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'Novo' futebol: Bolas paradas, o pormaior do banco e a luta pelo título

José Carvalho Araújo, treinador de futebol, considera que a qualidade dos jogos da I Liga decresceu após a retoma do campeonato, dando a entender que as equipas acabarão por apostar cada vez mais nos lances de bola parada para vencer os jogos

'Novo' futebol: Bolas paradas, o pormaior do banco e a luta pelo título
Notícias ao Minuto

08:00 - 21/06/20 por Notícias Ao Minuto

Desporto Análise

Três meses de paragem dos campeonatos de futebol um pouco por todo o mundo fizeram-se, e ainda se fazem, sentir e muito na qualidade de jogo apresentada pelas equipas. Apesar dos treinadores terem tido um período de três a quatro semanas para preparar a retoma, a verdade é que a maioria dos encontros são jogados num ritmo muito pouco elevado, contrariamente ao que acontecia antes da paragem.

O campeonato português é exemplo prático disso. As equipas que seguiam numa parte mais baixa da tabela classificativa aquando da paragem competitiva ressurgiram mais equilibradas e muitas delas até surpreenderam os denominados três grandes, como demonstram os empates do Desportivo das Aves, último classificado, com o FC Porto e do penúltimo Portimonense com o Benfica, neste caso até depois do clube da Luz ter estado a vencer com dois golos de vantagem.

José Carvalho Araújo, treinador de futebol, analisou em declarações ao Desporto ao Minuto como têm sido, no seu entender, estas jornadas após a retoma do campeonato. O antigo treinador do Sporting de Braga sub-23 considera que os encontros têm apresentado muito menos qualidade quando comparados com os realizados até fevereiro deste ano.

"A nossa Liga retomou, mas claramente diferente... para pior, na grande maioria das equipas. Temos assistido, como seria de esperar, a jogos menos intensos, de menor qualidade e riqueza técnica, demonstrando um maior nivelamento entre todas as equipas", afirmou o técnico.

As bolas paradas têm sido, por outro lado, a grande arma de muitas equipas para marcar golos. Jovane Cabral, por exemplo, regressou de pé quente nesta retoma e em duas jornadas consecutivas, com Paços de Ferreira e Tondela, marcou dois excelentes golos na cobrança de livres diretos, deixando os adeptos do Sporting a relembrar os livres superiormente marcados pelo antigo capitão Bruno Fernandes.

Dada a falta de ritmo de muitas equipas, José Carvalho Araújo perspetiva mesmo que o sucesso de muitas equipas nas próximas jornadas estará relacionada com o lances de laboratório ensaiados nos treinos diários.

"Com falta de rotinas e ligações, as equipas estão a conseguir resolver (esconder) a menor capacidade de produzir situações de golo, com momentos de bola parada. Nesse capítulo, atletas como Jovane Cabral (Sporting), Alex Teles (FC Porto) ou Pizzi (Benfica) poderão ter uma cada vez maior influência nas suas equipas... pois poderá ser este o momento a resolver ou a “abrir” os jogos", salientou o treinador de futebol.

"A última jornada foi um bom exemplo, com o Benfica e o Sporting a conseguirem fazer golo de bola parada, e o Porto a desperdiçar uma grande penalidade... refletindo-se no resultado final das três equipas", acrescentou.

O pormaior do banco de suplentes e a luta pelo título

O banco de suplentes surgiu como um 'novo aliado' dos treinadores neste regresso das competições de futebol. Ao contrário do que acontecia anteriormente, a FIFA autorizou a decisão, e a Liga portuguesa homologou-a na segunda jornada pós-retoma, que previa o aumento para cinco do número de substituições durante o encontro até final da presente temporada.

Muitos têm sido os treinadores que têm utilizado esta regra temporária, mas outros também há que se ficam pelas antigas três mudanças por encontro. José Carvalho Araújo sublinhou ao Desporto ao Minuto que esta pode ser uma benesse para aquelas equipas que têm muito boas opções, mas que num encontro "normal" teriam apenas de escolher sete suplentes.

"Com o reinício da competição, assistimos a uma nova realidade e uma maior importância do banco de suplentes no decorrer do jogo. A possibilidade de fazer 5 substituições por jogo, juntamente com o maior número de soluções disponíveis (20 atletas) aumentam significativamente o impacto que o treinador consegue ter durante o jogo", vincou o técnico, que fala mesmo num "pormaior"

"O que aparentemente é um pormenor é, de fato, um 'pormaior', pois neste momento a possibilidade de alterar (praticamente) metade da equipa, permite ao treinador manipular o jogo quer em termos físicos, quer em termos estratégicos", acrescentou.

O técnico, de 38 anos, deixou ainda a entender que a qualidade e quantidade de soluções presentes no banco de suplentes irá certamente fazer a diferença na luta pelo título de campeão nacional entre Benfica e FC Porto.

"A capacidade/perspicácia do treinador (e seu staff) na leitura e análise do jogo, representará um novo desafio, que se avizinha fundamental para o sucesso da sua equipa. A quantidade e qualidade das soluções existentes em cada plantel será factor importante, pelo que as equipas com mais recursos terão larga vantagem (assim os treinadores as consigam usar adequadamente)", argumentou.

"Várias serão as lutas interessantes na I Liga, como a fuga aos lugares de despromoção, o acesso às competições europeias, ou o tão desejado título. Veremos quem será mais competente, também neste capítulo", finalizou José Carvalho Araújo.

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