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Futre conta como 'escapou' à tropa graças a Pinto da Costa e Mário Soares

Antigo internacional português lembra que esteve a um passo de ter de cumprir o serviço militar em 1987.

Futre conta como 'escapou' à tropa graças a Pinto da Costa e Mário Soares
Notícias ao Minuto

08:27 - 05/05/20 por Notícias Ao Minuto

Desporto Declarações

O antigo internacional português Paulo Futre fez, esta terça-feira, uso do espaço de opinião de que dispõe no jornal espanhol Mundo Deportivo para se solidarizar com Son Heung-min, jogador do Tottenham que se encontra a cumprir o serviço militar. Algo que o próprio também esteve muito perto de ter de fazer.

O ex-avançado lembra que passou na "inspeção do exército" e foi "considerado apto", pelo que deveria "juntar-se ao quartel de Castelo Branco em maio de 1987 para passar quase dois anos como militar", o que acabou por não acontecer graças a... Jorge Nuno Pinto da Costa.

O atleta formado no Sporting recorda que, "umas semanas antes" de ter de se apresentar, o "FC Porto classificou-se para as meias-finais da Liga dos Campeões, contra o Dínamo de Kiev, que era favoritíssimo", pelo que o presidente dos dragões entrou em ação.

"Manobrou com o Ministério da Defesa para que me concedessem uma extensão: em caso de vencer o Dínamo Kiev em abril e chegar à final, a minha incorporação seria adiada de maio para setembro", escreve.

"Aquelas meias-finais fora o jogo da minha vida. Da MINHA VIDA, em maiúsculas. Ser bate-chapas da oficina do bairro ou uma estrela do futebol dependeria do apuramento para a final. Durante aqueles 180 minutos da eliminatória, corri por mim, pelos meus pais, pelo meu futuro, por tudo", acrescentou.

O FC Porto acabaria mesmo por conseguir o apuramento, ao vencer ambos os jogos por 2-1, e, já na final, derrotou o Bayern Munique, pelo mesmo resultado, graças ao famoso golo de calcanhar de Rabah Madjer. Paulo Futre, que entretanto se mudou para o Atlético de Madrid. ordenou, "imediatamente, os advogados negociar com o governo".

"Eu era a grande estrela do país e queriam dar, comigo, um exemplo a todos os jovens. Por isso, ou me incorporava no quartel, ou me declaravam desertor e estava proibido de entrar em Portugal durante cinco anos. E, se entrasse nesse período de tempo, seria detido e julgado como traidor da pátria", referiu.

"Após muitas negociações e nervosismo, comunicaram-me que o Presidente da República, Mário Soares, queria falar comigo pessoalmente por telefone, e que teria que ir à embaixada portuguesa para fazer a chamada. Mas neguei, tinha medo que me detivessem em 'solo português'. Que me ligasse para casa. E assim aconteceu", prosseguiu.

"'Paulo, tenho a honra de te anunciar a criação do Estatuto de Atleta de Alta Competição, e que tu será o primeiro a usufrui-lo. Mas com uma condição: tens que me prometer que triunfarás aí fora, por Portugal'. Fiquei sem palavras, agradeci-lhe eternamente e prometi que deixaria a alma em campo", completou.

Um gesto que Paulo Futre nunca mais esqueceria: "Desde aquela chamada tive sempre um ritual antes de entrar em campo. Rezava por mim, por Portugal e pelo senhor Mário Soares".

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