A viver o momento mais delicado desde a eleição de Frederico Varandas como presidente, o Sporting não se podia dar ao luxo de somar mais uma escorregadela após a eliminação da Taça de Portugal, perante o Alverca, mas teve de sofrer para vencer o Rosenborg, por 1-0.

Após uma primeira parte praticamente toda ela pintada a verde e branco, na qual só Hansen e a barra travaram o golo leonino, a segunda trouxe um conjunto norueguês mais atrevido, que ameaçou fazer mossa em Alvalade.

Com os minutos a passar e o marcador a 'zeros', as bancadas iam começando a soltar, aqui e ali, um coro de assobios, até que, aos 70 minutos, Yannick Bolasie, a meias com Hovland, marcou o golo que serenou o recinto lisboeta.

Um golo que permitiu ao Sporting isolar-se no segundo lugar do Grupo D, com seis pontos, mais dois do que o LASK Linz e menos um do que o PSV. Um golo que valeu, no entanto, mais do que três pontos.

Jorge Silas terá, desta maneira, um pouco mais de tranquilidade para preparar o encontro do próximo domingo, com o Vitória SC, no qual está 'obrigado' a vencer, sob o risco de ver o fosso para a liderança do campeonato nacional aumentar ainda mais.

Figura do jogo

Yannick Bolasie passou ao lado do jogo na primeira parte, 'vítima' do esquema de jogo de Jorge Silas, que deu primazia ao ataque pelo lado esquerdo, promovendo combinações entre Marcos Acuña e Luciano Vietto. No entanto, após o intervalo, foi dos poucos que arriscou pegar no jogo e lutar contra a maré. O golo assinado aos 70 minutos, com alguma sorte à parte, foi o merecido prémio para nunca ter atirado a toalha ao chão.

Surpresa

A falta de confiança de Luciano Vietto é por demais evidente, mas, aos poucos, o argentino vai conseguindo demonstrar por que foi visto como um dos principais talentos da sua geração. Deu critério e alguma criatividade ao ataque do Sporting, e ficou por duas vezes à beira do golo, mas André Hansen estava em 'noite sim' e não o deixou dar outro 'colorido' à exibição.

Desilusão

Que tem garra, ninguém lhe tira. Mas pede-se muito mais a Marcos Acuña. O Sporting procurou explorar o lado esquerdo do ataque durante o primeiro tempo, mas, pese embora as largas ocasiões em que teve a bola, raras foram aquelas em que decidiu corretamente. Não conseguiu municiar, quer Luiz Phellype, quer Pedro Mendes, e ainda arriscou (novamente) um cartão amarelo por discutir com adversários.

Treinadores

Jorge Silas: Aos poucos, vai conseguindo impor as suas ideias. O Sporting procurou construir com critério a partir de trás, mas voltou a denotar sérias dificuldades em penetrar blocos mais cerrados, como foi o caso daquele apresentado pelo Rosenborg. A principal preocupação continua, no entanto, a ser a facilidade com que qualquer equipa 'rasga' a defesa leonina. A partir do momento em que os noruegueses partiram em busca do golo do empate, os homens da casa sofreram e terminaram o jogo numa tremenda 'tremideira'.

Eirik Horneland: Como seria de esperar, o Rosenborg apresentou-se cauteloso em Alvalade, em busca de jogar no erro do Sporting. Babajide Akintola, do lado direito, e Samuel Adegbenro, do lado esquerdo, procuraram criar algumas dores de cabeça aos leões, mas verdade seja dita... Renan nunca foi posto à prova. Aliás, a maior ocasião de perigo para os noruegueses pertenceu a... Doumbia, que por pouco não colocou a bola na própria baliza. Valeu a trave.

Árbitro

Noite tranquila para Lawrence Visser. No segundo tempo, a equipa do Sporting acabou por se deixar contagiar pela contestação das bancadas e subiu os níveis de agressividade, mas o belga soube controlar a situação.