Bruno Lage anteviu, esta sexta-feira, em conferência de imprensa, a partida com o Portimonense, equipa à qual teceu rasgados elogios. O treinador do Benfica disse esperar"um jogo muito difícil" diante dos algarvios, e aproveitou, ainda, para deixar uma mensagem de apoio a Iker Casillas, que se encontra a recuperar de um enfarte do miocárdio.

Casillas: Aproveito a oportunidade para, publicamente, desejar as rápidas melhoras ao Iker Casillas. Tivemos um dia de paz, em que tivemos de nos unir em torno de uma infelicidade, mas às vezes são estes momentos em que temos de refletir aquilo que queremos para o futebol nacional. Rápidas melhores. Às vezes, é este o tipo de jogadores, com o prestígio e qualidade que têm, que engrandece este campeonato. Temos que estar muito felizes por ter um jogador como ele, com o seu historial, no nosso campeonato.

Portimonense: Perspetivamos um jogo muito difícil. O Portimonense tem uma boa equipa, muito bem orientada. Joga muito bem, sabe jogar em diversos sistemas e tem três homens muito perigosos na frente, mais o médio-ofensivo. Esperamos uma equipa com uma enorme organização e uma vontade enorme de espreitar os espaços que podemos oferecer para criar oportunidades. Não está numa situação difícil, mas ainda precisa de pontos para garantir a manutenção. Antevejo um jogo muito difícil, temos que estar no nosso melhor para conquistar os três pontos.

Como sentiu o enfarte de Casillas: Estou aqui há sensivelmente quatro meses e digo-vos que é dia a dia, porque é, quer no desporto quer na vida. Vejo o exemplo dele, um homem saudável, recheado de títulos, e num dia normal tem uma situação que o leva a pensar no que é a essência da vida. Todos nós temos isso ao longo da vida, por vários motivos. Já o tive. Às vezes, temos que pensar e perceber que aquilo que controlamos é apenas e só o nosso caminho, e o nosso caminho é dia a dia. Não é estar muito preocupado a fazer projeções para o futuro, a olhar para o lado e ver o que o vizinho tem… Aquilo que acredito é que a vida arranja uma maneira, se não for por este caminho será por outro, e as coisas que hão de ser nossas irão parar às nossas mãos, com muito trabalho e dedicação. Não sabemos o que acontece nas próximas horas. Na vida, como no desporto, é jogo a jogo.

O que mudou desde a derrota na primeira volta: Não entro nisso. O que fizemos a partir dessa altura foi olhar para aquilo que é nosso, tentar convencer os jogadores que tínhamos uma maneira de treinar que poderia ajudar a que fossem uma equipa mais competitiva. Não é que não o tivessem sido no passado, mas era fundamental ser mais regular. Treinámos segundo a maneira que acredito e fomos, de jogo em jogo, jogando bem, marcando os nossos golos e conquistando os nossos pontos.

Alterações na defesa: Não foi difícil encontrar a solução, foi fácil. Vai ser o Jardel a entrar na equipa. É o nosso capitão e vai jogar com o Ferro. Foi fácil, uma conversa a três para perceber o que cada um pode oferecer.

Apoio dos adeptos em contraste com contestação no passado: A comparação mais justa que se tem que fazer com os treinadores anteriores ganharam títulos, e eu ainda não ganhei nada. O mais importante neste momento é o que controlo, que é o meu trabalho. É um elogio que pode não ser tão real quanto parece. Acredito que, ao intervalo do jogo com o Sporting de Braga, esses 100% de apoio podia não ser tão real. Se calhar no final do jogo já era. É a nossa vida, o mais importante é ter consciência do trabalho que estamos a fazer. Depois vamos a jogo com as nossas ideias. O fundamental tem sido os jogadores acreditarem no trabalho. Grande parte do mérito é deles. O apoio dos nossos adeptos tem sido fantástico desde a primeira hora, têm-nos ajudado nesse caminho. Temos mais uma final com o Portimonense e espero que sejam ainda mais assertivos nesta ponta final, porque bem precisamos.