Depois de ver escapar a passagem à final da Taça de Portugal, aos pés do eterno rival Sporting, o Benfica foca atenções naquele que é, segundo frisou o presidente Luís Filipe Vieira, no final do encontro de Alvalade, o grande objetivo da época: o campeonato.

As águias têm encontro marcado com o aflito Feirense, equipa que ocupa o último lugar da tabela, com apenas 15 pontos, e que, como tal, precisa urgentemente de vencer, sob pena de ver confirmado o destino da descida, que parece traçado.

Bruno Lage fez a antevisão do embate de Santa Maria da feira, agendado para este domingo, sublinhou o objetivo da reconquista e apelou ao forte apoio dos adeptos.

Antevisão: "Temos uma sequência de finais e temos que estar no nosso melhor, com uma boa dinâmica de acordo com o que é a nossa ideia, que é jogar bem, jogar bonito, jogar com alegria, criar oportunidades e fazer golos para conquistarmos os três pontos."

Ausências de Rafa e Gabriel condicionam: "Em nada! Neste período de três meses várias alterações foram concretizadas, por lesões, por castigos, por opção, e a dinâmica não se alterou. Por isso, acreditamos que também não irá alterar. O que faz a dinâmica é a equipa e os 24 jogadores do plantel, depois cada um tem características diferentes que oferece ao coletivo. Mas a dinâmica tem que estar presente e sentimos isso no dia a dia."

Ganhar todos os jogos: "Não é obrigado, mas determinado. Estou convencido que temos que vencer os sete jogos para continuar nesta posição. Queríamos vencer o último, não conseguimos e agora queremos ganhar o próximo. A nossa ambição é essa: ganhar os jogos."

Concorda que houve quebra nos momentos decisivos e se tem receio que isso volte a acontecer: "Não e não! é uma dupla resposta. O meu receio é sempre o mesmo: que a minha equipa não jogue bem. O resto passa-me completamente ao lado. A minha determinação é sempre essa: jogar bem e proporcionar boas exibições e vitórias ao nossos adeptos."

Mudar o 'chip' da Taça: "A forma desportiva de uma equipa e a dinâmica coletiva não se perdem numa semana. São situações que acontecem. Aquilo que é importante é a equipa ter noção do que tem que fazer em cada momento. Pode acontecer uma ou outra situação de um jogador recuperar de uma lesão, de uma sequência de jogos ou das diferentes dinâmicas de cada seleção. Não foi só aqui. Outros treinadores queixaram-se do mesmo. Mas são situações naturais. Vou confessar-vos uma conversa do José Mourinho com o Carlos Carvalhal e connosco, equipa técnica, em Inglaterra. Lá não têm por hábito fazer os estágios em casa, mas ele partilhou connosco um detalhe, que é depois da paragem para as seleções, se o próximo jogo for em casa, fazem-se estágios. Ou seja, perde-se a dinâmica da equipa, quer no jogo, quer cá fora. Por isso, são questões transversais a todas as equipas. O importante é estarmos conscientes com o trabalho que temos vindo a fazer."

Reta final limpa e sem casos: "Eu sinto é que nós temos que fazer o nosso trabalho. No próximo jogo entrar com a melhor equipa, escolher bem e perceber bem o momento de cada jogador, perceber bem a dinâmica para esse jogo, perceber muito bem aquilo que é o nosso adversário e jogar bem, ofensivamente e conquistar os três pontos. É nisso que estou concentrado."

O que seria uma boa ou má época: "Vou responder ao contrário. Garantidamente, no Benfica, pela grandeza do clube, vencer apenas a Taça de Portugal não salva a época a ninguém."

Momento de João Félix: "A justificação é a mesma dos grandes jogadores. Quando chegas a um patamar em que fazes aquilo que ele fez em apenas três meses, quando jogas o normal é uma quebra de forma. Isso não aparece assim. O João, há duas semanas, fez um jogo extraordinário com o Moreirense, fez um golo e desde aí é chamado à Seleção A, tem uma pequena entorse que o incomodou, perde forma e... Eu não vejo as coisas assim. A forma é um processo contínuo e não vai do oito ao 80. Tem que fazer o caminho dele e ter consciência disso. Ele sabe disso porque tem um ambiente familiar muito bom, tem pessoas à volta dele que o ajudam e ele tem que perceber isso. Chegou a um patamar em que já não basta ser normal, tem que se superar todos os dias. Quando se é especial e se faz o normal, já não é especial, é só normal." 

Chiquinho: "Bom jogador e podemos falar disso mais à frente. O nosso foco está nos jogadores que cá estão e estamos satisfeitos com o trabalho de toda a gente. Temos sentido isso e eles também sabem que todos contam e estão a fazer um trabalho fantástico."

Todos contam: "A minha experiência como treinador principal ainda não é muita, mas as maiores recordações que vou levar deste início da carreira, será o apoio dos nossos adeptos. Ainda agora no último jogo as coisas não correram bem e eles marcaram presença e tentaram ao máximo puxar o ânimo da nossa equipa para cima. Eu sinto que em determinada altura eles pensaram que já tinham perdido o campeonato, mas com a recuperação que a nossa equipa fez, eles voltaram a acreditar no campeonato. E agora estão novamente com o receio de voltar a perder o campeonato. E perder duas vezes no mesmo ano é algo que os pode marcar. Mas o que eu sinto mais é o apoio que nos têm dado. E uma das coisas mais inesquecíveis são as nossas chegadas ao estádio. Vamos no autocarro, não vemos tudo, mas sentimos uma energia... Quase tenho inveja dos jogadores. É de ficar com a garganta seca, arrepiadíssimo, e com uma enorme vontade de os representar dentro de campo. Por isso, a minha motivação maior é que os adeptos continuem a acreditar a nós e que sejam eles a puxar por nós como quando estávamos a perder por 2-0 com o Rio Ave. Foram eles que puxaram pela dinâmica. Por isso, quando acontecer um momento menos bom, que marquem a sua presença. Tudo vamos fazer para que eles não percam o campeonato dois anos seguidos."