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Entrevista a Varandas: Keizer, Bruno Fernandes e Raphinha explicados

Frederico Varandas, presidente do Sporting, falou esta quarta-feira sobre a abordagem do clube ao mercado de transferências mas pronunciou-se também sobre a saída de Marcel Keizer do comando técnico do emblema que lidera.

Entrevista a Varandas: Keizer, Bruno Fernandes e Raphinha explicados
Notícias ao Minuto

19:47 - 04/09/19 por Notícias Ao Minuto

Desporto Explicações

Presidente do Sporting falou esta quarta-feira ao canal do clube abordando alguns dos temas da atualidade leonina. 

Temas como o despedimento de Marcel Keizer, Raphinha, Bruno Fernandes ou os movimentos no último dia de mercado dominaram a entrevista.

Confira aqui o essencial da conversa mantida com o jornalista do clube verde e branco.

Saída de Keizer:  Entendemos que o ciclo de Keizer se tinha fechado. É justo lembrar como o clube estava quando chegou em novembro de 2018. Se há coisa importante para um profissional de futebol que olhe para o lado financeiro, mas também para a estabilidade do projeto desportivo. É muito importante que percebam que nenhum treinador quer vir para um clube onde não há estabilidade. Marcel Keizer mesmo assim aceitou vir para o Sporting. Tínhamos a expetativa que a equipa continuasse a crescer com Keizer. A final da Supertaça marcou-me muito. Sentimos que a confiança de Keizer baixou e esse sentimento passou para o grupo. Sentimos que a equipa podia fazer, com qualquer adversário, um jogo muito bom ou muito mau. Não sentiamos a equipa com confiança e achámos que era altura de mudar o ciclo.

Derrota com o Rio Ave: São os timmings. A decisão da saída de Keizer não teve que ver com esse resultado. Foi uma decisão ponderada e que esteve relacionada com a perda de confiança do grupo. Dizem que devia ter saído no final da temporada. Mas alguém vai despedir um treinador que vence duas Taças naquelas condições? Tenho a certeza que não. 

Saída do treinador não compromete projeto do presidente?:  Se há uma coisa que esta administração não abdica é do rumo traçado. O treinador é uma peça fundamental? É, mas não é ele que define a estratégia e o rumo. Queremos uma aposta forte na formação com contratações cirúrgicas. Por isso, esta é a nossa linha. Uma linha que aposta muito na formação. A estrutura está montada e é uma estrutura altamente profissional. 

Leonel Pontes até quando?:  Leonel Pontes não tem um prazo, tem uma tarefa. Estaremos junto com ele para tomarmos a decisão que tivermos de tomar. Não foi escolhido para treinador dos sub-23 por acaso. É um homem que conhece bem o Sporting, que conhece o futebol português e a evolução da estrutura do Sporting. Conhece todas as rotinas e é um homem da casa. É um treinador português e isso é importante para mim. Mas em novembro também o era. Muitas vezes não se consegue o que se quer.

Perfil do novo treinador: Tem de ser um perfil que não tenha medo de apostar na formação. Não vou dizer que o Sporting vai viver só da formação, mas esta é a aposta. É também um treinador que tem de ter resultados, porque ninguém no futebol vive sem resultados.

Plantel e reforços - fecho de mercado intenso: Faço um balanço muito positivo. É muito positivo porque o Sporting consegue encaixar cerca de 60 milhões de euros, perdendo apenas um titular indiscutível, ficando com o que é, para mim, o melhor médio da Europa... Um aspeto muito importante, para nós, foi termos ver-nos livre de um lastro de jogadores excedentários que ocupam cerca de 25% do orçamento da equipa. Isto significa que não foi fácil tirar estes jogadores daqui. Eram jogadores que estavam pagos muito acima do valor de mercado. Quem está hoje ao leme do Sporting é rigoroso e responsável. Não podíamos fazer mais despesa sem tirar estes jogadores excedentários. Estamos a falar, em salários líquidos, em cerca de 15 milhões de salários líquidos. Custos como o Petrovic... cerca de 3 milhões. Custos como o André Pinto... cerca de 3 milhões. Custos como os irmãos Ruiz... 1,5 milhões de euros. Jefferson? Cerca de 1 milhão. Estamos a falar de cerca de 15 milhões. Era um lastro que nos impedia de respirar. Seguramente nas próximas janelas de mercado já vamos poder respirar melhor.

