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Zivkovic: O regresso de um ilustre desaparecido na era do 'todos contam'

Chegou ao Benfica há três temporadas, veio com rótulo de craque, mostrou-se a bom plano e desapareceu misteriosamente do onze. Ontem regressou depois de ter estado sem minutos desde a pré-temporada. Eis uma cronologia do declínio de importância do jovem sérvio na Luz.

Zivkovic: O regresso de um ilustre desaparecido na era do 'todos contam'
Notícias ao Minuto

08:04 - 04/12/19 por Sérgio Abrantes e Francisco Amaral Santos

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Andrija Zivković, avançado de 23 anos, é um dos casos mais sonantes no universo encarnado, não tanto pela sua habilidade com a bola nos pés, mas pelo que parece ser um desaparecimento por explicar. O internacional sérvio chegou a ser um dos 'indiscutíveis' da primeira equipa, mas, neste momento, já não jogava desde a pré-temporada do Benfica, altura em que fez duas partidas completas pelo clube da Luz, voltando a alinhar na Taça da Liga, esta terça-feira, frente ao Sporting da Covilhã.

Aterrado em Lisboa na temporada de 2016/17, com vários emblemas no seu encalço, tendo chegado a 'custo zero', a escolha pela Luz pareceu acertada... até certo ponto. Ontem voltou a ser opção, mas será que vai voltar a ter destaque?

Na primeira temporada de águia ao peito, o jogador somou 24 jogos e um golo, repartidos por 1585 minutos disputados, subindo de produção e importância no ano seguinte, ao contabilizar 30 jogos e três golos, época em que o seu relógio competitivo fechou com a marca de 2059 minutos somados. Em 2018/19 ainda foi opção recorrente, mas, desta feita, caiu de produção, somando os mesmo 30 jogos da temporada anterior, mas não conseguindo marcar e disputando apenas 1379 minutos.

Com a chegada de Bruno Lage ao comando técnico das águias, com necessidade de afirmar um onze próprio, diferente do seu antecessor, e agitar a equipa, o camisola 17 foi perdendo importância no esquema das águias, passando de solução a sair do banco para resolver, para opção de segundo plano para acautelar quebras físicas dos seus colegas.

Sabendo-se da nítida opção do clube e equipa técnica em afirmar os talentos produzidos pelo Seixal, o sérvio, esta temporada, nem um minuto oficial de competição tinha no seu relógio pessoal até ao jogo na Covilhã. Tinha feito, por duas vezes, na pré-temporada, 90 minutos, mas desde 28 de julho que já não vestia a camisola dos encarnados.

O último jogo antes desta partida foi frente ao AC Milan, onde entrou ao minuto 86 do encontro, somando-se a estes quatro minutos disputados, os 90 minutos frente aos amadores do Ocean City Nor´easters e dos Baltimore Christos, e mais 11 minutos frente ao Chivas, num encontro que já data de 20 de julho.  

Histórico com Lage dá pista sobre um eclipse inesperado

Com a chegada de Bruno Lage ao comando técnico do Benfica, Zivkovic passou de três partidas consecutivas a cumprir os 90 minutos com Rui Vitória, para uma entrada com assistência ao minuto 62, na estreia do jovem técnico frente ao Rio Ave, ajudando as águias a inverterem um resultado negativo e a transformá-lo numa vitória por 4-2. 

Daí para diante, a expressão do sérvio na equipa foi-se esbatendo. É que depois dessa partida, a 15 de janeiro de 2019, o atleta só voltaria a competir, frente ao Boavista, a 29 do mesmo mês, falhando duas partidas das águias. Depois somou-se novo jogo a 18 de fevereiro, partida em que contabilizou três minutos disputados, minutos a que nesse mês juntaria outros sete, na goleada (4-0), a 25 desse mês, frente ao Aves.

Seguiu-se depois uma sequência de partidas em que foi chamado pontualmente, somando-se 75 minutos disputados durante o mês de março - partidas frente a Dínamo Zagreb, por duas vezes, e uma frente ao Belenenses SAD. Até final da temporada... mais cinco minutos, em abril, na vitória, por 4-2, frente ao Eintrach Frankfurt (11 de abril) em que as águias se despediram da Liga Europa.

As oportunidades falhadas, a vontade de sair em 2018, um rumor inglês e os milhões a chegar com a saída

"Todos os jogos e todos os treinos são oportunidades e depois, entre os 29 jogadores que tenho, vou tomando as minhas opções". A resposta pertence a Bruno Lage e dá corpo a uma questão levantada sobre a escassez de oportunidades dadas ao sérvio. Em jeito de aviso, o técnico reforçou uma chamada de atenção que já repetira em outubro, quando questionado sobre a possibilidade de Zivkovic jogar esclareceu que "nada é impossível, o jogador treina normalmente, é apenas uma questão de opção".

Porém, a saída de Zivkovic da Luz já esteve na calha em 2018. Com Sevilla e Valencia supostamente no seu encalço, como noticiou o Record a 6 janeiro de 2018, o jogador queria afirmar-se em pleno e via na cedência ou saída a título definitivo a possibilidade de marcar presença no Mundial. Já com verão no horizonte, e o mercado prestes a abrir, o mesmo jornal noticiava, a 12 maio de 2018, o interesse do Arsenal no jogador, mas o cenário de abandono da Luz não se verificou e o atleta seguiu de águia ao peito. 

Depois, com janeiro de 2019 a aproximar-se e com a perda significativa de expressão na equipa de Rui Vitória, a saída era um cenário já assumido por completo. Porém, aqui poderá ter havido um entrave-chave a hipotecar o negócio, é que, segundo o revelado, o atleta teria uma cláusula milionária em caso de saída, tendo de ser compensado com três milhões de euros caso deixasse a capital portuguesa, isto apesar de manter contrato até 2020/21.

Relembre-se, contudo, que recentemente surgiram notícias de que o atleta estaria a tentar a rescisão de contrato, pretensão perentoriamente negada pela direção liderada por Luís Filipe Vieira, tal como noticiou o jornal Expresso.

Sem minutos desde julho, com apenas um jogo, a única Luz vem... da porta de saída

Com uma política instalada de 'todos contam', com quase todos os atletas do plantel a já terem merecido oportunidade de jogar esta temporada, Zivkovic continua a ser um caso paradigmático e, agora, com apenas uma partida no currículo da presente temporada. Sem competição desde julho, o atleta não tem sido associado a uma saída da Luz, mas no seu horizonte não poderá estar outro desejo que não um empréstimo ou uma venda.

Com potencial reconhecido por adeptos e treinadores, ao jogador parece faltar algo que, não sendo comentado em público, só poderá estar relacionado com o rendimento nos treinos, algo que, como é bem sabido, é determinante para um treinador como Bruno Lage, sem medo de arriscar em quem merece e de fechar a porta do onze aos elementos menos comprometidos.

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