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Falcão abre o livro e revela tudo sobre o litígio com o Cova da Piedade

Treinador continua em litígio com o clube de Almada e conta a história de um sonho que se transformou em pesadelo.

Falcão abre o livro e revela tudo sobre o litígio com o Cova da Piedade
Notícias ao Minuto

08:05 - 26/03/19 por Fábio Aguiar

Desporto Exclusivo

A chegada de Hugo Falcão ao cargo de treinador principal do Cova da Piedade, com apenas 27 anos, acabou por não ser mais surpreendente do que a sua saída prematura. Depois de afastar o Portimonense da Taça de Portugal e de ter apenas 'caído' no prolongamento diante o detentor do troféu, o Desp. Aves, o jovem foi demitido no passado mês de janeiro, numa altura em que a equipa de Almada ocupava o 13.º lugar da Segunda Liga. 

A decisão da SAD piedense teve traços controversos, mas a polémica despontou depois. As duas partes não chegaram a acordo para a rescisão do contrato - válido até junho de 2020 -, face a divergências no que à indemnização dizia respeito, e o processo foi-se arrastando, ao ponto de chegar à barra dos tribunais. 

Dias depois de ter apresentado a carta de rescisão, Hugo Falcão abriu o livro e, numa entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, contou toda a história de um caso que promete ainda dar muito que falar.

Notícias ao MinutoHugo Falcão estreou-se ao leme do Cova da Piedade a 22 de setembro, com um empate (0-0) em Penafiel.© Hugo Falcão

Que sentimento tem depois da entrega da carta de rescisão e de voltar a ser um treinador livre?

É um misto de sensações: frustração por não querer chegar a este ponto e alívio porque sigo o meu caminho. Isto acaba por ser uma aprendizagem. Estava no meu clube, afeiçoei-me demasiado a ele, às pessoas, e creio que dei mais do que o que me competia em termos profissionais. É isso que custa mais depois da forma como me trataram.

Em que momento se apercebeu que as coisas não iam correr bem?

Há algum tempo que desconfiava que as coisas estavam a ser preparadas. Em Leixões ganhámos  2-1 - o Cova nunca tinha lá vencido - e eu tenho imagens do jogo e dos próprios golos que apanham a parte da tribuna, onde os próprios administradores não festejaram. Nem palmas bateram! Não tem a ver com mau comportamento. Como administrador de um clube, não tem mal nenhum bater palmas num jogo. Mesmo assim, pior que isso foi não celebrar junto da estrutura.

Foi esse o primeiro sinal de que não havia estabilidade?

Sim, depois foi um conjunto de acontecimentos durante o mês de janeiro que se processaram sempre da pior forma. A falta de alteração das condições de treino, a não inscrição de jogadores a tempo do primeiro jogo de janeiro, apesar de já estarem connosco há muito, sendo que nas outras equipas já estavam inscritos e no Cova não...

Há algum tempo que desconfiava que as coisas estavam a ser preparadas.

Nunca lhe justificaram essas 'anomalias'?

A justificação para mim não tem esse peso. Quando as pessoas querem muito, conseguem fazer as coisas. A estrutura não estava a fazer tudo o que era possível para nós termos sucessos. Quando assim é, os jogadores deixam-se ir um bocadinho. Aí eu percebi que seria uma questão de tempo e de resultados. Nunca pensei que fossem estes resultados. Antes das três derrotas, vínhamos de um ciclo positivo, de oito pontos em quatro jogos. Por isso, não imaginava. Depois, termos aquela reunião e não me apontarem razões desportivas, nem a alteração de política... Se chegassem ao pé de mim e dissessem: 'Temos uma outra ideia para o clube, agradecemos o teu trabalho, vamos pagar-te tudo até ao fim do primeiro contrato, vamos chegar a um acordo para o restante, uma vez que não é justo pagarmos tudo...' Eu aí percebia tudo. Mas não foi isso que se passou. Quiseram descartar-me sem pagar nada e eu não aceitei isso, até porque não apontaram razões e eu sabia que tinha feito um trabalho positivo face às circunstâncias.

O que lhe disseram nesse momento?

Nada... Disseram-me apenas que queriam rescindir, que tinham existido bons e maus momentos.

Mas como pode alterar-se de forma tão repentina uma estratégia que ainda há pouco tinha sido reforçada com a renovação do contrato até 2020?

Eu lembro-me de ter dito, numa conferência em Leixões, que por ser o treinador mais jovem era o treinador que estava mais em risco, que apesar de ter bons resultados, a qualquer momento as pessoas poderiam apontar algo. Eu percebo que quando algumas pessoas entram num clube queiram mudar. Estão no seu direito, mas têm que mudar com o devido respeito pelas pessoas que lá trabalham. Eu digo sempre que a comparação tem que ser feita de ambas as partes: O que a estrutura te deu para tu fazeres algo e aquilo que a estrutura não te deu e tu, mesmo assim, fizeste. E isso acaba por explicar um pouco do que foi a minha história. Houve uma aposta num treinador que cresceu como jogador e como treinador naquele clube e as pessoas perceberam mais ou menos a minha forma de trabalhar, face às limitações que existiam, até porque a política de contratações foi má no início da época.

