Leão pós-BdC 'disparou' nas transferências. Já são 185 milhões em vendas
Sporting encaixou mais dinheiro por temporada, com a venda de futebolistas, desde a saída do antigo presidente.
© Global Imagens
Desporto Análise
O Sporting realizou, na reta final do mercado de janeiro, o maior encaixe financeiro da sua história com a venda de um futebolista, efetivando a saída de Bruno Fernandes para o Manchester United, que rendeu, no imediato, 55 milhões de euros aos cofres leoninos.
A venda do antigo capitão teve, naturalmente, um impacto significativo nas contas da SAD verde e branca, que, apesar da desvalorização em mais de 60 milhões de euros sofrida pelo plantel com a chegada de Frederico Varandas, começou a realizar encaixes financeiros mais avultados nas últimas duas temporadas, desde a saída, precisamente, de Bruno de Carvalho.
O antigo presidente, que esteve no clube durante cinco anos, entre 2013 e 2018, deu preferência a uma abordagem mais conservadora e intransigente, permitindo poucas saídas de jogadores titulares - as excepções foram mesmo João Mário, Islam Slimani e Adrien Silva, que se figuraram como as vendas mais avultadas do reinado de BdC em Alvalade. Mas vamos à análise
Um presidente sem vontade de vender
Com Bruno de Carvalho, o Sporting fez um total de 202,53 milhões de euros em vendas, num período de cinco anos. Na sua época de estreia, o antigo líder verde e branco limitou-se a vender Bruma (13 milhões de euros) e Tiago Ilori (7,5 milhões de euros), numa temporada na qual deu primazia ao reforço do plantel e à continuidade dos melhores jogadores da equipa.
Um ano mais tarde, o destaque foi para a venda de Marcos Rojo, que rendeu 20 milhões de euros, num longo processo negocial que envolveu a Doyen, o rasgar de compromissos... e um caso em tribunal. Registou-se ainda outra saída importante, a de Eric Dier, que, fruto de uma cláusula presente no seu contrato, valeu um encaixe de apenas cinco milhões de euros.
[Bruma foi a maior venda do primeiro mercado de Bruno de Carvalho]© Getty Images
Seguiu-se uma temporada parca em vendas, com a saída de Cédric Soares (7 milhões de euros) a tornar-se na mais significativa realizada pelo clube em 2015/16 Porém, nas duas temporadas seguintes, as últimas de Bruno de Carvalho na presidência do Sporting, que o antigo presidente realizou as suas maiores vendas: João Mário (40 milhões de euros), Islam Slimani (30,5 milhões) e Adrien Silva (24,5 milhões).
[João Mário tornou-se na maior venda da história do Sporting no verão de 2016]© Global Imagens
Analisando as vendas concretizadas pela direção de Bruno de Carvalho ao longo da meia década na qual esteve à frente do Sporting, o clube encaixou, em média, 42,5 milhões de euros por ano em vendas de jogadores. Um valor que fica aquém daquele apresentando pelo conjunto leonino desde a sua saída.
Valores recebidos disparam... à custa de Bruno?
O afastamento de Bruno de Carvalho deixou o Sporting numa posição desportiva débil, com a comissão de gestão, então liderada por José de Sousa Cintra, a ver-se obrigada a assumir a liderança do clube de forma temporária após o ataque a Alchochete e antes da chegada de Frederico Varandas, eleito novo presidente pelos sócios verde e brancos em setembro de 2018.
[Varandas e Sousa Cintra foram os homens que se seguiram a Bruno de Carvalho]© Global Imagens
Desde então, passou-se um ano e meio, período no qual os leões realizaram um total de 185,44 milhões de euros em vendas de jogadores, o que se traduz numa média de 92,72 milhões de euros recebidos por temporada com a saída dos seus futebolistas.
O impacto de Varandas
Analisando somente as vendas que tiveram o cunho de Varandas, conclui-se que o atual presidente leonino é o responsável pela grande maioria do encaixe realizado pelo clube nos últimos dois anos, desde a saída de Bruno de Carvalho.
Feitas as contas, a direção de Varandas conseguiu receber cerca de 175 milhões de euros com a venda de atletas; 103,45 dos quais na presente temporada, um valor para o qual contribuíram, e muito, as saídas de Bruno Fernandes (55 milhões de euros), para Inglaterra, e Raphinha (21 milhões), para França.
[Bruno Fernandes bateu o recorde de João Mário ao sair para o Man. United por 55 milhões de euros]© Global Imagens
No seu primeiro mercado, em janeiro de 2019, o atual líder sportinguista arrecadou somente 3,94 milhões de euros, resultado das vendas de Merih Demiral para a Turquia, por 3,5 milhões, e Marcelo para os Estados Unidos, por 440 mil euros. Nani, Fredy Montero, Bruno César e Luc Castaignos também deixaram o clube, mas em transferências livres de encargos.
Rescisões também ajudaram... e muito
Outra importante fonte de rendimento do Sporting de Varandas esteve no dinheiro recebido com os futebolistas que haviam rescindido na sequência do ataque à Academia de Alcochete.
[Depois de muitos anos em Alvalade, Rui Patrício rescindiu e assinou pelo Wolverhampton]© Getty Images
Gelson Martins (22,5 milhões de euros), William Carvalho (20 milhões), Rui Patrício (18 milhões) e Daniel Podence (7 milhões) rescindiram unilateralmente os contratos que os vinculavam ao clube, que, após longas negociações com os emblemas que os contrataram, numa primeira instância, a 'custo zero', acabou por ser indemnizado em 67,5 milhões de euros só com este quarteto.
Varandas à boleia... de Bruno de Carvalho
Por fim, importa salientar que, apesar de o Sporting ter aumentado consideravelmente o valor recebido com a venda de jogadores desde a saída de Bruno de Carvalho, nenhum dos atletas vendidos por Varandas por valores significativos foi contratado pelo próprio - as maiores vendas do atual presidente foram as de atletas contratados pela direção que antecedeu a chegada da comissão de gestão.
[Frederico Varandas ocupou o cargo deixado vago por Bruno de Carvalho na presidência do Sporting]© Global Imagens
Tanto Bruno Fernandes, como Raphinha, ou mesmo os jogadores que rescindiram e acabaram por mudar de ares, foram apostas de Bruno de Carvalho, tendo sido, posteriormente, vendidos por Varandas, que teve, ainda assim, o mérito de de conseguir negociar as suas saídas por valores, na maioria dos casos, condizentes com a qualidade dos futebolistas em questão.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com