Meteorologia

  • 25 ABRIL 2024
Tempo
13º
MIN 13º MÁX 19º

Sérgio Boris: A missão de devolver a glória ao Libolo... sem piedade

Treinador que levou o Cova da Piedade dos Distritais à Segunda Liga concedeu a primeira entrevista desde que assumiu o comando do emblema angolano.

Sérgio Boris: A missão de devolver a glória ao Libolo... sem piedade
Notícias ao Minuto

06:59 - 11/09/18 por Fábio Aguiar

Desporto Exclusivo

Depois de fazer história no Cova da Piedade, onde liderou o trajeto de sonho desde os distritais até à Segunda Liga, e da experiência no Sintrense, Sérgio Boris tem um novo desafio. Tal como o Desporto ao Minuto noticiou em primeira mão, o técnico português aceitou o convite do Recreativo do Libolo, fez as malas e emigrou pela primeira vez na carreira.

Na primeira entrevista como no líder dos destinos do clube angolano, o treinador de 42 anos explica os motivos que o convenceram a deixar Portugal, revela as ambições para este novo desafio e coloca um ponto final no tema... Cova da Piedade.

Com que expetativas chega ao Recreativo do Libolo?

Venho com uma motivação grande. Apresentaram-me um projeto vertical, que vai desde a missão de potenciar a formação do clube, de contribuir para abertura as escolas comunitárias e de olhar e potenciar o talento que existe em Calulo, de uma forma mais especial e cuidada, até liderar a equipa profissional, com o objetivo de a colocar mais perto dos lugares cimeiros.

Esperava emigrar tão cedo?

Costuma dizer-se que à terceira é de vez e foi o que aconteceu comigo. O Libolo reuniu todas as condições para que me fosse impossível dizer que não. E quando falo em condições, destaco a mais importante, que foi o facto de demonstrarem de todas as formas possíveis que queriam muito que nós fizéssemos parte do projeto. Isso fez toda a diferença!

Que balanço faz destes primeiros tempos?

Bom, muito bom! Encontrámos um clube organizado e sedento de voltar a lutar por títulos, com uma filosofia distinta da que foi utilizada num passado recente, mas que tem como denominador comum o objetivo de querer devolver ao Libolo o estatuto de equipa grande no Girabola.

Notícias ao MinutoSérgio Boris aceitou a aventura e rumou a Angola para liderar os destinos do Recreativo do Libolo.© Recreativo do Libolo

O que já conheceu do clube?

Procurámos recolher o máximo de informação possível, conhecer toda a dinâmica do clube desde as instalações aos jogadores, passando pelo dia dia dos mesmos, pelas rotinas de estágio, da alimentação, etc. Enfim, tudo aquilo que possa influenciar o rendimento individual e coletivo do atleta. Tudo isto sem nunca nos esquecermos de que estamos num contexto diferente e que culturalmente há coisa diferentes. No entanto, independentemente da cultura, o rigor, a organização e o compromisso não são negociáveis. Logo, o que lhe posso dizer é que estes 20 dias foram muito importantes para escolhermos o caminho que nos colocará mais perto do sucesso a partir de dia 23 de setembro.

Quais são os objetivos pessoais e coletivos para esta aventura?

Quem me conhece sabe que não conduzo a minha carreira perseguindo objetivos pessoais. No Vitória propus fazermos a melhor primeira fase da história dos sub-15 do clube e fizemos. No Cova da Piedade a meta passava por subirmos ao Campeonato de Portugal (CPP) no primeiro ano e subimos. Depois disse que se o clube e a sua estrutura percebessem que entre o semear e o colher há o regar e tratar, podíamos, em três anos, estar na Segunda Liga Chamaram-me louco, utópico, mas a verdade é que ao fim de três anos... subimos à Segunda Liga.  Aí, estávamos todos a tirar a foto com a taça de campeões nacionais do CPP. Já na Segunda Liga, disse que se repetíssemos a filosofia, mantivéssemos as pessoas que mandavam e não se esquecessem das premissas que nos tinham levado da Distrital à Segunda Liga em quatro anos, poderíamos, em três épocas, ser candidatos a subir ao escalão mais alto do futebol português. Infelizmente para mim, e olhando hoje para o clube, isso não aconteceu. As 26 jornadas sempre na primeira metade da tabela não foram suficientes para as pessoas perceberem que estávamos todos no caminho certo.

Foi interrompido um projeto que tinha pernas para andar...

Devo respeito a todas as pessoas que trabalharam para que os objetivos tenham sido atingidos, principalmente a minha equipa técnica, que sé sempre uma peça fundamental nestes puzzles, e naturalmente, de uma forma muito especial, a todos os jogadores, pois sem eles não estaríamos a ter esta conversa. Quanto ao resto o meu currículo, é o que é. Mas sinceramente isso não me interessa muito, pois se isso fosse importante para mim, com os convites que tive para trabalhar no CPP, não teria aceite ir para o Fabril, como esteve perto de acontecer.

Notícias ao MinutoTécnico foi para sempre ligado ao sonho protagonizado pelo Cova da Piedade, que subiu dos Distritais até à Segunda Liga, em apenas quatro anos.© Global Imagens

Mas nunca pensou que esse poderia ser um passo importante para a sua carreira?

Sinceramente não, desde muito cedo sempre soube muito bem o que queria e felizmente tenho tido a possibilidade de escolher onde quero estar. Depois há outro factor: para mim só faz sentido estar onde me desejam, pois esse é uma pormenor que considero fundamental para estar feliz e poder desenvolver um bom trabalho. Mas o trabalho nunca é só meu! Falamos sempre em objetivos comuns, compromisso com o colega, regras coletivas e espírito de grupo. E depois, obviamente, há que pensar no que o projeto pode trazer para a minha carreira. Percebo a ligação e até percebo a lógica da mesma, mas em relação a mim será sempre uma ligação por consequência e não por prioridade.

O Cova da Piedade está à procura de treinador e, invariavelmente, o seu nome foi um dos primeiros a surgir. Regressar um dia ao clube de Almada é uma hipótese?

Não é uma hipótese, é uma certeza! Neste momento estou muito feliz e motivado com o desafio que tenho pela frente e que se chama Libolo, mas um dia voltarei a treinar o Cova da Piedade. Estamos a falar do meu clube, do clube mais representativo da minha cidade, do segundo clube mais representativo do meu distrito e do clube onde vivi e partilhei momentos únicos. Não sei se será daqui a pouco ou muito tempo, se será com esta direção ou com outra. Isso não me interessa. O que me interessa é o clube e em relação ao clube, tal como lhe disse há pouco, ainda ficou um objetivo por cumprir. E eu não gosto de deixar coisas por fazer! 

Recomendados para si

;

Acompanhe as transmissões ao vivo da Primeira Liga, Liga Europa e Liga dos Campeões!

Obrigado por ter ativado as notificações do Desporto ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório