernas como jogador, mas estreou-se ontem num Clássico como treinador e ainda que as burocracias administrativas lhe tenham tirado a batuta do jogo, entregue ao seu adjunto, Amorim voltou a vincar que não é um homem de abdicar das suas ideias. Frente ao FC Porto, voltou a apostar 'no seu sistema' e durante boa parte da partida conseguiu impor os seus ideais. Depois de um primeiro tempo repartido, mas até com algum ascendente, pareceu faltar-lhe peças, profundidade e maturidade no banco para responder a um rival mais bem afinado para os grandes desafios. No plano tático, cumpriu, mas o segundo tempo foi pobre, apesar de a juventude da equipa poder ser (e ser mesmo) desculpa para uma falta de expressão atacante que ficou a nu.
Árbitro: João Pinheiro. Teve de começar a decidir ainda o apito inicial ecoava nas bancadas vazias. Logo no primeiro minuto, anulou, e bem, um golo ao Sporting. Teve uma primeira parte muito quezilenta para dirigir, mas nunca perdeu o controlo do jogo. Mostrou poucos amarelos, dirigiu a partida como se esta tivesse público e só pegou no apito quando estritamente necessário. Para Clássico, cumpriu com o que era pedido, não sendo um dos protagonistas do encontro.
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Clube | J | PTS | |||
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1 | Sporting CP | 30 | 80 | ||
2 | Benfica | 30 | 73 | ||
3 | FC Porto | 30 | 62 | ||
4 | Braga | 30 | 62 | ||
5 | Guimaraes | 30 | 57 | ||
6 | Arouca | 30 | 44 | ||
7 | Moreirense | 30 | 43 | ||
8 | FC Famalicao | 30 | 36 | ||
9 | Casa Pia | 30 | 32 | ||
10 | SC Farense | 30 | 31 | ||
11 | Rio Ave | 30 | 31 | ||
12 | Gil Vicente | 30 | 31 | ||
13 | Boavista | 30 | 30 | ||
14 | Estoril | 30 | 30 | ||
15 | Estrela | 30 | 29 | ||
16 | Portimonense | 30 | 28 | ||
17 | GD Chaves | 30 | 23 | ||
18 | Vizela | 30 | 21 |
Clube | J | PTS | |||
---|---|---|---|---|---|
1 | Real Madrid | 32 | 81 | ||
2 | Barcelona | 32 | 70 | ||
3 | Girona | 32 | 68 | ||
4 | Atlético Madrid | 32 | 61 | ||
5 | Athletic Club | 32 | 58 | ||
6 | Real Sociedad | 32 | 51 | ||
7 | Real Betis | 32 | 48 | ||
8 | Valencia | 32 | 47 | ||
9 | Villarreal | 32 | 42 | ||
10 | Getafe | 32 | 40 | ||
11 | Osasuna | 32 | 39 | ||
12 | Sevilla | 32 | 37 | ||
13 | Las Palmas | 32 | 37 | ||
14 | Alavés | 32 | 35 | ||
15 | Rayo Vallecano | 32 | 34 | ||
16 | Mallorca | 32 | 31 | ||
17 | Celta Vigo | 32 | 31 | ||
18 | Cádiz | 32 | 25 | ||
19 | Granada | 32 | 18 | ||
20 | Almería | 32 | 14 |
Clube | J | PTS | |||
---|---|---|---|---|---|
1 | Arsenal | 33 | 74 | ||
2 | Liverpool | 33 | 74 | ||
3 | Manchester City | 32 | 73 | ||
4 | Aston Villa | 34 | 66 | ||