Mercado: Permaneceu o melhor valor desportivo do Sporting e só perdemos um titular indiscutível, Raphinha. Acreditamos que este grupo é mais competitivo, tem mais soluções e é melhor do que o do ano passado.

Vendas no último dia: O Sporting contratou oito jogadores. Cinco dos quais antes do arranque dos trabalhos antes do arranque dos trabalhos. Neto, Vietto, Rosier, Camacho e Eduardo. Cinco peças para nós fundamentais para equilibrar o plantel. Depois disso jogámos consoante o que o mercado ditasse. Esta direção tinha uma missão praticamente impossível que era manter Bruno Fernandes. A verdade é que nós tínhamos a expetativa de Bruno Fernandes de que tivesse muito mercado. Preparámo-nos para a venda de Bruno Fernandes e a sair o jogador tinha de sair por um valor justo para um jogador e um capitão da valia dele. Há medida que as semanas foram passando tivemos propostas, muitas sondagens, mas apenas um proposta séria... apenas de palavra. Tivemos uma proposta do Tottenham de 45 milhões de euros, mais 20 em objetivos. Um dos objetivos era o Tottenham vencer a Premier League e Champions, algo que nunca aconteceu. Entendi não vender Bruno Fernandes. O que aconteceu? Faltava um mês de mercado e, por isso, ficámos à espera de possíveis propostas justas por Bruno Fernandes. 

Ataque ao mercado estava dependente de Bruno Fernandes?: Claro que sim. Eu iria vender o Raphinha no início do mercado sabendo que podia haver um grande clube bater 70 milhões por Bruno Fernandes? Ia correr o risco de perder os dois jogadores? Aguentei até quarta-feira passada, semana em que decidi ir para o Monaco, onde estavam todos os responsáveis desportivos dos grandes clubes e percebi que Bruno Fernandes não ia ser vendido. Decidimos que íamos reter Bruno Fernandes e passar para outro plano. Qual era o plano? Vender Raphinha. Não queria perder dois titulares indiscutíveis do Sporting. Perdemos um jovem jogador, não internacional, por 21 milhões de euros. Entre perder Bruno Fernandes ou Raphinha, 100 em 100 sportinguistas vão dizer que preferiam manter Bruno Fernandes. Está aqui a explicação.

Declarações de Bruno Fernandes: Sem surpresa. Eu conheço o Bruno Fernandes enquanto jogador e eu médico. A relação mudou porque eu passei a ser presidente e ele capitão. Bruno Fernandes demonstrou que é não só um grande jogador,  mas, sobretudo, um grande profissional e capitão. Sei o que estes temas mexem com os jogadores. A dignidade, o exemplo e responsabilidade que manteve é exemplar. Ele percebeu como capitão, depois de eu lhe explicar, que o valor que davam por ele não era justo. 

Bruno Fernandes apalavrado?: Hoje é jogador do Sporting. Quando estive no Monaco, Bruno Fernandes era um jogador desejado por muitos clubes. É um ruído que sei que teremos de viver com ele. Esse ruído de City e Real Madrid posso eu bem. 

Melhoria de salário e cláusula de cinco milhões?: Não vão ser pagos cinco milhões nenhuns. O Bruno Fernandes vai ter revisto o seu contrato, não porque está previsto contratualmente mas porque merece. Até para exemplo para os outros jogadores. É assim que eu funciono. Se me derem eu dou. Estamos totalmente alinhados. Jogador, empresário e clube.

