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"Pergunto-me: Se tivéssemos todos continuado o que teria acontecido?"

Em entrevista ao Porto Canal, o ex-treinador portista revelou alguns dos episódios vividos ao serviço do clube, contado histórias com Pinto da Costa ou mesmo Sá Pinto.

"Pergunto-me: Se tivéssemos todos continuado o que teria acontecido?"
Notícias ao Minuto

22:39 - 31/01/19 por Notícias Ao Minuto

Desporto Mourinho

José Mourinho, treinador que há algumas semanas abandonou o comando técnico do Manchester United, concedeu esta quinta-feira uma entrevista ao Porto Canal onde abordou a sua passagem pelo emblema da Cidade Invicta.

Lembrando alguns dos episódios marcantes, o técnico voltou atrás no tempo, para lembrar a ocasião em que prometeu, em conferência de imprensa, o título de campeão.

Falando sobre esse ano, o técnico lembrou que para um clube como o FC Porto o essencial é transpirar ambição.

"Acho que muitos portistas acreditaram, acho que é o normal. É a ambição, a crença. Muitos portistas acreditaram e muitos jogadores também. O presidente percebia que era preciso haver mudanças radicais, o presidente estava aberto a elas e apanhámos um momento no futebol português onde havia muito jogador bom mas escondido nas equipas pequenas. Pode acontecer de forma cíclica, pode depender da atenção. Se calhar o facto de ter vindo do União de Leiria e perceber que lá havia jogadores melhores do que alguns que estavam no FC Porto", começou por referir o técnico setubalense.

"Apanhámos uma geração onde o Paulo Ferreira estava perdido em Setúbal, o Pedro Mendes em Guimarães, o Pedro Emanuel no Boavista, o Maniche estava a treinar sozinho. Havia a possibilidade de dar uma viragem ao nível do grupo e ao nível do perfil do jogador que queríamos na altura. Fomos muito felizes com o momento, com a escolha. Criámos um grupo onde crescemos todos juntos. Um jovem treinador, com jogadores jovens, todos com muita fome, no bom sentido. O nosso projeto era viável, não era preciso investimento desmesurado, era preciso não ter medo de provocar a mudança. Se compararmos a primeira equipa no FC Porto com a última, vamos ver quantos repetiram a primeira e a última - titular só o Baía. Em dois anos e meio, dois jogadores repetem a estreia e o jogo de despedida", explicou o técnico.

"Um treinador que diz que no próximo ano metade dos jogadores não está, em condições normais é o treinador que no dia seguinte não está. Cada vez menos acredito na liderança treinador-equipa. Cada vez mais acredito na liderança estrutural. O presidente/proprietário tem de ser líder, um médico tem de ser líder, toda a gente tem de ser líder. É preciso não permitir que a liderança seja treinador-jogador porque há desgaste. Há 15 anos tínhamos Pinto da Costa, treinador, adjunto com um determinado tipo de perfil, o doutor Pulga que é líder. Isso fazia com que a família funcionasse. Depois dessa 'limpeza', fomos numa direção em que nos tornámos imparáveis. Chego a perguntar a mim próprio: Se tivessemos todos continuado o que teria acontecido? Podiamos ter ganho mais do que ganhámos, talvez não tivesse parado por aí", finalizou sobre este tema, lembrando depois a saída para o Chelsea.

"No final da época 2003/04 disse ao presidente que tinha dois convites de clubes inferiores ao FC Porto, mas financeiramente muito importantes. O presidente disse-me que eu estava maluco e que eu ficava mais um ano ou dois e que depois ia para Itália ou Inglaterra. Disse-me até para eu comprar casa no Porto e eu comprei. No ano seguinte não fui para a Turquia ou para França, mas para Inglaterra [Chelsea]", terminou.

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