Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, fez esta sexta-feira a antevisão ao jogo com o Rio Ave, agendado para amanhã e referente à 24.ª jornada da I Liga. 

Nota artística conta o quê?: "Depois de estarmos a ganhar por 2-0 conta sempre. Os treinadores num momento são idolatrados e são os melhores. A bola bate no poste e entra, a bola bate no poste e sai. Se entra a opinião é uma, se sai a opinião é outra. Faz parte. O jogar bem, para mim, está muito associado daquilo que é o resultado do jogo. Reparem no jogo com o Santa Clara, em futebol jogado o Santa Clara não criou uma ocasião [de golo]. Tiveram duas ocasiões de bola parada. Aquilo que foi a estratégia para o jogo de jogar um jogo difícil e complicado, conseguimos conquistar a vitória com tranquilidade. A nota artística é a forma como o Sérgio [Oliveira] bateu o livre e o Marcano cabeceou." 

Semana 'quase limpa': "Infelizmente é importante, porque queríamos continuar na Liga Europa e não conseguimos. Há mais tempo para recuperar e melhorar e nesse sentido é positivo." 

Buscas nas SAD's do clube: "Depende da forma como queremos ver o copo meio cheio ou meio vazio. Tudo aquilo que contribuir para a maior clareza do futebol português é positivo. Quem não deve, não teme. Se as autoridades acham que tem de investigar, investiguem." 

Na última época tropeçou com o Rio Ave: "São momentos diferentes, treinadores diferentes... Se não, tinha que falar sobre o jogo que perdemos com o Benfica no ano passado." 

Contas da SAD e os vários candidatos à presidência: "Não houve nem um comentário sobre essas questões durante essa semana. Posso jurar pelos meus filhos. Não nos compete a nós comentar, falar ou perder tempo com essas situações daquilo que é o futebol. Nós não temos nada a dizer. Quando fecho os olhos e penso no FC Porto vejo a figura do nosso presidente. Respeito os candidatos, mas neste momento o nosso foco é o nosso jogo de amanhã com o Rio Ave. É importante é falar sobre aquilo que é o jogo do Rio Ave." 

Fatores externos podem interferir?: "Aproveito para desejar uma sorte diferente aos árbitros e aos intervenientes diretos no jogo de futebol, que não tiveram no final do último campeonato. Não estou a dizer uma coisa nova e não estou aqui a tentar vender a banha da cobra, desculpem a expressão. Estou a falar de factos. Conhecemos aquilo que foram as 10/12 jornadas do ano passado e realmente em termos daquilo que foi a prestação dos árbitros... não foi a melhor. Não estiveram tão bem. Foi um período decisivo, tivemos nove vitórias e um empate. Fomos muito regulares, mas mesmo assim não ganhámos o campeonato. Não estou a tentar criar pressão. Um jogo de futebol tem sempre pressão. Para quem joga e para quem está a arbitrar. Desejo as melhores felicidades a todos os que são intervenientes diretos no jogo." 

É diferente trabalhar no primeiro lugar: "O Carlos [Carvalhal] sabe tão bem quanto eu que cada jogo tem a sua própria história. Apanhar o FC Porto há um mês e meio ou agora, não podemos dizer onde haveria mais ou menos dificuldade. A pressão está sempre associada a um grande clube, um clube histórico e que luta em cada época por títulos. Não há nada de diferente daquilo que foram as últimas semanas. É exatamente igual. Não estou aqui com qualquer tipo de falsa modéstia. Sou realista e sei muito bem as dificuldades que vamos ter até ao final da época. Temos de estar muito atentos e unidos para conseguirmos ganhar este campeonato."

Cara de líder: "A cara é sempre a mesma, de trabalhar no máximo para conseguir atingir os objetivos do FC Porto. Nem estava tudo perdido, como eu disse na conferência quando estávamos alguns pontos atrás do rival, agora não está nada ganho porque estamos um ponto à frente. Faltam muitos pontos. Há um caminho difícil a percorrer e aproveito para alertar e agradecer a todos os adeptos e sócios. Sei que já estão 40 mil bilhetes. Espero que a amanhã o Dragão possa encher. É preciso estar atento a este final de campeonato. E depois, dentro de aquilo que é o nosso trabalho dentro dos 90, 95 ou 100 minutos, podermos dar o nosso melhor".

Como se sente na liderança: "Sinto-me normal, como todas as outras vezes que venho aqui. Às vezes mais bem-disposto, outras menos, mas sempre com vontade de responder às vossas perguntas."

Rio Ave: "É mais um teste difícil como tem sido até aqui. Vamos apanhar um Rio Ave que tem feito um trajeto acima da média ou de acordo com aquilo que tem feito nos últimos anos. Tem um treinador, talvez, dos mais experientes em atividade. Conhece bem os jogadores e as equipas portuguesas, apesar de ter estado fora. É um dos bons treinadores da nossa praça."