Eram outras áreas que condicionavam o meu trabalho e eu tive que manter outro tipo de postura. E foi isso que não agradou a algumas pessoas.

Como por exemplo?

Não se podem contratar oito ou nove jogadores que na época anterior tenham feito só 10 jogos. Têm que se contratar oito ou nove jogadores que tenham feito 30 jogos na época anterior. Depois há uma série de questões, nomeadamente, se não tens um posto médico equipado, não tens condições de treino, não tens materiais, não podes suprimir as necessidades numa equipa que já tem poucos jogadores. Tens que ter um campo que tem um um cilindro semanalmente, que tem a relva cortada, que tem linhas, tens que ter um grupo de jogadores satisfeito, tens que ter um pequeno almoço para controlares uma das refeições... E isso foram condições que a estrutura não foi capaz de dar. E não chega só pagar! Podem pagar muito dinheiro a um jogador, mas se ele não tiver as mínimas condições, ele prefere ir ganhar menos, mas ter outras coisas. Não há milagres. Eu sinto que fiz um bom trabalho e quem está no clube que venha dizer que eu não fiz um bom trabalho.

Ficou surpreendido quando foi convocado para a tal reunião?

Fiquei um pouco, mas já sabia para o que ia. Já era uma série de sinais. Eu já tinha frisado isso em conferências, para as pessoas se sensibilizarem um pouco para aquilo que estava a ser feito, face às limitações. Mas é sempre mais fácil um treinador ir embora do que passar a dar condições. Eu era o primeiro a ir embora se tivesse todas as condições e não apresentasse resultados. Aí, era o meu trabalho. Assim, não. Eram outras áreas que condicionavam o meu trabalho e eu tive que manter outro tipo de postura. E foi isso que não agradou a algumas pessoas. Eu sempre fui sincero, frontal e nunca fugi àquilo que foi o meu crescimento enquanto pessoa. Eu nunca tive cunhas no futebol e não foi por um ou outro momento que cheguei onde cheguei, onde alguns, se calhar, nunca vão chegar. Fico feliz por lá ter chegado e claro que gostava de lá ter ficado mais tempo. Ao invés de entrar em rutura com tudo, eu tentei agregar, mas mesmo assim perde-se sempre algo.

Notícias ao MinutoJovem treinador foi demitido da equipa de Almada em janeiro, após a derrota na Póvoa do Varzim.© Hugo Falcão

Prova de que o que fiz foi bem feito é que aquela base, oito ou nove jogadores que comigo jogavam, continuam a jogar e a ter sucesso.

Que feedbacks recebeu nos dias em que se seguiram?

Os adeptos nunca tiveram nada a apontar-me e sempre reconheceram que era difícil fazer melhor face à realidade. Alguns chegaram mesmo a perguntar-me o porquê de tantos episódios, de tanto alarido. Penso que havia pessoas dentro do clube que não estavam à espera da minha saída e no caso dos jogadores haverá sempre os que gostam de trabalhar connosco e outros que nem tanto, outros que se calhar eu gostava mais e que, afinal, não são verdadeiramente aquilo que eu pensava, enfim... Isso é algo que vamos aprendendo enquanto agentes desportivos, vamos aprendendo a selecionar e quando é para trabalhar, é para trabalhar. De uma coisa não me podem acusar, que é de não ter sido sincero. Na última palestra disse algumas verdades que precisavam de ser ditas e agora passo por toda a gente e, se calhar, falo a toda a gente. Penso que o treinador em Portugal só consegue ter sucesso se for protegido pela estrutura. E ser protegido não é defender nem dar 'pancadinhas' nas costas, é dar todas as condições. Prova de que o que fiz foi bem feito é que aquela base, oito ou nove jogadores que comigo jogavam, continuam a jogar e a ter sucesso. Guardo tudo com alguma mágoa, sinceramente.

Como decorreu a primeira conversa sobre os valores da rescisão?

