O FC Porto protagonizou um arranque conturbado no regresso da I Liga, num trajeto que, até ao momento, conta com três encontros e que teve início com uma dececionante derrota (1-2) em Famalicão.

Num total de nove pontos disputados desde que o futebol voltou ao ativo em Portugal, após a paragem forçada pela pandemia da covid-19, a equipa de Sérgio Conceição somou somente quatro; apenas a prestação 'desacertada' do rival Benfica permite aos azuis e brancos manterem-se na liderança, agora partilhada, do campeonato.

Um dragão 'envelhecido'

Muitas vezes, um plantel composto por futebolistas de idade mais avançada é sinónimo de experiência, um fator que é, indiscutivelmente, fundamental para qualquer equipa conseguir manter-se na disputa por títulos ao longo de toda uma temporada. O caso do FC Porto, contudo, parece revelar uma outra realidade, a de que poderá faltar irreverência no seio do conjunto da Invicta.

Afinal, entre os 27 jogadores que constituem o plantel azul e branco, 12 têm, pelo menos, 27 anos de idade - traduzindo por miúdos, mais de um terço da equipa à disposição de Conceição caminha já a passos largos para a 'casa dos 30'. E, se em vários momentos da temporada a experiência proporcionada por atletas como Agustín Marchesín, Pepe, Iván Marcano, Danilo Pereira ou mesmo Moussa Marega, se revelou fulcral para o FC Porto recuperar da desvantagem pontual para o Benfica e assumir a liderança da I Liga, noutras parece faltar a energia, a velocidade e o atrevimento com que somente os futebolistas mais jovens são capazes de rechear uma equipa.

Jogadores do FC Porto com 27 anos ou mais:

Jogador	Idade
Agustín Marchesín	32 anos
Pepe	37 anos
Iván Marcano	32 anos
Alex Telles	27 anos
Danilo Pereira	28 anos
Matheus Uribe	29 anos
Sérgio Oliveira	28 anos
Vincent Aboubakar	28 anos
Moussa Marega	29 anos
Jesús Corona	27 anos
Zé Luís	29 anos
Tiquinho Soares	29 anos

Conceição confia na experiência

Mais do que ter um plantel composto, essencialmente, por jogadores a caminho dos 30 anos de idade, importa salientar que a espinha dorsal do onze titular do FC Porto é formada, na sua grande maioria, por esses mesmos futebolistas: Marchesín, Pepe, Marcano, Alex Telles, Danilo Pereira, Corona e Marega - sobretudo estes - têm o estatuto de 'intocáveis' para o técnico dos dragões, que também aposta cada vez mais em Sérgio Oliveira e Soares.

Se as opções do treinador - que estão condicionadas pelo plantel que tem à disposição - são as mais indicadas, só o tempo dirá. De momento, o FC Porto encontra-se na liderança partilhada do campeonato português e, por isso, com reais possibilidades de se sagrar campeão nacional. Fica, no entanto, a sensação de que falta juventude a esta equipa, que denota algum cansaço desde o regresso da competição.

A exceção da última jornada e o eclipse de Baró

Face ao exposto, de aposta continuada na experiência que tem ao seu dispor, na última jornada, no empate com o Desportivo Aves, Sérgio Conceição foi 'obrigado' a pôr em campo dois 'meninos'. Tomás Tavares e Diogo Leite foram chamados para ocupar lugares na defesa, isto porque Alex Telles, expulso, e Manafá, que chegou ao limite de amarelos, privaram o técnico do seu contributo. 

Porém, há um caso mais 'sintomático' no reino azul e branco. Romário Baró, jovem centrocampista que começou a temporada a surpreender pela sua inclusão na equipa, está 'desaparecido' desde março. Aliás, para se ter uma ideia, o jovem atleta só foi opção no empate frente ao Rio Ave, antes da paragem, em março, e nas vitórias frente a Santa Clara e Portimonense.

Contudo, apesar de ter contabilizado minutos, alinhou apenas, 28, 23 e 7 minutos, um registo relativamente baixo para um atleta que apresentou, no início da temporada, credenciais para ser surpresa no desenho tático do técnico dos dragões.

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