Num evento organizado pela Betclic, a famosa casa de apostas, Simão Sabrosa, Jorge Andrade e Ricardo abordaram esta segunda-feira alguns temas relativos ao recomeço da I Liga numa videochamada realizada em conjunto com vários jornalistas.
O Desporto ao Minuto questionou os antigos internacionais portugueses se ainda acreditavam ser possível ver adeptos nos estádios esta temporada, dando o exemplo do espetáculo de Bruno Nogueira e Manuela Azevedo, que esta segunda-feira levou cerca de 2500 pessoas ao Campo Pequeno com máscaras e respeitando o distanciamento social imposto pela DGS.
“Eu passei por essa situação e foi um jogo. Foi contra Maccabi quando estava no Boavista para as competições europeias. O estádio tinha muitos polícias e não é uma situação nada agradável. É normal parecer um treino, um ensaio à porta fechada, mas não é disso que se trata. Um jogo ou dois já é muito difícil, imagino 10. Essa parte psicológica é muito importante e, por isso, já está a ser trabalhada. Quem arrancar melhor com este tipo de situações vai ser mais feliz no fim. É uma situação nova e ninguém sabe como cada equipa vai reagir. Quanto ao espetáculo, se perguntassem se era bom ter 2500 pessoas num estádio? Era melhor do que não estar lá ninguém. O nosso desporto mexe com mais emoções do que um concerto, também é verdade, mas a atenuante e o bom senso que temos de ter nesta situação é importante. Os nossos governantes estão a errar, não é só de agora, mas isto faz parte de uma aprendizagem contínua do que estamos a viver”, frisou Ricardo, antigo guarda-redes do Sporting.
Já Jorge Andrade acredita que o melhor é fazer as coisas de forma gradual.
“Acho que temos de ir progressivamente. Acho que mesmo sem público é uma conquista poder recomeçar o campeonato. Por isso é preciso cumprir esta fase de adaptação, seguindo as direções da DGS. A ideia é acabar o campeonato com público. A ideia do Campo Pequeno pode ser transportada para todos. Se correu bem nesse dia, porque não pode correr bem noutras áreas? Mas vamos com calma, porque a saúde também é o mais importante”, disse o ex-FC Porto.
Já Simão Sabrosa acredita que “ainda vamos terminar a época com adeptos”.
“Tudo o que tem acontecido tem sido progressivo. Se olharmos para o espetáculo de ontem, onde teve lá o nosso primeiro-ministro, hoje estará o presidente da República… É mais fácil controlar estas pessoas num espetáculo destes, do que no futebol, todos sabemos das diferenças. Mas acredito que seja progressivo e que iremos ainda ter público. Acredito que não iremos ter os estádios cheios, mas se conseguirmos ter 10 ou 15 mil pessoas já é uma vitória para todos nós. Queremos sempre mais do que nos é dado, mas temos de agradecer os esforço de todos e respeitar as normas, para continuar a ser o exemplo”, referiu o antigo jogador do Benfica.