O que eu disse foi para me desculparem, mas que aquilo que me estavam a fazer não se faz a ninguém. Nem o momento, nem a forma, nem a justificação que deram foram adequados. Portanto, chamei o meu representante e o meu advogado e tratámos do processo. Foi aí que a SAD do Cova manifestou o desejo de fazer uma rescisão amigável e de manter uma cláusula de confidencialidade, algo que eu rejeitei, até pela forma como estavam a agir comigo. Jamais aceitaria uma cláusula de confidencialidade. Disse que aceitava um acordo, desde que fosse bom para mim e, claro, para eles. Um tempo depois recusaram-se a dar-me o meu segundo contrato e disseram que só me iriam pagar até ao fim do mês de janeiro. Mais tarde, na segunda reunião, alteraram para um mês e meio. No entanto, até existir essa reunião, desmarcaram uma série de vezes. Em duas delas, os meus representantes deslocaram-se e só quando faltavam cinco minutos é que ligaram a dizer que não poderiam comparecer porque tinham outros assuntos a tratar. Isto é falta de respeito, não se faz. Depois não atenderam o telemóvel, enviaram-me uma carta de dispensa e posteriormente tivemos mais duas ou três semanas a tentar chegar a acordo, com eles sempre a insistirem em pagar apenas um mês e meio. Então, mandaram-me para os sub-23.

Queriam jogar com o meu lado emocional, com o facto de não ter dinheiro durante algum tempo e de me preparar para ter uma filha, mas felizmente tenho bons amigos e uma boa família que me iriam ajudar.

Uma proposta que recusou...

Sim, recusei porque o meu contrato era com a equipa principal e foi no estádio, o meu local de trabalho, onde a equipa principal treinava, que me apresentei. No segundo dia o meu advogado disse-me para me apresentar nos sub-23 para ver se alguém me dizia alguma coisa. Claro que no primeiro dia não estava lá ninguém e no segundo, nos sub-23, estava o diretor da equipa a dizer que não tinha nada a ver com aquilo e que estava apenas a cumprir ordens. Disse que eu seria adjunto, para me integrar e fazer qualquer coisa. Eu tenho vídeos, fotos e provas disso. Também me disse que o que estavam a fazer-me era injusto, mas que estava apenas a cumprir ordens. Queriam jogar com o meu lado emocional, com o facto de não ter dinheiro durante algum tempo e de me preparar para ter uma filha, mas felizmente tenho bons amigos e uma boa família que me iriam ajudar. E assim foi. Quatro ou cinco dias depois já estava um pouco desgastado, a perder a paciência, eles continuavam a provocar-me e eu começava já a entrar no conflito. Foi aí que meti uma baixa médica como medida para que as duas partes pudessem ir para tribunal sem mais confrontos verbais inadequados. Esperei mais um mês e pedi a rescisão.

E ainda não pagaram nada?

Não, nada! Após a reunião, dispensaram-me das funções e nunca mais pagaram os termos definidos no contrato, até ao momento que meti a carta de rescisão. Não se vão safar das suas responsabilidades. Agora, a ação irá para tribunal, se eles quiserem um acordo, nós fazemos um acordo, mas esse acordo nunca será de lá para cá, isto é, temos que chegar a um entendimento. E isso é muito simples: tem que haver respeito.

Notícias ao MinutoAo serviço do emblema da margem Sul, o treinador somou 15 jogos, num saldo de cinco vitórias, quatro empates e seis derrotas, deixando a equipa no 13.º lugar da Segunda Liga.© Hugo Falcão

Nem sequer me disseram 'obrigado por receberes um presente envenenado' ou 'obrigado por dares a cara por uma pré-época mal planeada, por um plantel com algumas fragilidades, que vai ser renovado agora'.

Sente mais tudo isto por se passar no seu clube do coração?

Sinto porque continua a ser o meu clube e fui mal tratado. Certas pessoas que estão à frente trataram-me mal. Não tem a ver com a valorização, pois se não a tivessem não me colocavam onde estive, mas sim com a forma como me descartaram. Se me dissessem: 'Olha, vais para os sub-23, vamos pagar-te até ao final, começas a preparar a época, vais vendo jogos, tiras relatórios de alguns jogadores e ficas na estrutura.' Eu aí sentia que me estavam a respeitar, que era uma vontade da estrutura e tinha que aceitar. Outra coisa é isto que me fizeram. Nem sequer me disseram 'obrigado por receberes um presente envenenado' ou 'obrigado por dares a cara por uma pré-época mal planeada, por um plantel com algumas fragilidades, que vai ser renovado agora'. Quando eu entrei, o mercado já tinha fechado. O sentimento que eu tenho é de frustração e injustiça. O maior exemplo é que andei a batalhar por fazermos estágios sempre que jogássemos em casa. A partir do momento em que o Miguel Leal entrou, passaram a haver estágios em casa...

Ficou no ar a imagem de que eu é que sou um mercenário, que eu é que quis o dinheiro todo e que eu é que fui inflexível e fiz tudo para 'sacar' o dinheiro todo. Não! Não foi isso. Eu apenas quis respeito e reconhecimento. 

Por que razão é que nem a sua saída do Cova da Piedade foi oficializada?

