Bruno de Carvalho, antigo presidente do Sporting, comentou sexta-feira, em conferência de imprensa, a Assembleia-geral do Sporting onde será votada a expulsão de Bruno de Carvalho no clube.

O dirigente deixou duras críticas à atual direção dos leões, lembrando que foi deixado isolado pelos sócios.

Num longo discurso, o ex-dirigente lembrou ainda as dificuldades que tem passado e passou, mas também o seu legado.

Confira o essencial da declaração inicial de Bruno de Carvalho.

"Foram 47 anos de amor intenso e sem igual. 33 de associado com paixão. 35 anos a sonhar com ser presidente. Foram 5 anos e meio de presidência. Foi com honra e orgulho que servi o Sporting. Foi um percurso de excelência que culminou com maior vergonha de sempre a nível profissional. Ser suspenso, destituído e expulso. Não sou perfeito, nem nunca o fui, mas sempre desejei o melhor para o Sporting. Nasci, vivi e respirei o Sporting toda a minha vida. Sim, fui o presidente adepto com muito orgulho. Por isso lutei pelo nosso ADN 24 horas por dia. (...)", começou por referir. 

"Defendi sempre o Sporting com tudo o que tinha frente aos poderes instalados. Era a única solução para retirar as amarras que puseram ao clube e que teimam em não deixar o clube ocupar o seu lugar merecido. Esses interesses eram muitos e eram de todo o lado. Foi uma luta titânica que nunca virei a cara. (...) Ainda hoje sou atacado, mas a verdade é que ainda hoje estou de pé (...) Fui sempre contra os interesses e contra o sistema", acrescentou BdC.

"Dei tudo pelo clube. Um clube que sempre amei. Um clube pelo qual abdiquei da minha vida para me dedicar a ele de corpo e alma. Pensei que vos tinha comigo e que tinha sonhado comigo. (...) O sistema conseguiu-me apanhar. Volto a dizer. Eu avisei-vos. Pedi-vos o apoio. Eram a minha rede de segurança. Onde estiveram vocês neste ano em que fui atacado por toda a comunicação social e pelos altos poderes deste país. (...) Atacado por todos e julgado por todos, vendo mentiras atrás de mentiras para me difamar e me prejudicar (...) Sei bem o estado em que recebi o clube e em que o deixei", atirou o ex-presidente leonino.

"Se foi bom para a minha vida? Não. Sempre fui trabalhar, batalhador e respeitado por isso. Sempre me dediquei ao meu trabalho e a minha família. Perdi tudo isto. Mais uma vez lamento por ter desejo para o Sporting o melhor possível. Hoje estando fora  sinto-me desiludido, frustrado e indignado. Estamos perante um clube que voltou, novamente, a perder a sua identidade. Que perdeu e desinveste nas modalidades. Que não acredita nem investe nos seus atletas. Um clube em que o dirigentes mentem compulsivamente", disse ainda sobre o tema.

"Um clube que não respeita os seus associados e adeptos. Suspenderam-me, destituíram-me e expulsaram-me por eu presumivelmente não cumprir os estatutos uma vez. Eles fazem o que querem e todos permitem. Muito bem. (...) Pessoas que ao fim de um ano de mandato são incapazes de fazer uma análise correta, de perceber quais são os problemas do clube, a sua identidade e onde devem investir e que rumo seguir. E ninguém diz nem faz nada. Confesso que sinto vergonha por esta massa associativa ter destituído a minha direção para preferir uma direção como a atual. Sinto vergonha do atual presidente do Sporting e dos seus dirigentes. (...) Sinto vergonha dos associados pelo que se está a passar", atirou para depois finalizar.

"É uma vergonha o que se passa no clube. A perseguição baixa, vil e degradante que me fazem dura há um ano. Votar amanhã ou não não pode ser por mim, tem de ser pelo Sporting. (...) Não é com esta inércia que se vive no clube que vamos chegar a ser dos maiores do mundo. Querem-me expulsar, expulsem. Espero que um dia acordem para o que está a acontecer", sentenciou.

[Notícia atualizada às 17h59]