Ao cabo de oito jornadas, eis que o Benfica, campeão nacional em título, volta a sentar-se no 'trono' da I Liga, em igualdade com o FC Porto - que bateu o até agora líder Famalicão - graças ao triunfo 'arrancado a ferros' na deslocação a Tondela, por 1-0.

O resultado foi, de resto, a única nota positiva deixada pela equipa orientada por Bruno Lage na Beira Alta, no final de uma das exibições menos conseguidas desde o arranque da temporada.

Os encarnados mostraram muito pouco do ponto de vista ofensivo. Mérito para Natxo González, que apostou num esquema de três defesas, mas também demérito para os encarnados, que sentiram em demasia a falta de Rafa.

Perante o demonstrado, o golo que deu a vitória ao Benfica só poderia mesmo surgir da maneira que surgiu: a partir de um pontapé de canto cobrado por Álex Grimaldo, direitinho para a cabeça de Ferro, que nem teve de tirar os pés do chão para bater Cláudio Ramos.

Uma exibição longe de convencer, mas que permitiu ao Benfica ascender à liderança da I Liga, com 21 pontos, tantos quanto o FC Porto. Já o Tondela, que voltou a deixar bons apontamentos, é sexto classificado, com os mesmos 12 pontos de Boavista e Vitória SC.

Figura do jogo

Num jogo em que se viu tão pouco futebol, Ferro merece esta distinção pelo importante golo marcado. Quando o Tondela aumentava a pressão e ameaçava surpreender, o defesa-central teve (literalmente) cabeça para marcar e colocar algum ‘gelo’ no jogo. Um golo que, de resto, permitiu passar uma ‘borracha’ por alguns dos erros crassos que cometeu durante os 90 minutos.

Surpresa

A derrota sofrida pelo Tondela foi, especialmente, penalizadora para Denilson Junior, um dos jogadores mais inconformados em campo. O avançado emprestado pelo Atlético Mineiro batalhou arduamente durante os 83 minutos em que esteve em campo, antes de ser substituído por Tomislav Strkalj. O golo seria um prémio justo… mas Odysseas Vlachodimos assim não o quis.

Desilusão

Florentino Luís pretenderá rapidamente esquecer a exibição assinada no Estádio João Cardoso. O médio viu o cartão amarelo logo aos 26 minutos, após uma falta duríssima sobre Jhon Murillo, mas nem por isso diminuiu os níveis de agressividade. Arriscou e teve muita sorte em não ter recebido o cartão vermelho, numa tarde em que também pouco acrescentou do ponto de vista ofensivo.

Treinadores

Natxo González: O treinador espanhol tentou surpreender, apresentando um Tondela assente num esquema de três defesas, e conseguiu, efetivamente, fazê-lo, acabando por anular por completo o ataque do Benfica, que, com exceção do lance do golo de Ferro, pouco ou nada mais conseguiu criar. Na frente, Denilson Junior e Xavier foram duas ‘setas’ apontadas à baliza encarnada. Uma exibição muito completa, que merecia levar algo mais deste jogo.

Bruno Lage. Exibição desastrosa do Benfica, que, certamente, estará entre as três piores desta temporada. O mais importante – a vitória, claro está – foi conseguido, mas muito graças a uma exibição inspirada de Odysseas Vlachodimos. A ausência de Rafa ajuda a explicar a nulidade ofensiva dos encarnados, mas não pode ser desculpa para tudo o que se viu em campo.

Árbitro

Exibição pouco coerente de Hugo Miguel. Deu o amarelo a Florentino Luís logo aos 26 minutos de jogo, dando a ideia de que estaria pouco disposto a tolerar entradas duras, mas deixou o cartão no bolso para as (várias) entradas que se seguiram, não só do médio do Benfica, como também de João Pedro (sobre Gabriel) e de Pepelu (sobre André Almeida).