Depois de mais uma exibição desinspirada no fim de semana, selada com uma derrota frente ao Gil Vicente, o leão voltou, esta quarta-feira, a enfrentar os seus demónios. 

Com Sporting e Gil a precisarem de vencer para manter aspirações de seguir na final four, os verde e brancos entraram com pouca garra. 

Promovidas por Silas algumas mudanças na equipa, os verde e brancos voltaram a mostra dificuldades para chegar à baliza adversária. Sem criatividade, com pouca capacidade para se desdobrarem nas posições em campo, os homens de Silas tentaram o jogo mais direto para as costas da defesa contrária como forma de levar o jogo para a baliza adversária.

Porém, após um primeiro tempo sem grandes ocasiões de golo de parte a parte, mas também com pouco futebol para mostrar as bancadas semi-despidas do estádio Cidade de Barcelos, o segundo tempo acabou por ser superior em termos qualitativos... mas mesmo assim pobre.

Com mais jogo junto das balizas contrárias, os golos só chegaram perto do apito final. Bruno Fernandes, sempre o mais inconformado em campo, desbloqueou o marcador e, após expulsão de Acuña, abriu ainda caminho para o 2-0 final apontado por Vietto já nos descontos.

Mas vamos às notas do jogo.

Figura do jogo: Bruno Fernandes. Inconformado, resiliente, por vezes demasiado individualista, o capitão leonino parece um instrumento a tocar numa frequência diferente da restante equipa. Mostrando vontade de dar melhores momentos aos adeptos do clube de Alvalade, o internacional luso esteve ligado aos dois momentos que senteciaram a partida. Marcou aos 89 e assistiu aos 90+4, mostrando que continua a ser a pedra de toque de um leão com pouco norte.

Surpresa: Neto. Se já vimos jogos irregulares do internacional luso, o defesa central dos leões mostrou-se esta quarta-feira em bom plano. Lançado no onze titular ao lado do regressado Coates, o português esteve certo a aliviar todas as bolas que ameaçam perigo para a baliza ocupada por Renan Ribeiro. Com este jogo talvez tenha ganho espaço faço a um Ilori que tem sido infeliz quase sempre que chamado a contribuir. 

Desilusão: Luiz Phellype. Foi novamente lançado como opção mais avançada no ataque, mas continua a mostrar uma falta de eficácia preocupante. Não mostra ser opção que possa continuar a merecer total confiança após o mercado de janeiro e talvez a chegada de competição para a posição em que é opção única ajude também o brasileiro a chegar a um nível superior. 

Treinadores: 

Vítor Oliveira: Mudou muitos dos elementos que tinham vencido a partida do fim de semana, conseguiu aguentar a equipa durante o primeiro tempo, no segundo tentou jogar mais o jogo pelo jogo, mas não teve a sorte do seu lado. Com falta de argumentos para mais futebol, não montou uma equipa disposta a disputar o jogo durante 90 minutos, mas cumpriu com o que lhe seria possível pedir... sendo que o empate que lhe daria pontos só fugiu mesmo em cima do apito final.

Jorge Silas: Remontou as peças do seu xadrez, rodando os jogadores mais cansados, mas também reforçando o eixo defensivo que já tinha mostrado muitas debilidades. A equipa, contudo, continua a mostrar ainda não ter interiorizado em pleno as suas ideias. Pouca dinâmica, muitas bolas perdidas e falta de fio de jogo são elementos que devem preocupar o técnico e a estrutura do futebol em seu torno. 

Árbitro: Rui Costa. Manteve um critério de alguma coerência, mas foi tendo pouco controlo da partida. Anulou dois golos aos verde e brancos, deixou algumas faltas que dariam expulsão para os dois lados por assinalar e, por isso, não pode ter nota 100% positiva.