André Gomes não esquece o momento em que contraiu a grave lesão que o afastou dos relvados durante 112 dias. O internacional português garante nunca ter visto as imagens do lance e quando sentiu que o pé "não estava no sítio" nem quis olhar para ele. Numa altura em que já regressou à competição e que a lesão já lá vai, André Gomes recorda todo o processo de recuperação, bem como os momentos de sofrimento em pleno relvado logo após o choque com Son e Aurier, dupla do Tottenham.
"Foi um lance muito rápido. Quando estava com o Son, o meu pé ficou preso e já estava em dor porque ficou debaixo dele. A seguir fiz a fratura porque ia em queda e houve um choque com o Aurier. Não sei o que provocou o quê. Era uma jogada normal. Quando estava no chão, percebi que o meu pé não estava no sítio certo – felizmente que agora já está [risos]. Lembro-me da reação das pessoas e isso não consigo esquecer. Evitei olhar para o meu pé, mas não consegui evitar olhar para as pessoas à minha frente. Rapidamente tive a ajuda dos meus colegas, os fisioterapeutas, o Luís Boa Morte [n.d.r.: então adjunto do Everton]. Estava com dores e em fase de negação, a raiva e a frustração tomaram conta de mim. Ainda por cima tinha a minha família a ver o jogo e é uma situação triste e que afeta todos", começou por referir André Gomes, em entrevista ao jornal Record, publicada na edição deste sábado, prosseguindo.
"Já tinha tido a infeliz experiência do Sílvio e doeu-me só o facto de ele estar em desespero. Quando aconteceu estava em angústia e negação porque não é a típica lesão que estás à espera que te aconteça. Era uma dor muito grande e pior ainda era a parte mental. O desespero tomou conta de mim e fiquei um pouco agressivo", explicou.
Agora, com a lesão ultrapassada e já de regresso aos relvados, André Gomes acredita que a experiência fê-lo crescer.