5 | Tottenham Hotspur | 32 | 60 | ||
6 | Newcastle United | 32 | 50 | ||
7 | Manchester United | 32 | 50 | ||
8 | West Ham United | 34 | 48 | ||
9 | Chelsea | 31 | 47 | ||
10 | Brighton & Hove Albion | 32 | 44 | ||
11 | Wolverhampton Wanderers | 33 | 43 | ||
12 | Fulham | 34 | 42 | ||
13 | AFC Bournemouth | 33 | 42 | ||
14 | Crystal Palace | 33 | 36 | ||
15 | Brentford | 34 | 35 | ||
16 | Everton | 33 | 30 | ||
17 | Nottingham Forest | 34 | 26 | ||
18 | Luton Town | 34 | 25 | ||
19 | Burnley | 34 | 23 | ||
20 | Sheffield United | 33 | 16 |
Clube | J | PTS | |||
---|---|---|---|---|---|
1 | Internazionale | 33 | 86 | ||
2 | AC Milan | 33 | 69 | ||
3 | Juventus | 33 | 64 | ||
4 | Bologna | 33 | 62 | ||
5 | AS Roma | 32 | 55 | ||
6 | Atalanta | 32 | 54 | ||
7 | Lazio | 33 | 52 | ||
8 | Napoli | 33 | 49 | ||
9 | Fiorentina | 32 | 47 | ||
10 | Torino | 33 | 46 | ||
11 | Monza | 33 | 43 | ||
12 | Genoa | 33 | 39 | ||
13 | Lecce | 33 | 35 | ||
14 | Cagliari | 33 | 32 | ||
15 | Hellas Verona | 33 | 31 | ||
16 | Empoli | 33 | 31 | ||
17 | Udinese | 32 | 28 | ||
18 | Frosinone | 33 | 28 | ||
19 | Sassuolo | 33 | 26 | ||
20 | Salernitana | 33 | 15 |
Liga Campeões
|
Liga Europa
|
Despromoção
|
---|
Jogador | Golos | ||||
---|---|---|---|---|---|
1 | Viktor Gyokeres | 24 | |||
2 | Simon Banza | 21 | |||
3 | Rafa Mújica | 20 | |||
4 | Jhonder Cádiz | 15 | |||
5 | Héctor Hernández | 14 | |||
6 | Samuel Essende | 14 | |||
7 | Paulinho | 12 | |||
8 | Rafa Silva | 12 | |||
9 | Cristo Gonzalez | 12 | |||
10 | Evanilson | 11 |
Jogador | Golos | ||||
---|---|---|---|---|---|
1 | Artem Dovbyk | 18 | |||
2 | Jude Bellingham | 17 | |||
3 | Ante Budimir | 16 | |||
4 | Alexander Sorloth | 15 | |||
5 | Borja Mayoral | 15 | |||
6 | Alvaro Morata | 14 | |||
7 | Gorka Guruzeta | 14 | |||
8 | Vinícius Júnior | 13 | |||
9 | Antoine Griezmann | 13 | |||
10 | Robert Lewandowski | 13 |
Jogador | Golos | ||||
---|---|---|---|---|---|
1 | Cole Palmer | 20 | |||
2 | Erling Braut Haland | 20 | |||
3 | Ollie Watkins | 19 | |||
4 | Dominic Solanke | 18 | |||
5 | Alexander Isak | 17 | |||
6 | Mohamed Salah | 17 | |||
7 | Son Heung-Min | 15 | |||
8 | Jarrod Bowen | 15 | |||
9 | Phil Foden | 14 | |||
10 | Bukayo Saka | 14 |
Jogador | Golos | ||||
---|---|---|---|---|---|
1 | Lautaro Martínez | 23 | |||
2 | Dusan Vlahovic | 16 | |||
3 | Victor Osimhen | 13 | |||
4 | Olivier Giroud | 13 | |||
5 | Albert Thor Gudmundsson | 13 | |||
6 | Paulo Dybala | 12 | |||
7 | Marcus Thuram | 12 | |||
8 | Duvan Zapata | 12 | |||
9 | Teun Koopmeiners | 11 | |||
10 | Hakan Calhanoglu | 11 |
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