Contratações no último dia - empréstimos: Antes de julho fizemos cinco contratações cirúrgicas. Teríamos de deixar estas duas ou três consoante o que fosse sair do grupo. Optamos pela venda do Raphinha e por virem estes três jogadores. Que não vieram no jornal, nem nos disseram para os irmos buscar. Estavam numa shortlist do nosso scouting. Bolasie é um jogador de rendimento, feito, preparado e maduro. O nosso plantel é muito jovem e precisamos de jogadores com alguma maturidade. É um atleta que vem com 120 jogos de Premier League. É um jogador preparado e maduro. Jesé estava identificado há muito tempo pela sua qualidade. Finalmente, encontra-se comprometido com a sua profissão. Se gostaria de ter o Jesé de há três anos? Não. E disse isto ao jogador. Esta administração foi atrás de Jesé porque vimos o que fez o ano passado e porque colhemos informações que trabalham com ele diariamente. Por fim, veio Fernando, um extremo que em 2016/17 e 2017/18 foi considerado a revelação do campeonato brasileiro. Dois extremos e um avançado centro. Jesé é um avançado que não é igual a Bas Dost nem Luiz Phellype. É um avançado mais móvel que nos dá outras valias e forma de jogar.  Mas, para quem não saiba, Vietto fez a sua melhor época a jogar como avançado centro. O Sporting está bem servido e escolheu estes jogadores com critério. 

Cláusulas de compra?: Tem opção em alguns jogadores e nos que não há, há campo aberto para negociação. Fernando e Jesé não têm opção de compra. Jesé tem um salário incomportável para o futebol português e o Sporting vai pagar apenas um terço. Uma coisa que negociámos com tempo. Não cometemos loucuras. Os empréstimos têm duas respostas: Avançámos porque não podíamos comprar, ainda mais jogadores com esta valia. Outra razão é que, neste momento, nos sub-23, temos 3 ou 4 jogadores que estamos seguros que vão fazer parte do plantel do próximo ano. São jogadores que estão a queimar etapas. Não queria fazer um compromisso financeiro com estes atletas sabendo que estes podem subir. 

Saída de Thierry: Acho que foi uma proposta muito boa, que considerando o momento do Sporting... O valor do jogador, a proposta e o momento... foi um grande negócio para o Sporting. 

Saída de Bas Dost - o negócio possível ou bom negócio?: Foi o negócio possível. Vamos à novela. O jogador em maio demonstrou desejo de sair do Sporting. Demonstrou ao treinador e através do seu agente ao presidente. Começámos a preparar o grupo sem Bas Dost e o seu peso no nosso orçamento. De uma forma transparente. Além de gostar de Bas Dost como homem e profissional, eu gostava de ter Bas Dost no plantel do Sporting. Mas quando vejo um jogador dizer que não queria ficar e quando este jogador, paralelamente, significa um custo total de 5,9 milhões de euros... isto é um custo não comportável para o Sporting e para o futebol português. Gosto do homem, do profissional e gostava de o ter no plantel. Mas não podemos ter um jogador que custe 6 milhões por ano. Se gostei da maneira que saiu? Não não gostei. Lamentavelmente, a troca de comunicados que houve fomos obrigados a fazê-la. Por muito que goste do jogador ou da pessoa, o Sporting não pode ficar refém de um agente. Foi a venda possível... 

Podence: Sete milhões de euros acho que é um valor justo. Estávamos perante um caso judicial que, independente de acharmos que podíamos vencer, ninguém dava garantias que podíamos vencer. Ninguém podia dizer quanto íamos receber nem quando. É muito fácil falar num estúdio de televisão, mas quem pagas as contas todos os meses é este que está aqui sentado. 

Rafael Leão e Rúben Ribeiro: Não há, até aqui, nenhuma proposta que ache razoável. 

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