Jorge Jesus diz-se feliz na Arábia Saudita, onde lidera o imparável Al-Hilal, mas não coloca de lado a possibilidade de regressar ao futebol português. O técnico português concedeu, esta sexta-feira, uma longa entrevista ao jornal A BOLA e não deixou nada por dizer. 

Questionado sobre as palavras de Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, que, em entrevista à TVI, deixou no ar a possibilidade de Jesus regressar à Luz, o antigo técnico do Sporting recorda que, neste momento, as águias têm treinador. 

"Bom, primeiro o Benfica tem treinador e tenho de respeitar o treinador do Benfica. Segundo, o Benfica nunca falou comigo para regressar a Portugal. Nunca! Terceiro, foram seis anos de Benfica. Tenho uma amizade muito forte com gente do Benfica, principalmente com o presidente Luís Filipe Vieira, mas isso não dá para pensarmos que só por esse motivo vou regressar ao Benfica. O trabalho no Benfica se calhar levou-me à Arábia Saudita", começou por dizer Jorge Jesus, prosseguindo com o tema. 

"Aquilo que Rui Vitoria está a atravessar eu também já passei no Benfica. Também tive situações complicadas lá", explicou, para deixar uma última certeza sobre os encarnados. 

"Na verdade, foi o que fiz no Benfica que me projetou no mundo. Toda a gente me conhece como coach do Benfica... Sou conhecido no mundo graças ao Benfica", garantiu o técnico de 64 anos. 

O "tiro" de Kelvin 

Na mesma entrevista, Jorge Jesus foi convidado a comentar alguns episódios que viveu ao longo da carreira. Um dos momentos mais marcantes foi a imagem em que se ajoelhou no Dragão perante o golo de Kelvin que confirmaria, um jogo depois, o título do FC Porto. Jesus não esconde que naquele momento sentiu o título do Benfica fugir para o rival. 

"Lembro-me perfeitamente. É um lançamento a nosso favor, perto da grande área do FC Porto, no banco do Porto tudo morto. Um pontapé de desespero, não me recordo, o meu lateral manda a bola para o Cardozo, que a perde. O Moutinho dá um pontapé e nasce aí o golo. Parecia que me tinham dado um tiro na cabeça. A minha reação foi essa. Às vezes falo com o Vítor [Pereira] sobre isso", confidenciou Jorge Jesus.