O Benfica derrotou, neste sábado, o Gil Vicente, por 2-0, num duelo relativo à 4.ª jornada da Liga portuguesa.

Um jogo que marcou o regresso de Fejsa aos jogos oficiais, o primeiro na temporada 2019/20, assinalou uma grande exibição do marroquino Adel Tadel Taarabt e confirmou uma certeza: Raúl de Tomás é um enorme ‘plus’ de qualidade a este ataque do Benfica. O espanhol continua a correr pelos golos e o ‘nervosismo’ ainda ataca as suas pernas na hora de rematar à baliza, mas a servir os companheiros, a descobrir espaços e a ‘arrancar’ adversários do caminho já é quase ‘alfaiate’ de primeira linha.

A exibição do Benfica não foi estelar, todavia serviu para limpar cicatrizes da derrota com o FC Porto (último jogo das águias na Luz). O marcador podia ter sido aberto por Pizzi, logo aos 10 minutos, mas o bragantino falhou na marca dos 11 metros, para na segunda parte se redimir e assinar o primeiro golo de águia ao peito na sequência de um pontapé de canto, traduzindo-se também no seu sexto golo, o oitavo na época 2019/20.

O outro golo surgiu por infortúnio por Ygor Rodrigues, aos 45 minutos, mesmo com o ‘sino’ do intervalo quase a tocar. O central ‘meteu água’ e assim começou o afundanço gilista na Luz.

Importa agora relembrar alguns destaques deste jogo.

Figura do jogo: Adel Taarabt fez talvez uma das melhores exibições desde que foi ‘resgatado’ por Bruno Lage para a equipa principal do Benfica. O primeiro golo nasceu de um passe para André Almeida que rasgou todo o meio-campo gilista. À margem deste delicioso pormenor teve ainda oportunidade para servir Pizzi e Seferovic, com a dupla luso-suíça a nem sempre dar melhor seguimento às jogadas. O marroquino é aposta ganha e mais do que consolidada para futuros jogos.

Desilusão: Ygor Nogueira assinou uma primeira parte horribilis. Começou por fazer uma falta completamente evitável sobre Pizzi e que condenou a sua equipa a sofrer uma grande penalidade aos 10 minutos. Se Denis lhe salvou a pele à primeira, aos 45' não teve como evitar o seu infortúnio de marcar na própria baliza. Sempre com muitas dificuldades na marcação, Seferovic e Raúl de Tomás foram um pesadelo constante para o brasileiro.

Surpresa: Kraev jogou os 90 minutos na Luz, mas esteve em maior evidência na segunda parte. Um jogador com qualidade nos pés acima da média e com atrevimento para jogar em posições mais adiantadas. Do médio búlgaro surgiram as duas melhores oportunidades para o Gil sair com outro resultado da Luz.

Homem do apito: João Pinheiro teve uma tarde tranquila e despercebida. O melhor elogio que se pode fazer um árbitro que teve a decisão de maior dificuldade aos 9 minutos, quando assinalou, e bem, grande penalidade a favor do Benfica.

Bruno Lage: Promoveu a estreia de Fejsa a titular na primeira vez esta época e não se pode mostrar arrependido. O internacional sérvio cumpriu e não deu lugar a dores cabeça para o seu treinador. Depois de uma paragem para seleções, e com a derrota do FC Porto ainda no pensamento, o técnico das águias conseguiu devolver confiança aos seus jogadores e nota-se que já há um onze base estruturado, todavia o mecanismo ainda não está oleado e verificam-se em alguns dos momentos de jogo uma estranha apatia, nomeadamente dos médios encarnados no ataque à posse de bola adversária. Um pormenor a rever e que na segunda parte podia ter colocado o Benfica em problemas. Kraev que o diga.

Vítor Oliveira: Depois de uma vitória sublime na jornada inaugural do campeonato, diante do FC Porto, e um empate frente ao Sp. Braga havia enorme expetativa para ver este Gil a figurar em mais um grande palco. Saiu de cara levantada e com oportunidades claras de ter ‘maquilhado’ o marcador na Luz, mas Vítor Oliveira terá obrigatoriamente de rever alguns processos defensivos da sua equipa.