O Benfica complicou, na noite de terça-feira, as contas para chegar aos oitavos de final da Liga dos Campeões. As águias averbaram uma derrota em Lyon (1-3) e comprometeram as ambições de chegar mais longe na maior prova europeia de clubes. 

Os franceses, diga-se, precisaram de apenas meia hora para deixar a vitória bem encaminhada e aproveitaram a boleia da estrela maior: Memphis Depay. 

O internacional holandês foi o comandante da revolta francesa na primeira parte e ficou ligado à história do jogo, ainda que tenha saído ao intervalo. 

Os golos de Joachim Andersen (5) e do próprio Depay (34') tranquilizaram o Lyon e deitaram abaixo toda e qualquer estratégia previamente montada por Bruno Lage. 

Na segunda parte, houve, de facto, uma reação por parte das águias, mas esta acabou por revelar-se insuficiente para dar a volta ao resultado e à difícil missão de agarrar um lugar nos oitavos de final da prova. Seferovic ainda deu esperanças, aos 76 minutos, mas Traoré (87') dissipou todas as dúvidas já perto do apito final.   

Assim sendo, o Benfica soma apenas três pontos em quatro jogos e está no último lugar do grupo G, situação nada positiva para a equipa de Bruno Lage. Ainda estão seis pontos por discutir, mas as águias correm o risco de nem sequer conseguirem assegurar uma vaga na Liga Europa. 

Lugar	Equipas	Pontos
1.º	RB Leipzig	9
2.º	Lyon	7
3.º	Zenit	4
4.º	Benfica	3

A Figura

Ver Memphis Depay jogar é um autêntico regalo para os olhos. Aquele estilo endiabrado de quem vai partir para a finta individual foi o maior quebra-cabeças para  do Benfica durante toda a primeira parte. Sempre que pegava na bola e colocava os olhos na baliza de Odyesseas fazia soar todos os alarmes da linha defensiva encarnada. Esteve ligado ao primeiro golo do jogo, assinou o segundo e foi mesmo figura galvanizante do Lyon nos primeiros 45 minutos. 

Ao intervalo, acabou por ser substituído devido a uma lesão. O Lyon ficou visivelmente a perder com a saída do craque holandês e o Benfica ficou... a ganhar. Ainda assim, por aquilo que fez na primeira parte, e pela forma como deixou a vitória do Lyon encaminhada, é mesmo Depay quem merece ser a figura do encontro. 

A surpresa 

Houssem Aouar foi, a par de Depay, um dos jogadores mais influentes nesta vitória do Lyon diante das águias. Fez gato-sapato de Tomás Tavares em diversos lances e sempre que ligava o turbo criava problemas ao jovem lateral direito encarnado. 

Assistiu Depay para o segundo golo da partida e foi sempre a unidade francesa que apresentou maior regularidade ao longo de todos os 90 minutos. 

A desilusão 

Carlos Vinícius impressionou na Taça de Portugal e na I Liga com todo o mérito, mas ontem, em Lyon, surgiu desinspirado e desligado do jogo encarnado. Falhou ao fixar os defesas centrais contrários e, ainda que não tenha sido sempre bem servido, foi sempre pouco objetivo sempre que a bola lhe chegou aos pés. Acabou rendido por Seferovic e foi mesmo o avançado suíço o autor do único golo benfiquista numa noite para esquecer. O lugar no onze poderá, agora, estar em perigo para Vinícius. 

Rudi Garcia 

Focou-se no essencial e deu-se bem. A entrada do Lyon abafou a filosofia de jogo do Benfica e ao intervalo já tinha o triunfo praticamente garantido. Chegou ao clube francês rodeado da desconfiança dos adeptos, mas ontem deixou a qualificação para os oitavos de final da Champions bem encaminhada e isso vale crédito extra para qualquer treinador. 

Bruno Lage 

Manteve-se fiel a si próprio e não deixou de fazer apostas arriscadas como a inclusão de Tomás Tavares e Gedson no onze inicial num jogo de elevado grau de dificuldade e de uma importância poucas vezes sentida. Ambos realizaram exibições muito cinzentas, sendo que no caso do lateral há um fator que lhe é favorável: Chiquinho e Gedson pouco ajudaram a defender o corredor direto. No caso de Gedson, a aposta foi tão falhada que o médio encarnado, que tarda em confirmar o valor que demonstrou na última temporada, ficou-se pelo balneário ao intervalo. 

O árbitro 

O holandês Björn Kuipers teve uma noite tranquila em Lyon e manteve o critério algo largo, especialmente perante os jogadores que tinham já um cartão amarelo na ficha de jogo. No golo de Haris Seferovic confiou na decisão do auxiliar ao anular o golo, mas esperou pelo veredicto do VAR para reverter a decisão. Kuipers ouviu as indicações que vinham do VAR e validou o golo do Benfica, numa decisão totalmente acertada. 

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