Depois de uma longa paragem competitiva para encontros de seleções, o FC Porto regressou ontem, sábado, ao ativo, e com grande fulgor, numa partida da Taça de Portugal frente ao Coimbrões.

Os azuis e brancos, com um arranque marcado por três golos madrugadores (Díaz 6', Soares 8' e Mbemba 12'), mostraram desde de cedo que tinham missão estudada para não serem surpreendidos.

Frente a uma modesta equipa que não quis abdicar do seu perfil de jogo, mas com muitas mudanças face ao normal no onze de Conceição, os 'bês' provaram que estão capacitados para a rotatividade que será necessária mais para a frente na temporada.

Com Luis Díaz em evidência ao bisar (marcou o segundo aos 68'), o destaque da partida terá de ser atribuído a Fábio Silva, que com 17 anos e três meses destronou Ruben Neves como o mais novo de sempre a marcar com a camisola principal do FC Porto em partidas oficiais. 

Para a história fica mais uma eliminatória ultrapassada pela formação da Cidade Invicta, isto numa altura em que os dragões vão entrar num ciclo de vários jogos, europeus e nacionais, em poucos dias.

Figura do jogo: Luís Díaz. Desaparecido durante os últimos jogos, não conseguindo mostrar o potencial que todos lhe reconhecem, o colombiano esteve em destaque ao marcar dois golos. Foi sempre peça importante no ataque dos azuis e brancos. Mostrou-se disponível para ajudar sempre que chamado, mas certamente deverá merecer mais oportunidades no onze num futuro próximo.

Surpresa: Fábio Silva. O jovem avançado esteve algo perdido em campo durante o primeiro tempo, mas acabou por fazer aquilo que melhor sabe: marcar. Tornou-se no mais jovem de sempre a marcar oficialmente com a camisola da primeira equipa e, pouco a pouco, vai-se mostrando aos adeptos e ao treinador portista.

Desilusão: Saravia. Não teve grandes surpresas defensivamente, mas também nunca foi peça essencial a montar o ataque portista. É internacional argentino, chegou para 'ser titular', mas tarda em provar os milhões que foram pagos pelo seu passe. 

Treinadores

Pedro Alves: Estava avisado para uma entrada forte do FC Porto, mas deixou os seus pupilos, obviamente menos 'treinados' em enfrentar grandes, algo perdidos nos minutos iniciais. Não quis abdicar da sua estratégia habitual para sair a jogar e acabou por ver a sua equipa penalizada por alguma intraquilidade no setor defensivo. No segundo tempo, juntando mais as linhas, conseguiu suster as investidas iniciais dos portistas, mas faltou estratégia para, mesmo frente a um adversário de nível superior, tentar surpreender no ataque. 

Sérgio Conceição: Apresentou várias novidades no onze, mostrou um lado mais jovem do Dragão e deu-se bem. Na antevisão avisou que não queria surpresas e fez os seus pupilos entrarem a todo o gás frente a um adversário que, teoricamente, iria sempre sofrer frente a uma equipa desta dimensão. Terá certamente retirado notas dos jogadores lançados, mas ganhou ainda alguns reforços que estavam lesionados (Sérgio Oliveira, Romário Baró, Aboubakar) e que precisam novamente de ritmo competitivo.

Árbitro: Rui Oliveira. Teve algumas decisões discutíveis ou passíveis de serem analisadas com maior cuidado. Nos minutos finais da partida pareceu ter ficado por assinalar uma falta perigosa contra o FC Porto.