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Ano de Max? As raízes do menino tímido que sonha com a baliza do Sporting

Após Celeirós, Ferreirense, Sporting de Braga e camadas jovens do Sporting, Luís Maximiano tem este ano a oportunidade de trabalhar com os 'graúdos' do clube de Alvalade. Quem com ele já privou nos relvados garante que qualidades não faltam ao jovem guardião, perspetivando-lhe mesmo um grande futuro e a chegada a um nível de nomes 'gigantes' como Rui Patrício ou Vítor Baía.

Ano de Max? As raízes do menino tímido que sonha com a baliza do Sporting

Aos 20 anos, Luís Maximiano prepara-se para arrancar aquela que será a sua primeira temporada integralmente ao serviço da equipa principal do Sporting, onde, ao que tudo indica, lutará ‘taco a taco’ com Renan Ribeiro pela titularidade da baliza.

Uma ‘aventura’ que começou bem cedo, quanto tinha apenas cinco anos, altura em que integrou os escalões de formação do Clube Desportivo de Celeirós, emblema da Associação de Futebol de Braga, de onde é natural.

Joaquim Rebelo foi um dos primeiros homens que trabalhou com Maximiano, e, em declarações ao Desporto ao Minuto, recorda o “miúdo um bocadinho tímido” e “humilde”, que, já na altura, “encarava os adversários sem medo”.

“Logo na altura disse que o miúdo ia dar guarda-redes da seleção portuguesa. Naqueles tempos, numa baliza de futebol 11, a jogar contra miúdos de 14 e 15 anos, não virava a cara à luta”, recorda o técnico.

O atual presidente do Clube Desportivo de Celeirós, Miguel Veiga, não chegou a apanhar Luís Maximiano no clube. Ainda assim, garante que este tem “muito, muito, muito carinho pelo Celeirós”, e que “nunca se esqueceu onde deu início à carreira”.

“Vamos ter Assembleia do clube e vou propor – e de certeza que vai ser aprovado – que o Luís Maximiano seja o padrinho da nossa Academia. Já está tudo acertado com ele e isso enche-nos de orgulho”, revelou.

Em 2009, o guarda-redes rumou ao Futebol Clube Ferreirense, e quis o destino que fosse, mais uma vez, orientado por Joaquim Rebelo. E, pelas notas que mais uma vez tomou, o treinador não tem dúvidas: “Ele tem tudo. Tem todas as qualidades para vingar no Sporting”.

"O Sporting tem, no Luís, a possibilidade clara de voltar a ter, com tempo, um dos melhores guarda-redes portugueses"

Notícias ao MinutoLuís Maximiano em ação no treino© Global Imagens

Após o Futebol Clube Ferreirense houve dois anos de Sporting de Braga, até que, em 2012, com 13 anos, surgiu o Sporting Clube de Portugal. Escalou pelos vários escalões de formação e, na passada temporada, agarrou, com ‘unhas e dentes’, a titularidade da equipa de sub-23.

Consolidou-se como um dos melhores guarda-redes da primeira edição da Liga Revelação, sob as ordens de Alexandre Santos. O Desporto ao Minuto chegou à fala com o agora treinador-adjunto do Caen, que defende que a promoção ao plantel principal foi “muito meritória”, face à “excelente época” rubricada em 2018/19.

“Tive o prazer de o receber várias vezes, não durante a semana, muitas das vezes, mas durante um ou dois dias antes dos jogos. A verdade é que é um grande profissional, muito focado e foi sempre uma mais-valia na nossa equipa. Esteve muito bem, ao mais alto nível, porque conseguia mostrar todas as suas qualidades em jogo, o que é importantíssimo para um guarda-redes”, apontou.

No que às qualidades específicas diz respeito, o técnico vê em Luís Maximiano “um guarda-redes com um equilíbrio bastante positivo das valências de um guarda-redes”, como é o caso do “jogo com os pés, o jogo dentro dos postes e o jogo de profundidade nas costas da defesa”.

A isto há que acrescentar a “liderança a partir de trás”, com a qual consegue “transmitir confiança e comunicar com o resto da equipa”:

“Destaca-se por ser muito bom em tudo. No fundo, para ser uma esperança assumida de grande guarda-redes, tem que ter tudo isso em elevada qualidade. Pode evoluir em tudo, claro, mas só jogando muito e ao mais alto nível”, afiança o técnico.

E é precisamente neste ponto que surge a principal questão. Será que com Renan Ribeiro de ‘pedra e cal’ na baliza do Sporting, Luís Maximiano terá espaço para crescer? Alexandre Santos espera que sim, até porque, avisa, o jovem jogador “pode evoluir em tudo”.

“É um guarda-redes que tem todas as capacidades e qualidades para ser lhe for dado espaço se torne um grande guarda-redes português, como foi o caso do Rui Patrício e de Vítor Baía. Foi-lhes dada a possibilidade de, muito cedo e durante muito tempo, serem titulares, mesmo cometendo erros, como todos cometem. O Sporting tem no Luís a possibilidade clara de voltar a ter, com tempo, um dos melhores guarda-redes portugueses”, antecipa.

As comparações com Rui Patrício

Notícias ao MinutoO guarda-redes após a conquista da Taça da Liga, em Braga© Instagram Luís Maximiano

Corria o dia de 19 de novembro de 2006 quando, em vésperas de visitar o Marítimo, no Funchal, Paulo Bento, então treinador do Sporting, se debateu com uma séria ‘dor de cabeça’. Ricardo Pereira, ‘dono e senhor’ da baliza, estava lesionado, assim como o habitual suplente, Tiago Ferreira.

O técnico leonino decidiu, então, lançar um jovem de apenas 18 anos, de nome Rui Patrício, às ‘feras’. Este não só se mostrou seguro, como defendeu, inclusive, uma grande penalidade cobrada por Kanú, que se viria a revelar fulcral para o triunfo da equipa leonina, por 1-0.

É, então, com alguma naturalidade que, quando se fala de um jovem como Luís Maximiano, surjam as comparações com o atual guarda-redes titular, quer para Nuno Espírito Santo, no Wolverhampton, quer para Fernando Santos, na seleção nacional.

Alexandre Santos assegura que estas comparações não são, de todo, descabidas. No entanto, sublinha que só se lhe for dada “proteção, confiança e a possibilidade” de defender a baliza do Sporting será possível sonhar em chegar ao nível de Rui Patrício.

“Claro que vão haver momentos mais difíceis, mas por isso todos os guarda-redes passam. Quando a pressão é muita e quando muitas das vezes têm de fazer apenas uma, duas ou três defesas por jogo e são determinantes, é sempre muito mais difícil. Acho que ele está preparado, desde que não sinta que tem uma hipótese de jogar e, se as coisas não correm bem, já não a tem mais”, refere.

Joaquim Rebelo partilha desta posição cautelosa e sublinha que, se a tal oportunidade não surgir, e “se não trabalhar, se não treinar e se não jogar, passa tudo ao lado”. A bola fica, agora, do lado de Luís Maximiano… e de Marcel Keizer.

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