Há quase dois anos que o Benfica não somava uma vitória caseira na Champions (a última remontava a 14 de fevereiro de 2017, diante do Dortmund), há dois anos que um jogador do Benfica não marcava pelo menos dois golos na fase de grupo da Liga dos Campeões, há dois anos que um jogador do Benfica não marcava um golo do Benfica de livre direto.

Três ditames se quebraram, esta quarta-feira à noite, graças a um senhor que tem no seu cartão de cidadão o nome de Alejandro Grimaldo García. O lateral-esquerdo deu a vitória às águias, na sequência de um livre superiormente cobrado à passagem do minuto 87. 

De acordo com dados facultados pelo portal Goal Point, o lateral foi o jogador, a par de Seferovic, com mais remates, nada menos que cinco, quatro deles enquadrados, completou 91% das entregas, fez um passe para finalização e ainda completou três de quatro tentativas de drible. Foi também o elemento com mais acções com bola, 113 (o segundo, André Almeida, somou 83), e ainda fez cinco desarmes.

Equações bem feitas, mas sem descobrir o resultado final

No primeiro tempo, os dados estatísticos comprovavam a superioridade do Benfica, essencialmente na posse de bola (60%) e no número de remates (seis, cinco dos quais para fora). No entanto, nos últimos metros do terreno de jogo faltou substância e maior poder fogo ao futebol produzido pelos encarnados nesta etapa, perante um adversário que teve a preocupação de povoar a zona defensiva.

O Benfica começou o desafio com sete portugueses no onze (quatro dos quais da formação – Rúben Dias, Alfa Semedo, Gedson e João Félix, uma estreia a titular na Champions), mas perdeu Rafa depois da meia hora de jogo, na sequência de uma lesão do ex-atleta do Sp. Braga. O camisola 27 do Benfica foi rendido por Zivkovic.

Depois das unhas roídas surgiu a bola anti-stress... Grimaldo

O Benfica regressou do descanso com a intenção de aumentar a velocidade da circulação de bola e de incutir outra dinâmica às movimentações ofensivas, querendo ser mais efetivo na ligação dos lances. Cervi entrou em campo aos 59’ (saiu Pizzi) e, depois de uma ameaça do AEK (cabeceamento de Cosic aos 63’), foi do pé esquerdo do internacional argentino que nasceu uma excelente ocasião para o Benfica faturar: depois do cruzamento arrancado do lado esquerdo do ataque, Seferovic rematou de primeira, com o pé canhoto, na área, mas o guarda-redes Barkas estava desperto e defendeu.

Os encarnados acentuaram a pressão, de forma progressiva, e aos 71’ Seferovic cabeceou à barra, no aproveitamento de um centro de Zivkovic sobre o corredor esquerdo. Rui Vitória acrescentou Castillo ao jogo e juntou-o a Seferovic no ataque aos 77’ (saiu João Félix) com o propósito de apertar o cerco e de materializar o desejado triunfo. Aos 87’, Gedson abafou um adversário, acelerou para a área dos gregos e foi derrubado por Galanopoulos, que já tinha um cartão amarelo e, vendo o segundo, foi expulso por acumulação.

Na sequência deste lance surgiu o livre que deu origem ao 'quadro' pintado por Grimaldo. Contas feitas, o Benfica termina o grupo com 7 pontos, sendo repescado para o pote dos cabeças de série da Liga Europa, já o AEK sai da Champions, sendo a única equipa que não averbou qualquer ponto na competição.

BENFICA	VS	AEK
57	Posse de bola	43
21	Remates	3
13	Cantos	6
9	Faltas cometidas	14
1/0	Cartões amarelos/vermelhos	3/1