Jorge Silas, treinador do Sporting, fez este sábado a antevisão do encontro de amanhã com o Vitória de Guimarães, perpetivando uma partida de grau de dificuldade elevado e lembrando que a equipa dos leões está a evoluir mas que... precisa de tempo.

Confira o essencial da conferência de imprensa do técnico.

Claques: Estou aqui para falar de futebol, do jogo anterior, do jogo que aí vem. Não estou aqui para falar desse tipo de problemas. Quantos mais adeptos tivermos melhor, mas nós preparamos o jogo para render no campo.

Plantel com qualidade (disse na apresentação)/Problemas físicos e problemas psicológicos: Uma grande parte do nosso trabalho tem sido psicológico, porque não temos tido muito tempo para trabalhar com a equipa toda em campo. Na data FIFA quando podíamos trabalhar com todos, alguns não trabalharam nem um dia. As vitórias são o melhor remédio para os problemas psicológicos. Temos vindo a trabalhar, pouco a pouco, algumas coisas que queremos e temos visto melhorias. Num jogador de futebol, contudo, tudo é importante. O aspeto psicológico não é mais importante que o tático, que o físico... São todos estes aspetos que formam um jogador de futebol. A verdade é que as vitórias nos dão uma força anímica diferente. Preparar jogos em cima de vitórias é mais fácil.

Realidade diferente a que teve no passado. Quanto tempo até equipa estar oleada: Estamos a falar de tempo-tempo ou tempo de trabalho? É que tempo de trabalho não temos tido muito. Que tempo tivemos do jogo do Rosenborg para este? Praticamente nenhum. Os jogadores ainda estão a recuperar a nível físico. Tempo de trabalho tem sido quase zero. Há muito pouca coisa que podemos fazer. Mesmo para fazer grandes alterações era difícil. Pouco a pouco vamos melhorando. No jogo com LASK tivemos dez tentativas de golo, neste tivemos 19. No jogo com o LASK tivemos 67 ataques nossos e 88 do LASK, este tivemos 109. A nível defensivo estamos muito melhor e a nível ofensivo também. O jogo com o Alverca, que perdemos, foi o nosso melhor jogo a nível ofensivo: 22 remates. Noto uma evolução considerável, mas vamos precisar de mais tempo. Apesar de termos vindo de realidades diferentes, a outra era mais difícil se calhar. Na outra realidade varíavamos o nosso estilo de jogo, aqui ainda não tivemos tempo. 

Regresso ao campeonato (tempo para pensar): Normalmente não falo dos jogos em que não participei. Porque é que haverei de estar a pensar no jogo com o Famalicão se ganhámos agora ao Rosenborg. Já temos pouco tempo para analisar os nossos jogos, quanto mais avaliar os dos passado. Temos quatro jogos e uma derrota. 

Blindagem do balneário/Claques: Não falo com os meus jogadores sobre isso. Falo sobre questões táticas ou pessoais que possam ter. Temos muita coisa para trabalhar e temos de nos focar naquilo que podemos mudar. Estou aqui para falar de futebol, já vos disse mais do que uma vez.

Heróis: O que eu quis dizer, e volto a dizer, é que temos de ter mais gente a querer resolver problemas, mais gente a assumir responsabilidades. Não podemos deixar tudo nos ombros de um ou dois jogadores. A responsabilidade é muito grande. Esses dois ou três jogadores não podem fazer tudo sozinho. Notei que o plantel tem tentado corresponder. Notei também muito mais solidariedade. Esse é o ponto a que quero chegar. Não podemos pôr todas as responsabilidades em um ou dois jogadores. Todos são jogadores grandes e têm de assumir responsabilidades. Se pusermos tudo em cima de um jogador não seremos uma equipa grande. Temos de nos ajudar uns aos outros.

Guimarães: Eu conheço muito bem o Vitória e o seu treinador. Já perdi, já ganhei e empatei contra esse treinador. O Vitória não merecia ter perdido o jogo com o Arsenal, até acabou com mais remates que o seu adversário. Vão tentar fazer um jogo semelhante ao dos Emirates. Não vamos defrontar o Guimarães às escuras. É uma equipa com muito valor e recheado de bons jogadores. Quase nunca apresentam o mesmo onze porque têm muitas soluções. São muito bons a nível individual e coletivos. Vai ser um dos jogos mais difíceis que vamos ter.

Pedro Mendes: Teve uma entrada muito boa [com o Rosenborg], que acho que é normal nele. Tenho visto jogos deles nos sub-23 e nos treinos. Fez o que estava à espera que fizesse. Mesmo que não tivesse rendido o que eu estava à espera, eu ia acreditar muito nele porque vejo o trabalho diário dele. Disse-lhe para não estar ansioso e que não estava à espera que ele resolvesse. Sabemos que quando o chamamos sabemos o que ele pode dar. Há situações que mexem com o nosso rendimento... Não vais errar mais passes e erros que eu porque estive anos a jogar e tive oportunidades atrás de oportunidades. É isso que digo a todos os jovens jogadores que vêm treinar connosco.