Não sei... É nesse ponto em que eu me bato, nas condições e no respeito que tiveram por mim. É diferente eu sair de um clube e a fonte oficial desse mesmo clube comunicar algo, do que não dizer nada. Ficou no ar a imagem de que eu é que sou um mercenário, que eu é que quis o dinheiro todo e que eu é que fui inflexível e fiz tudo para 'sacar' o dinheiro todo. Não! Não foi isso. Eu apenas quis respeito e reconhecimento. Eu sei que fui competente, deixei o clube no 13.º lugar, com três pontos acima da linha de água, exatamente a mesma posição em que está agora. Exatamente! Por isso, eu acho que merecia um bocadinho mais. Saio de lá com muitas amizades e com a certeza que há duas ou três pessoas com quem eu nunca mais vou trabalhar no futebol. Mas certamente que esta etapa me vai trazer mais maturidade para o futuro.

E quanto ao futuro, está livre para abraçar um novo projeto...

Sim, estou livre... Estou a analisar um conjunto de opções que poderão ser benéficas para mim. Não coloco fora de hipótese ser adjunto, ser treinador principal, trabalhar num departamento de scouting... Não coloco nada de parte. Apenas sei que o meu lugar é no futebol profissional. Por isso, é uma questão de esperar pela oportunidade certa, com as pessoas certas, seja no Campeonato de Portugal, na Segunda Liga, na Primeira, ou noutro escalão qualquer. O importante é definir o caminho, as pessoas acreditarem na minha competência e ser feliz. Eu era feliz no Cova, não tinha tudo, mas era feliz.

A filha que aí vem dá-lhe mais força para superar tudo isto?

Sem dúvida! Vai nascer em breve. Coloco a hipótese de ir para o estrangeiro, mas é diferente. Se eu já lutava por mim e pela minha família, agora tenho uma pessoa que depende de mim. Dá-me mais responsabilidade para ter sucesso. E o sucesso é mesmo isso, subir patamares com o passar do tempo e ir fechando ciclos. Daí eu ficar no sentimento de injustiça, pois aquele ciclo deveria ser terminado por mim, já que fui eu que o agarrei, que o estava a modelar e que tinha uma ideia para ele já a médio prazo, que eu acho que ia resultar. Mas ela vai trazer-me aquela vontade de eu a encher de orgulho no pai.

Notícias ao MinutoFalcão continua a exigir respeito e promete ir até às últimas consequências.© Hugo Falcão

Sem querer colocá-lo numa posição ingrata, pelo que tem visto do Cova da Piedade depois da sua saída, acredita que vai conseguir a manutenção?

Penso que o William, que já lá estava, foi o principal reforço num setor que tinha algumas fragilidades, que era o eixo defensivo. Depois, o próprio melhoramento das condições desde que eu saí, como a mudança dos locais de treino, da implementação dos estágios em jogos em casa e da reformulação dos prémios de jogo para valores muito superiores, também permite a quem trabalha, nesta caso à estrutura técnica, ter maior sucesso. Relativamente aos reforços, penso que são bons, não direi se escolheria estes ou outros, mas com o campeonato que está, se conseguirem ter um ciclo positivo, acho que poderão conquistar a manutenção, que será à volta dos 40 pontos.

Eu vivo a minha vida assim, por onde passo tento sempre deixar algo positivo para as pessoas apanharem e no Cova da Piedade sinto que deixei.

Acredito que seja um exercício complicado, dado o 'turbilhão' de emoções e de acontecimentos. No entanto, e para finalizar, que marca fica desta primeira experiência como treinador principal de uma equipa profissional? 

Acho que tivemos um bom desempenho na Taça, vencemos em Gondomar, que vai passar à fase final do Campeonato de Portugal, eliminámos o Portimonense e por uma unha negra no tempo regulamentar não ganhámos ao super-Aves, que tem uma história recente na Taça que é muito boa. Acho que foi nesse momento que poderíamos ter tido um bocadinho de sorte e, se assim fosse, seríamos considerados 'tomba-gigantes'. Relativamente ao campeonato, fiz mais jogos fora do que em casa. Só tive uma derrota em casa, como Mafra, e foi num jogo atípico. Diria que poderíamos ter tido maior competência nos jogos fora, pois senti que fui prejudicado em alguns. No entanto, o que a minha equipa fez, perante as circunstâncias, foi muito positivo. Deixámos o clube acima da linha de água, três pontos acima, exatamente onde está agora. A partir daí não nos podem apontar nada, pois em duas jornadas se pode ir à linha de água como em outras duas se está em oitavo ou nono. Acho que foi muito positivo, 'cair' com o detentor da Taça no prolongamento e sair em 13.º, num campeonato com 18 equipas, acho que é muito bom. Eu vivo a minha vida assim, por onde passo tento sempre deixar algo positivo para as pessoas apanharem e no Cova da Piedade sinto que deixei.

 Obrigado e sucesso!

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