Sérgio Conceição antecipou, este domingo, aquilo que espera ser um jogo complicado com o Santa Clara, para a sexta jornada do campeonato nacional. Em conferência de imprensa, o treinador do FC Porto abordou, ainda, o possível castigo da UEFA por supostos cânticos racistas no encontro com o Young Boys e a recandidatura de Jorge Nuno Pinto da Costa à presidência do clube.

Santa Clara: Olhamos para o adversário, mas principalmente para o que queremos fazer no jogo. O Santa Clara é uma equipa bem organizada, que no ano passado fez um campeonato tranquilo, que dificultou normalmente a tarefa aos ditos grandes. Amanhã esperamos essa dificuldade. Este ano está a dar continuidade a uma equipa bem organizada, principalmente no plano defensivo. Estamos precavidos, percebemos que mudou um pouco a forma de jogar, mas os princípios estão lá. Temos que pensar no que temos que fazer para contrariar essa boa organização do Santa Clara. Não podemos adivinhar, só amanhã perceberemos o que o João Henriques definiu como estratégia para o jogo.

Plano de jogo: Um FC Porto fiel ao que trabalhamos e definimos na nossa dinâmica de jogo, tantos quando temos bola como quando não a temos. Percebemos que este jogo realiza-se poucas horas depois do jogo europeu que tivemos a meio da semana. Veremos quem está em melhores condições para defrontar o Santa Clara e vencer o jogo.

Dificuldade em marcar golos: Ficava preocupado era se não ganhasse os jogos. Temos de perceber o que estamos a fazer bem durante o jogo e que devemos melhorar alguns aspetos. Somos uma equipa com uma capacidade ofensiva muito grande. Nos dois anos em que estive aqui, fomos a melhor defesa do campeonato. Quando há esse equilíbrio, torna mais fácil vencer os jogos.

Vasco Santos admitiu erro no Portimonense-FC Porto: Faz parte do jogo passado.

Ausência de Alex Telles: Isso seria contradizer-me e dizer que não tinha confiança em todos os jogadores. Confio no grupo, tenho 18 jogadores de campo convocados para amanhã, que podem fazer a posição de lateral-esquerdo. Todos os jogos compreendem o que acontece no jogo. Claro que uns têm caraterísticas para o fazer, outros não, mas têm de perceber o que cada um faz com e sem bola. Não estou minimamente preocupado. Claro que gostava de contar com todos, mas isso seria entrar numa banalidade.

Manafá a lateral-esquerdo: É uma das hipóteses.

Referência ofensiva do FC Porto: As dúvidas existem sempre no dia-a-dia. Os treinadores têm muitas certezas e algumas dúvidas, e, quando elas surgem, são boas dúvidas. É demonstrativo do que é a competitividade dentro do plantel. Prefiro ter essas dúvidas do que não as ter.

Onde estão as principais dificuldades do FC Porto: Não me quero alongar muito sobre isso. Se olharem para o nosso segundo golo, é espetacular. Se olharem para o primeiro golo do Soares, é espetacular também. Quando digo que não podemos jogar sempre de forma espetacular, é criar 15 ocasiões, fazer cinco golos, não sofrer... Mas isso é muito difícil, porque, hoje em dias, todas as equipas trabalham muito bem. Já tive jogos espetaculares, em que ganhámos por quatro, cinco ou seis, e outros também espetaculares em que ganhámos pela margem mínima. Posso ver essas nuances táticas, e outro adepto que não olhe tanto a isso e só para o resultado, diz que foi uma aflição dos diabos...

Santa Clara ainda não perdeu fora de casa: É muito bem organizado defensivamente. Ele define muito bem a ocupação dos espaços quando a equipa perde a bola, a reação à perda é boa, tem gente que percebe que é a partir dessa base que pode ser perigosa ofensivamente... É uma equipa que respeita as ideias do treinador, trabalha bem nesse aspeto e tem dificultado a vida aos adversários.

500 golos na carreira de treinador: Muito sinceramente, não ligo a nada disso. Se um golo der para ganhar o jogo, fico todo contente. Atingir essa marca é sinónimo de que ando há algum tempo nessas andanças, mas o mais importante é vencer e conquistar os três pontos.

Muitos golos sofridos: Tem a ver com a equipa. Por vezes, podemos pensar que sofremos golos por causa da defesa, mas não estou nada de acordo. A nossa eficácia defensiva tem a ver com toda a equipa e começa lá à frente. Aqui e acolá, não temos sido eficazes, não só na recuperação de bola, como também no equilíbrio defensivo. Muitas vezes temos a bola no meio-campo ofensivo e temos que ser mais eficazes. Há aqui pormenores que têm de ser trabalhados, isso tem a ver com a forma como atacamos. As coisas estão associadas.

Campeonato mais complicado: É na linha do ano passado É cada vez mais difícil para as equipas grandes ganharem campeonatos sem derrotas ou com uma ou duas derrotas. As equipas são muito competentes, como é o caso do Santa Clara. Há muita qualidade das equipas técnicas e também na formação dos plantéis. É cada vez mais difícil chegar ao final do campeonato com 88 ou mais pontos.

Recandidatura de Pinto da Costa: O nosso presidente é eterno.

Possível castigo por racismo: Já passei por vários campeonatos, quer como jogador, quer como treinador. Sinceramente, não vejo que no nosso país haja racismo ou insultos a jogadores de outras nacionalidades ou cores. O que posso dizer é que, normalmente, controlo o que se passa com a minha equipa, fora não posso controlar. Mas não acredito que exista.