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"João de Deus é uma excelente opção para suceder a Jesus no Flamengo"

Quem o diz é um jogador que o orientou na equipa B do Sporting na temporada 2014/15.

"João de Deus é uma excelente opção para suceder a Jesus no Flamengo"
Notícias ao Minuto

08:07 - 21/11/19 por Ricardo Santos Fernandes

Desporto Mica Pinto

Atualmente ao serviço dos holandeses do Fortuna Sittard, Mica Pinto, numa conversa com o Desporto ao Minuto, viajou aos tempos em que representou o Sporting.

O lateral esquerdo formado nos leões despediu-se de Alvalade na temporada de 2014/15, época que foi orientado por João de Deus, hoje ao serviço do Flamengo como adjunto de Jorge Jesus.

Mica Pinto vê João de Deus como um "possível sucessor de Jesus", caso o ex-técnico de Sporting e Benfica decida abandonar o emblema carioca no final da temporada.

À margem do que se passa do outro lado do Atlântico, o lateral português comentou ainda as diferenças do campeonato luso para o holandês, este último "no top-5 europeu"

Mica teve tempo suficiente no Sporting? Gostava de ter ficado mais tempo. É o clube da minha formação, do meu coração, que me deu tudo e fica sempre esse desejo de um dia regressar ao Sporting para jogar na equipa A.

Saiu com sensações positivas de Alvalade ou com alguma mágoa à mistura? Saí com sensações muito positivas, senti que era o momento certo, tanto eu como o clube, de sair e abraçar um novo projeto para evoluir ainda mais. O Sporting não me dificultou a saída, até me ajudou. O clube formou-me como jogador e como homem.

Foste treinado por João de Deus na equipa B do Sporting. Quanto de João de Deus há neste Flamengo de Jesus? Muito, muito mesmo. O trabalho que os dois estão a fazer não me surpreende, porque estamos a falar de dois treinadores que são muito parecidos, que são muito elétricos, que vivem muito do momento, da emoção. São dois especialistas incríveis, que procuram saber até ao ínfimo detalhe como cada jogador rival se posiciona. Recordo-me que com o João de Deus tínhamos reuniões de duas horas e meia, três horas, o que não era normal para nós, ainda jovens, mas que nos fez crescer muito, por isso eu sei o quanto vale João de Deus, mas também Jorge Jesus pelo que já fez. O Flamengo tem muito dos dois e ambos ‘casam’ muito bem no mesmo comando técnico.

Se Jesus sair do comando técnico do emblema carioca, João de Deus teria condições para assumir o cargo de treinador principal? Sim, claro que sim. Do que trabalhei com ele não tenho a mínima dúvida. Estamos a falar de um treinador que se preocupa com a evolução, em termos futebolísticos, como a nível mental, de cada jogador. Caso Jorge Jesus vá embora tenho a certeza que João de Deus, como grande treinador e tendo a mesma ideologia de Jesus, seria uma excelente opção para o suceder.

Como vê o Sporting atual? Atravessa uma fase instável, sobretudo nos últimos anos. O Silas vai precisar de tempo para mostrar o seu real valor ao clube, mas tem tudo para ser uma experiência bastante positiva. O Sporting tem grandes futebolistas e é preciso a união de todos para dar ao clube um campeonato que foge há demasiado tempo.

Antes de Silas, o Sporting foi liderado por um holandês. Do que tu conheces do trabalho do treinador holandês é um técnico talhado para o campeonato português? Para ser sincero Marcel Keizer estava no campeonato errado, porque é um bom treinador, tem uma ideia de jogo clara, como qualquer treinador holandês privilegia o bom futebol. Na Holanda, ao contrário de Portugal, os adeptos são mais pacientes e não questionam apenas os últimos resultados. Em Portugal o resultado mantém vivo um treinador, pouco importando o trabalho que fez nos últimos dois meses. Keizer acabou por ser crucificado pelos resultados.

Que imagem têm os holandeses do jogador português? Os holandeses gostam de jogadores com técnica, por isso qualquer atleta português se adapta muito bem aqui. Eu também acompanho a II Liga portuguesa e há muitos jogadores que encaixariam muito bem em planteis da I Liga holandesa, por serem muito técnicos. Aqui o mais importante é jogar à bola e jogar à bola durante 90 minutos. O mais importante aqui não é jogar 90 minutos para ganhar 1-0, mas sim por três ou por quatro. E em termos de jogo jogado é dos campeonatos onde se joga mais. O encontro raramente está parado, ao contrário de Portugal em que se procura ganhar por 1-0 e depois fechar a loja. Aqui na Holanda prefere-se empatar 1-1, mas ir à procura do 2-0, do que parar de jogar ao 1-0.

Ajax nas meia-finais da Champions 2019/20, uma Holanda na final da Liga das Nações, uma série de estrelas a brilhar na Europa - De Jong, De Ligt, Van de Beek, … - até onde pode sonhar este país? O campeonato holandês está no top-5 europeu, nomeadamente nos últimos dois anos em que houve um grande desenvolvimento. Vemos os jogadores que têm saído das camadas jovens, olhamos para a equipa B do Ajax de onde saem atletas incríveis e a seleção tem bebido desse fantástico ‘sumo’.

Sendo assim, o campeonato holandês está bastante acima do português? Sim. Em termos de qualidade de jogadores, provavelmente os clubes mais baixos têm maior qualidade, comparativamente aos holandeses. Mas a nível de campeonato não tem comparação. Na Holanda vemos duas equipas a lutar pela descida com 13 mil adeptos nas bancadas. A nível de jogo jogado é melhor e como referi anteriormente a Eredivise está no top-5 europeu.

Portugal é um país a evitar para os holandeses na fase de grupos do Euro-2020? Claro que sim. Não só para a Holanda. Portugal é das melhores equipas da Europa, senão a melhor, e é claro que qualquer seleção quer evitar o vigente campeão europeu. Mas, atenção a esta Holanda que vai ser um grande candidato à vitória final. Tanto Portugal, como Holanda, podem vencer o Europeu.

Estavas na Holanda quando Portugal jogou a final da Liga das Nações contra a ‘laranja mecânica’? [risos] Por acaso não. Estava na Grécia com o Tiago Ilori e um colega da minha equipa que é holandês e até começámos a gozar com ele.

Também tens nacionalidade luxemburguesa. País que Portugal sentiu bastantes dificuldades em derrubar no último duelo de qualificação. Eram expetáveis assim tantas contrariedades? Não me surpreendeu que isso acontecesse. Acompanho o futebol luxemburguês e sei os jogadores e o trabalho que a federação tem feito. Revejo muito esse trabalho com aquele que fez a Islândia e acredito que o Luxemburgo, daqui a três ou quatro anos, é capaz de se candidatar para uma qualificação para o Europeu.

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